23.11.10

Walk to Remember

Apesar da névoa clara,
Que impede a visão do luar,
Ela está lá em algum lugar
Em prata e porcelana, linda como sempre...

Ana e Adrielle foram ao jardim.
Seus olhinhos brilhavam ao procurar a lua
Em algum lugar naquele infinito,
Onde outras estrelinhas haviam de brilhar também.

Inicialmente, com passinhos delicados,
De mãos dadas a seres invisíveis,
Iniciaram um rodopiar misterioso
Com movimentos de dança sofisticados.

Suas roupas iniciaram uma transformação
Surgindo vestidos esvoaçantes de tecido suave,
Enquanto a névoa absorvia os poucos feixes de luz
Que tomavam cores diversas e brilhantes.

Cada vez mais depressa, num ritmo musical,
Pareciam multiplicadas de tão rápido que dançavam.
Em dado momento, pareceu que ela assim entendeu
E, coberta inicialmente por um manto negro, materializou-se.

- Por que me chamaram, pequenas elementais?
- Bom… não somos bem isso, mas queríamos companhia para dançar!

A música foi retomada e a Lua deixou cair seu manto,
Deixando à mostra um belo e brilhante vestido
Totalmente branco e longo, igualmente esvoaçante,
Contrastando com o rosa e azul das meninas.

Impossível descrever a cena
E fica a critério de cada um:
Misture as cores, os contrastes e os brilhos;
Envolva tudo em sentimentos... talvez seja possível imaginar.

O que importa é que tal sentimento tem que ser grandioso,
Maior do que se possa alcançar; deve ser livre e real;
Deve ter o poder de mudar tudo o que se sente;
Pode até ser sombrio, mas tem que ser verdadeiro...

E dessa forma é que se dança sob a luz da lua...
Mas, quem sabe, isso deve ser amor...

Mago Merlin... aquele que sempre esteve aqui!

20.11.10

Lealdade, Amor e Determinação

Nem bem chegou a lua cheia
E os lobos, auxiliados pela bruxa,
Atacaram, ainda de dia, longe da casa,
Num salão onde haveria um evento.

Eis que, do nada, milhares de pirilampos
Adentraram pela porta, como se fossem guerreiros
Iguais àqueles de Terabithia,
Orientados por Ana e Adrielle.

- Oi Mago!

Aquele uníssono já se fazia saudade
E viera de forma inesperada.
Sentadinhas com os demais,
Assistiram a tudo muito encantadas.

- O Dragão já espantou os lobos. Agora você precisa partir na direção do mar. Papai Noel o aguarda por lá.

E assim viajou para as terras de Alice,
Que fica próximo ao mar e onde seria o tal encontro.
Há alguns anos, lá foi procurar seu presente
E, desta feita, somente seguiu as instruções de Ana.

Grata surpresa: lá estava ele e alguns clones,
Controlando uma verdadeira tropa de pinguins,
Que retornaram da Bahia, e também alguns risonhos ursos
À volta da conhecida árvore.

- Ho Ho Ho! Que confusão isso aqui!
- Olá, Noel! Não sabia que você tocava flauta.
- Já trouxe as cartinhas? Vocês estão bem atrasados.
- Hum...

Papai Noel deu a diretriz do dia:
Primeiro encontrar três bruxinhos valentes
Que enfrentam perigos indescritíveis,
Confirmando sua lealdade incondicional ao amor;

Mais adiante, retornar aos livros,
Pois a história de Alex e Niki não terminara,
Depois do encontro na Ilha Blu,
E rever os olhinhos daquela jovem decidida seria algo totalmente imperdível.

Lealdade, amor incondicional e determinação
É o grande presente que todos esperam:
Difícil de encontrar, talvez só exista em sonhos,
Mas sua procura ainda é uma coisa que vale muito a pena.

Mago Merlin... nas terras de Alice (por onde é que ela anda?)... aquele que continua por aqui, como sempre!

17.11.10

Outra Calmaria?

Não cheguei a contar antes,
Por pura falta de vontade,
Já que uma pretensa calmaria
Instalou-se por toda a parte.

Coisas de fim de ano...

Já se fala em Natal e a casa ficou vazia.
De tempos em tempos isso acontece,
Pois as meninas voltam para lá (onde é mesmo?),
Mas retornarão ao monte em breve.

