30.10.09

Na véspera do Dia das Bruxas

A lua crescente bem nítida de ontem

Já apontava para um dia de sol.

Logo cedo, a explosão de luz solar

Invadiu a casa do monte.


- Oiiii...Mago! - as três meninas, no uníssono tradicional, também traziam o Narrador, o Guri, o Menino e, claro, os yetis!


O Dia das Bruxas está próximo,

Assim como a lua cheia,

O Mago sairá mais uma vez

E irá à velha e querida montanha.


- Cuidem bem da casa. Adrielle precisa estudar o que fazer com a lagartinha, pois fatos novos interferirão no encantamento.

- Tomarei conta de tudo – disse Deborah – o menino o escoltará, mas voltará a seguir. Nos próximos dias, a Princesinha e o velho Pai cuidarão de você.


Acompanhado do menino, deixou a casa logo cedo,

Não sem antes orientar também o gnomo

E estranhar a ausência do dragão,

Que saíra em missão com a corujinha de olhinhos puxadinhos.


Aquele percurso até a cidade, próxima à estalagem de sempre,

Trouxe lembranças daquele tempo recente,

Onde depois se instalou grande saudade

Para terminar em desilusão, naquele encanto quebrado que nem vidro.


Divertiram-se:

Compraram brinquedos, uma nova bola de cristal,

Viram gente alegre e colorida

E, no final, tomaram sorvete!


Elogiar o passado,

Bater de frente com lembranças

Rir, chorar... chuva de emoções o esperam

Em mais um Dia das Bruxas...


Enquanto isso, lá no monte...


- Por que o dragão está cantando de voz rouca, deixou crescer uma barbicha e agora tem essas argolas penduradas no nariz e nas orelhas, Ana? - perguntou Adrielle.

- Acho que ele não cumpriu a missão. Pelo visto arrumou um novo amigo e também se divertiu muito. - e as pequenas caíram na gargalhada.


Mago Merlin... ele vai lá, mas voltará, pois sempre estará aqui!

24.10.09

No final da lua nova

Um trovão e um relampejo...

- Oi Mago!

Adrielle chegara e acabou a luz!

- Viu? Não fui eu!


Ambos riram, principalmente quando viram o assustado yeti

Correndo em direção à toca do dragão,

Para fugir da chuva que caíra a seguir

E à habitual situação constrangedora de sempre.


Foram ver as flores...

Deborah as enviara através de alguns gnomos,

Recebidos pela elfo que cuida da casa

E que também fora responsável por plantá-las.


- Ficaram lindas!

- Sua irmã tem bom gosto e a elfo também. Eram muitas e ela escolheu estas.


A chuva molhou a lenha nova,

Mas não fazia tanto frio.

As dores que o incomodaram durante a semana,

Já não mais se faziam presentes, depois de alguns feitiços.


Adrielle, por sua vez, trouxe as encomendas:

- Ana avisou que você precisava disso. - ela abriu uma pequena bolsa que trazia e tirou um potinho colorido com balinhas brancas e o entregou ao Mago.

- Sim. Prepararemos as balinhas para que você e Carla as entreguem à lagartinha.

- E assim ela virará borboleta?

- Não. Ainda é cedo... ela precisará querer...


Pão integral, queijo, presunto

E um chocolate, além de água fresca...

Lancharam e ela foi dormir,

Protegida pelo fiel yeti.


A lua nova chega ao fim,

Semana de lua crescente,

Vésperas de dia das bruxas,

Onde estará sob a proteção da Princesinha.


E naquele outro lugar, bem distante, que nunca aconteceu...

- Em breve estaremos lá de novo, Ana. - confirmou Deborah.

- Ela vestirá roupa de princesa...

- Ele não a verá, pois estará na montanha e foi esta a escolha que ela fez.


Mago Merlin... aquele que sempre esteve aqui.

19.10.09

A Volta da Princesinha

- Não te vi chegar, mas sabia que estava por ai.

- Esperei até Olhos Azuis sair.  


O céu azul de fim de tarde

Espantou a névoa que recobria o monte,

Trazendo a certeza que alguém iria chegar

Para espantar o frio.


Ana chegara, mas foi ter com o Dragão;

A seguir sentara a seu lado

E assim ficara quieta,

Somente fitando seus olhos.


- Faltou o molho, mas vou improvisar, se importa?

- Como se você não soubesse – ela riu.


Comeram a pasta em silêncio.

Algum objetivo aquela visita teria,

Mas ele preferiu não arriscar um palpite

E somente ficou feliz com sua presença.


Subitamente ela levantou:

Caminhou até a cadeira, onde repousava sua mochila,

Tirou alguma coisa lá de dentro e abriu um portal luminoso,

Onde se via um jardim e uma princesa.


- Trouxe pra você.

- O que é, Beatriz?

- Só você me chama assim...


Atravessou o portal e, naquele jardim,

Abraçou a princesinha, como nos velhos tempos.

Sentaram, então, num banco de cimento rodeado por flores

E conversaram durante longo tempo.


Voltou satisfeito (é bom matar saudades)

E Ana o esperava com um sorrisinho.

Ela recebera algumas corujas

Com notícias de que ele estaria triste...


- Gostou? - ela perguntou.

- Como se você não soubesse. - ele riu.


Mago Merlin... no (con)fuso horário diferente... mas continuando por aqui, como sempre!

17.10.09

Pois é (2)!

E daquilo que foi dito,

Fica o desfeito do que sente...

E como se nada foi redito,

Volta aos costumes de antigamente.


