30.4.09

Ventos Tortos

Quando o Mago veio para essas terras, 
O clima seco e a falta de chuva
Bloqueou grande partes dos seus poderes,
Obrigando-o a alternativas mais antigas (porém funcionais).

- Vai à festa, Mago? – perguntou o guri.
- Sente-se ali com as meninas e coma pinhão. O narrador contará uma história...

Era uma vez... (o resto vocês já sabem)

Uma linda menina, parecida com outra que o aprendiz descreveu hoje...

Entrara algo tímida, atrás de explicações
Sobre coisas inexistentes ou que somente existiriam
Em lugares longínquos, nos confins do próprio ser,
Onde não alcançamos nem nos nossos sonhos...

Seus olhos castanhos, quase negros,
Tentaram esconder sua própria menina,
Denunciada por um coração mais rápido
E um suspiro quase ofegante...

O outono trouxe dias mais úmidos
E o Mago conseguiu concentrar suas forças,
Para relembrar das histórias de vasos, argilas e pedrinhas
Ouvidas daquela fada lá na casa de uma bruxa do bem...

- E o que houve a seguir, Mago? – perguntou Ana (a Bia).
- Pergunte ao aprendiz. Sua casa nem é tão longe assim.
- Os yetis saberão chegar lá? 
- Sim, Deborah. Mande-os procurar a primeira rua depois da curva que faz uma esquina com uma ladeira em "J" que termina numa ponte de pau e corda. Depois dela tem uma oca ou algo parecido com uma casinha de palha como aquela outra que fica atrás da muralha. 
- Aquela que parece arruinada?
- Pelo visto você já andou por lá, Guri. Vá também e leve tapioca que ele faz um angu para tomar com café. 

Diz a lenda que a casa do aprendiz é tão pequena que quando chegarem os três yetis carregando as meninas e o guri vai haver uma grande confusão...

Para conferir é só visitar os Ventos Tortos...

Mago Merlin... readquirindo os velhos e bons poderes... aquele que sempre estará aqui!

24.4.09

Voyage 800L HB nº 2

Os senhorinhos (aqueles que guardam as relíquias)
Todo mês fazem uma visita
Para pegar a poção mágica
Que o Mago, um dia, fez para eles...

E trazem sua alegria indiscutível,
Novidades, convites, bons fluidos 
E, dessa vez, um presente
Que deixou o Mago algo encafifado...

- “Com este bastão escreveste o passado... use-o para refletir o futuro!”

O Mago agradeceu e eles se foram.
O singelo presente ele guardou 
Junto de seus instrumentos de trabalho,
Aguardando um bom momento para usá-lo.

E assim seguiu mais um dia
De sonhos de homens que não envelhecem
E que não conhecem o futuro
Que eles mesmos têm nas mãos...

- Boa noite, Mago!
- Durma bem Guri... amanhã será um dia cheio...

Mago Merlin... ouvindo as canções do eterno menestrel das Minas... aquele que sempre esteve aqui!

20.4.09

Qualquer maneira valerá

Naquele tempo eu era moleque de rua,
Vivia jogando bola e correndo de um lado para o outro
E você só ria, assistindo aquilo tudo,
Enquanto brincava com suas bonecas.

E eu implicava com você...
Acho que gostava do seu sorriso aborrecido
E isso até era um brinquedo meu,
Só que a gente sabia que éramos diferentes dos outros...

E de onde você tirou a idéia
Que, hoje, eu não te veria deitada aí na varanda,
Enquanto você lia este livro, misturando suas cores com o azul do céu
E a pintura da parede?

Hora de fechar a porta, pois vá que o telefone toque
E aí pode ser aquele tal alguém que nos separa,
Com quem você vai ficar falando horas,
Enquanto eu dou as costas e vou embora...

Assim, volte para cá e veja
Exatamente o que você significa para mim,
Já que você sempre teve o dom de me levar 
Lá pra longe, onde vivemos nossas promessas...

- Guri, seu texto ficou bom. – disse o narrador.
- Se eu tivesse acontecido e recebesse algo assim, eu nunca deixaria de falar com você. – concordou Deborah.

O Mago, observando a movimentação, serviu-lhes pão e maçãs, preferindo nada comentar...

 - “Que a amiga lembre sempre dos tempos passados, das promessas que foram feitas e descubra as razões que fazem com que nada permaneça o mesmo que antes... “

Mago Merlin... hoje quem escreveu foi o Guri, mas Fênix escreverá em breve... aquele que sempre estará aqui.

19.4.09

Uma nova poção

Faltam dois meses para o inverno
E seus sinais já são nítidos por aqui.
O caminho é bem lento, mas o curto outono
Já nos faz esquecer o verão.

Uma poção nova começa a borbulhar
Ainda na mente, pois o caldeirão não foi aceso.
Misturar os ingredientes primeiro
Antes que a elfo que cuida da casa, ensine o poder da lenha...

Procurei a matiz mais próxima
E que me perdoe Alice e também a Emi,
Pois as cores são sua especialidade,
Já que toda a transição das estações parece mesmo uma paleta.

A 134 parece adequada...
Hum, a saturação é próxima de 216...
Misturar bem até encontrar o tom correto,
Antes de acrescentar outros ingredientes.

Novos sons e novos seres visitantes também.
Aragogue recolheu seus filhos,
Os guerreiros de Terabithia se foram,
Surgiram os bem-te-vis e até algumas borboletas apareceram...

