17.10.05

A trilha

Engrandecer...
A trilha era aberta...
De súbito as árvores começaram a abraçar o caminho
Um túnel formado em linha retilínea (pleonasmo)
De fim inseguro...
Entrar nele? Seguir outro caminho?
Seria então a realidade ou seria somente um portal?
Teria volta? Seria labirinto?
Ou seria somente a realidade, posto túnel sem fim?
Um pedido então: - “Mago, me guie!”
O silêncio cobriu de nuvens a trilha
Agora só o tempo poderá responder sua súplica...


Mago Merlin - aquele que sempre esteve aqui

14.10.05

O Guerreiro e a Menina: hipérboles da vida

Ela acordou numa manhã de sol, olhou pela janela e agradeceu aos céus ao vê-lo ali, ao seu lado. Guerreiro adormecido que voltará de mais uma batalha contra os dragões. Imóvel, inerte, olhos cerrados. O amanhecer seguia lá fora e ela mantinha-se ali, perdida, ainda em estado hipnótico ouvindo a respiração dele próxima ao seu pescoço. Prazer derradeiro, encontrado sempre neste espaço do retorno do Guerreiro que volta para o seu seio. Prazer que sente pelo prazer de sentir que ele volta pra ela, por ela e que nada, além dela, o faz retornar todos os dias para aquele mesmo lugar e dormir despido, só pra ela, sem a fantasia de Guerreiro, nos seus braços... mesmo que tudo isso seja apenas uma hipérbole de um simples retorno ao lar, mas o qual a graça da vida senão as hipérboles?

O dia seguiria seu curso, a vida seguiria seu rumo, e ela poderia passar uma eternidade naquela mesma posição, porque afinal de contas, o Guerreiro havia voltado!

Aos poucos os raios de sol foram entrando pela janela e lá se foi a Menina, matar uns cem dragões (era a sua vez agora). Vestiu a armadura, pegou a lança e saiu a caça sabendo que ao voltar aqueles olhos não estariam mais lá e mais uma vez repetiria-se o curso mítico de suas vidas, onde seu corpo encontra-se com o dele neste breve espaço do retorno-amanhecer, mas suas vidas... ah, estas encontram-se umas cem vezes por segundo...

Sininho - o retorno daquela que não foi!