Sendo assim, ele foi para a cidade:
A mesma que esteve há dois anos
E até encontrou a Garotinha por lá
O que, certamente, não aconteceu dessa vez.

Procurava somente um movimento
E, talvez, só um momento com ele mesmo,
Na estrutura de vielas em concreto,
Porém com sonhos espalhados para todos os lados.

Pessoas procurando alguma coisa diferente,
Que nem elas sabem bem o que é,
Correndo de um lado para o outro,
Iluminadas pelas vitrines de cristal.

Os livros brilharam seus olhinhos quando ele apareceu:
Pareciam borboletinhas dispersas por todos os lados,
De todos os tamanhos, cores e desenhos,
Voando sobre as flores de primavera.

Ele agradeceu a acolhida (foram gentis),
Mas escolheu somente um novo livro mágico a escrever,
Durante o ano que se iniciará,
E prometeu voltar outro dia, à procura de um piscar.

Nada a fazer, somente aguardar...
Mas sonhar ainda é possível
Assim como inventar coisas diferentes
Para fechar, com chave de ouro, outro ano que se vai...

Mago Merlin... aquele que sempre esteve aqui.

10.11.10

A Despedida das Fadas

As meninas correram para a varanda dos fundos,
Enquanto um vento fresco soprava as folhas da árvore
E alguma coisa parecida com pequenas flores
Ia caindo, aos poucos, por todos os cantos, cabelos e pelos.

Com a chegada de tempos mais quentes
E dias mais azuis (bom... isso é modo de dizer),
O trabalho das fadinhas terminou
E agora o restante ficará para as pessoas comuns.

Milhares delas enfeitaram os cabelos de Adrielle e Ana,
Algumas entraram pelas narinas do Dragão
E outras se misturaram aos pelos dos yetis
Que corriam pra bem longe de um eventual espirro já conhecido.

Aos poucos foram se organizando
Até tomarem uma forma humana.
Saudaram o Mago e os demais,
Abraçaram as irmãs e saíram voando por ai.

Cuidar das flores, suas pétalas, folhinhas e hastes
É como cuidar dos sonhos, daquilo que desejamos
E daquilo que devemos respeitar:
Necessita de gentileza, dedicação e amor.

Que sejamos bons jardineiros,
Pois em breve chegarão os frutos
Que deverão ter o gosto doce
Mesmo que carreguem alguma amargura...

- Ei Guri! E a história do roedor?
- Era um gato... mas isso eu conto outra hora!

Mago Merlin... aquele que sempre esteve aqui!

3.11.10

Visita ao Mago da Mente

Há alguns anos, quando veio mais para o sul,
Outro mago resolveu ir bem mais longe,
Onde as terras são mais quentes que aqui
E os coqueiros equivalem às araucárias.

Olhos Azuis também mora por lá,
Mas ainda não foi dessa vez que a encontrou.
Após as bodas e um passeio pelos faróis,
Foi visitar o velho amigo.

Por lá ficou uma noite e um dia, até retornar ao Bonfim,
Trocando ideias, provando iguarias locais
E ainda encontrando o Príncipe Pedro,
De quem o Mago da Mente cuida.

Na volta ao Bonfim, encontrou Adrielle devorando um misto quente.
Grata surpresa, já que isso não fora programado.
Vestia um short de malha azul marinho
E uma blusinha de flores azuis, mas a sapatilha rosa a identificou.

Disfarçada como alguém que acontecera,
Andava de um lado para o outro, no salão de jantar,
Até parar perto dele e conversar um pouco,
Discretamente, para não estragar o disfarce.

- Depois daquele por do sol você já sabia que a gente estava aqui né?
- Logo imaginei, porque realmente foi um lindo presente aos noivos.
- Sim! - confirmou sorridente - Ana providenciou, mas quem empurrou o barquinho fui eu!


Foram dormir cedo, já que longa seria a volta.
Ana não apareceu, pois foi ter com Wolverine
Que cumprira sua missão com maestria,
Durante todo o período de viagem.

Adrielle seguiu de avião com o Mago
E usou outro disfarce, para viajar na segunda fileira,
Enquanto Ana voltou com os yetis,
Deixando todo o caminho final sem nuvens.

- E então? – saudou o Guri – “Viajandão” né?

Mago Merlin... foi lá de novo, mas já voltou... e continua por aqui... como sempre!