Da maçã, doce como nunca provado,
Vem o remédio dos pequenos males do dia a dia;
Do limão o suco revigorante;
Do chocolate, o gosto de hortelã, presente de Lucy.

Das flores, pequenas e roxinhas, plantadas pelo gnomo,
Vem a beleza presenteada pela irmã da Fada Rosa,
Assim como o chá de flor de jasmim,
Enquanto não aprendo a usar a erva da região...

E assim é preparado o inverno
Cheio de novas magias e novas sensações...

- Bom dia, Mago! – disseram as meninas – onde está o Guri?
- Ainda não chegou... tenham um bom dia!

Mago Merlin... aquele que sempre estará aqui!

15.4.09

O Aniversário da Estrela que caiu

Uma festa era desenhada na casa do Mago...
Desta feita, não pela menina que risca e rabisca
E sim pelos longos caminhos da imaginação,
Como aqueles multicoloridos da Emi...

O baixinho guardião vestiu sua melhor roupa (de discutível gosto),
Para receber os convidados, todos em roupa de gala...
Presentes surgiram de todos os lados, trazidos por centenas de corujas,
E até a Cartomante de Papel enviou uma cascata de chocolate...

- Meninas! Já terminaram?
- Falta pouco. – respondeu Deborah, enquanto terminava de pentear as menores.
- Quem trará o bolo?
- Os yetis.
- Vocês não acham que a Larissa vai se assustar?
- O Guri foi com eles.
- Sentem-se, então, e ouçam a história da Estrelinha...

Era uma vez... os Contos de Fada continuam começando assim...

Uma Estrelinha que um dia caiu aqui 
Na casa do Mago, quando esta era na Montanha (pra falar a verdade, ela se esborrachou mesmo).
Vagava brilhando por entre as nuvens e aproveitava a escuridão da lua nova
Para ser a mais bonita, dentre todas aquelas que estavam no céu.

- Você já contou essa história, Mago! – disse o Guri ao entrar na sala.
- Coloque o bolo na mesa e peça para os yetis distribuírem as rosas.

Deste primeiro encontro, surgiu um feitiço
Que ela usa até hoje:
Transformar a paixão que existe dentro dela
Num brilho maior que o infinito...

Nos seus olhos existe um irresistível mistério,
Pois seu destino não é de ninguém...
Seu sorriso é doce, seu jeito surpreendente
E sua paixão, seu maior poder, ensandece aqueles que a admiram...

E hoje é seu aniversário...
De presente, a festa em forma de conto
Para sonhar durante todo o dia,
Pois os sonhos se transformam em realidade...

“- Que seu corpo vire o Sol que brilha no horizonte ao amanhecer e que sua mente não deixe a chuva escurecer seus pensamentos!”

Mago Merlin... aquele que continua por aqui!

12.4.09

O retorno à montanha

A Lua iluminou o caminho 
Até àquela mesma estalagem próxima à estrada,
Que abrigou o Mago certa vez
Quando veio conhecer o castelo.

Parecia espantada, mas dessa vez estava feliz
E não chorou momento algum
Enquanto o Mago trilhava seu retorno
À antiga montanha onde saudaria o passado.

Um longo e rápido vôo...
Depois um coche alugado,
Mais velho, mas também valente
Como o anterior que desbravou o desconhecido.

Viu os amigos: Fada dos Olhos o saudou
E conjurou lentes novas, para os olhos cansados 
Daquele seu bom amigo e companheiro
De outras tantas aventuras.

Foi à toca da Grande Loba,
Onde, juntos, uivaram para a Lua
Que vigiava todos os seus passos,
Enquanto trazia as recordações dos outros tempos.

Passou na velha casa, viu a amiga baiana
E tantos outros velhos companheiros
Que sorriram à sua passagem
Deixando abraços e diversas saudações...

Antes de seguir viagem, através da trilha
Onde as árvores abraçam o caminho,
Passou pelo parque e tomou água de coco...
Saudades dos tempos dos antigos passeios de bicicleta...

Encontrou os seus: o velho pai lá estava
Contente pelo retorno, mesmo que breve,
Pois ele sabe que ser feliz é o mais importante
Mesmo que exista alguma distância...

- Sentimos sua falta, Mago. – disseram as meninas em uníssono
- Então aprenderam, também, a elogiar o passado.

Mago Merlin... foi e voltou... aquele que, independente de onde esteja, continuará sempre aqui!

5.4.09

Os Pirilampos

Três meses se passaram...

No planalto, onde fica o castelo do monte,
Disseram que as estações eram diferentes
Daquelas chuvosas da montanha,
Onde a Lua morava e sempre chorava...

Após o verão viria o inverno e o frio,
Só que o outono resolveu dar uma passada mais longa.
As chuvas são raras, apesar de existir uma boa brisa,
E o Sol domina a paisagem seca.

Aos poucos apareceram os pirilampos...
Pequenos, só brilham no escuro;
Vermelhos, castanhos, amarelos,
De olhinhos brilhantes multicoloridos como aqueles aprendizes...

Ficam girando em volta sem pousar...
Alguns sorriem e outros não (são aqueles que têm medo e choram),
Assim como existem outros que são mais destemidos
E driblam o guardião sem maiores dificuldades...

- Por que ficou tanto tempo sem contar histórias, Mago?
- Sua amiga também ficou um bom tempo sem falar com você...

Mago Merlin... aquele que irá até a montanha, elogiar o passado, e que sempre estará aqui!