Provoca reações com inverdades,

Pois amigos é que não são,

Já que treme ao lhe chamar

E quando ele responde sem te olhar.


Tenta falar do bem querer,

Ao outro inexistente,

E ele ignora, mente, finge não ver,

Pois ao desprezo não houve perdão.


E ela ainda pensa e ele fala,

Ela escreve, mas ele pouco ri,

Ele não mais canta e não a vê recitar,

Pois agora é inútil mais cantar.


A névoa recobriu o monte...

As meninas foram embora,

Pois também precisam descansar,

Assim como o Guri e os demais.


De longe ressurge a flor do campo,

Trazendo lembranças da montanha,

Onde fora seu lugar

E pra onde ele vai voltar...


“E a nova vida já vai chegar

E a solidão vai se acabar”


Mago Merlin... ode ao Francisco... aquele que sempre esteve aqui!

11.10.09

Iha Iha Iha Oh

Há três dias...
- Ops! Desculpe! - Adrielle esbarrara no Mago que segurava aquele pequeno púcaro de porcelana que chamara a atenção de Ana.
- Quebrou que nem vidro... melhor assim... não precisa pedir desculpas, pequena Dri!

Ontem...
- Guri: tome conta de Adrielle. Volto amanhã.


O Mago aceitara um convite de Alice,
Para conhecer uma festa em terras distantes,
Onde havia muita música, diversão e gente animada
E onde dançaram a noite inteira, observados pelo gato que sorria.


Hoje...
Ana chegara mais cedo
E providenciou o dia de sol.
Enquanto esperavam pela volta do Mago,
Admiraram o trabalho da elfo que também cuidara das flores.


Ele chegou cansado, porém satisfeito.
Abraçou a todos e estava sorridente.
Cantarolava baixinho umas canções
Falando de uma marreca e de barris de fermentado de cevada.


- O que está escrevendo, Narrador? - ele perguntou.
- Sobre o encantamento... o tema de Adrielle. - disfarçou o Narrador, escondendo o último comentário.
- Hum... sim! Vou beber água e descansar.


Enfim, foi bom.
Ainda resta um dia de descanso,
Onde coisas serão planejadas
Enquanto segue a primavera.


E o último resquício daquele encanto,
Em mil pedaços ele virou...
Esta ciranda não gerou mais pranto,
Pois a ferida cicatrizou...


Fada Rosa foi embora... que ela seja feliz!

Mago Merlin... cansado... aquele que continua sempre aqui!

4.10.09

O Encantamento

- Entendeu direitinho, Adrielle?
- Sim... é fácil. E é mesmo o tema que a professora me passou...


O bom humor recheara a casa no fim de semana.
Alice divertiu-se com ele, enquanto discutiam o encantamento.
Estava descansado e cheio de idéias,
Mesmo que preferisse algum recolhimento para ler.


A chegada das meninas foi nítida,
Pois Deborah fizera surgir a lua e as estrelas,
A seguir de um belo por do sol
Que aquecera a tarde de uma sexta-feira fria de primavera.


Dispensara o Dragão quando viu que não mais sairia,
Abrira uma garrafa de vinho branco,
Enquanto tentava entender o que ela deseja,
Já que voltara pouco depois que ele lembrou, mais uma vez, de seu rosto.


Adrielle verificou o material:
Canetinhas, lápis, borracha, apontador,
Estojinho cor de rosa, tesourinha e cola...
O encantamento assim seguirá...


Ana preferiu fuçar a casa...
Procurava alguma coisa que nem sabia o que era
E encantou-se com um pequeno púcaro de porcelana,
Novidade temporária, já que tinha destino certo.


O gnomo veio conferir as plantas.
Pegou limões, avisou às formigas que elas irão embora,
Identificou margaridas e flores do campo
E depois se foi...


Deborah preferiu conversar com ele,
Já que novo mistério se apresenta:
Por que a volta, depois de tanto tempo,
Como se nada tivesse acontecido?


- Vim ver como você estava.
- Como se você não soubesse...


Cresceu o sábado sem sol,
Véspera de lua cheia,
Ainda escondida pelas nuvens,
Deixando somente a certeza de que ela está lá.


No domingo chega o Guri,
Trazendo mais escritos...
Enfim somente uma tradução
Editada a seu jeito.


- Lerei, então, antes que a elfo sirva o almoço. - disse o Narrador.

“ Quando você percebeu
O quanto eu precisava de você,
Que te amava o tempo todo
E que jamais te deixaria...


Você disse que tinha uma coisa ou duas
Para me contar e eu não percebia, 
Porque a gente se olhava nos olhos
E ainda havia um sorriso...


Então, finalmente você me contou
Que não queria meu amor nunca mais
E foi aí que você me magoou,
Pois você foi embora...


Agora volte pra cá e veja
Que eu não posso ficar sozinho,
Que eu preciso de você e que você precisa de mim
Because I need you and you need me...”


- …...!

O silêncio foi interrompido pela elfo...

Almoçaram... se despediram.

Ana olhou mais uma vez para o púcaro
E depois, ternamente, fitou os olhos do Mago.


- Adrielle te ajudará no encantamento. Breve eu volto. - e o abraçou.

Deborah novamente fez o sol sorrir
E uma nuvem de passarinhos as rodeou,
Mas ainda pode-se ouvir o uníssono:


- Xauuuuuuu, Mago!

Mago Merlin... voltou a ler o livro, num ode aos Beatles... mas continuou por aqui, como sempre!