31.12.10

Roupa Nova

No mundo dos sonhos existe o “Era uma vez”,
Onde uma bela história é contada,
Passa por atropelos, dificuldades diversas,
Até chegar no “Viveram felizes para sempre.”

Mas a gente sabe que “o pra sempre, sempre acaba”,
Assim como alguns sonhos, alguns anos (como o atual),
Onde realizações existiram (porque os sonhos são assim)
E algumas chamas se apagaram, quando não se tornaram amor eterno.

Agora é aquela hora de jogar muita coisa fora,
Aquelas coisas que já cumpriram sua parte
Ou que não fazem mais diferença;
Hora de vestir uma roupa nova e seguir em frente.

Hoje meus personagens não vão aparecer aqui,
Pois eles estão se divertindo muito lá naquele lugar
Que, apesar de nunca ter acontecido, vive dentro da gente,
No mundo mágico do amor incondicional.

Deixo aqui parte de um outro presente que recebi
Do amigo Élio (Aprendiz), representando todos aqueles outros
Que vivem e moram no meu coração,
Já que “saudade é um elogio ao passado”

Reflitam... pensem duas vezes algumas atitudes,
Principalmente quando te oferecerem amor e você recusar,
Pois amor é uma coisa que não se recusa,
Mas isso acontece por ai...

“Sejamos capazes de celebrar a vida a cada dia deste novo ano que se inicia, de forma a torná-lo memorável, inesquecível e indispensável em nossa história. Fujamos das convenções e das chatices de nosso tempo! Vestir branco, queimar fogos ou estourar champagne não nos garantirá dias mais felizes. Voltar para o interior e tentar entender o que realmente nos faz felizes é uma necessidade, não um capricho. Seja numa tribo indígena, num casebre no meio do nada, num barco de pesca à deriva no mar, no Alaska, completamente sozinhos ou em grupo com os amigos, celebrar a vida é uma escolha íntima, uma atitude, a qualquer tempo e lugar, que afeta o curso da nossa existência. “Hoje é meu dia de gente”, diz a letra da canção. Saibamos multiplicar os dias felizes, ouvindo mais a nossa própria alma e menos as ambições do mundo. Sejamos mais sensíveis aos outros e menos autistas. Inebriemo-nos com as transformações proporcionadas pela vida enquanto o tempo assim nos permitir, pois ele, apesar de sereno e paciente, cedo ou tarde nos puxará pela mão.”

Mago Merlin... aquele que continuará sempre por aqui! Feliz Ano Novo!

30.12.10

A Chegada 3

Já pela terceira vez, o Mago chega à casa do monte.
Diferente dos outros anos,
Chegou um dia depois,
Mas isso não fez nenhuma diferença.

A casa estava arrumada (a elfo fez um bom trabalho),
Mas o jardim precisava de atenção (ah! esse gnomo!).
Um silêncio muito grande se fazia presente
Como é comum nessa época do ano.

Apesar do calor do dia,
Uma brisa fresca preencheu o vazio
Deixado por mensagens não respondidas
E incógnitas ainda presentes.

Desarrumar as malas,
Escrever as últimas notas no livro mágico,
Lembrar-se das coisas boas que se passaram
E imaginar sempre como seria bom se fosse diferente.

Em dado momento, aquela música tocou.
Achava que nem a escutaria mais,
Porém não foi bem como ele queria
Já que somente assuntos vagos foram ditos.

Enquanto isso, lá naquele lugar que nunca aconteceu...

- Por que ela não respondeu as mensagens, Deborah?
- Nem imagino, Adrielle. Até pensei que ela fosse sumir de novo.

Mas isso a gente conta outro dia...

Mago Merlin... aquele que sempre esteve aqui! Será que Fênix encerrará o ano novamente?

29.12.10

Reencontros

A última etapa da viagem seria perto do mar;
Lá onde também mora o Velho Pai,
Porém, dessa vez, ele ficou na terra dos antepassados,
Enquanto o desafio seria encontrar o eremita.

Iria sozinho, apesar dos apelos de Ana,
Para que ela também fosse (achou que seria mais seguro assim),
Mas são momentos que, às vezes, é melhor passar sozinho mesmo,
Afinal, isso também faz parte...

Só que sozinho ele não ficou:
Apesar da chuvarada, não houve desânimo
E logo encontrou velhos e queridos amigos
Dos tempos da Marambaia.

Não parou por ai:
No momento que decidira ver a bela árvore,
Que brilha naquele coração,
Recebe um convite do amigo aprendiz!

Ah! Mas não foi só ele!
Outros com ele se reuniram num jantar,
Para contar novidades, elogiar o passado
E falar dos planos para o futuro.

Com tudo isso o eremita não teve a menor chance,
Pois, mesmo distantes, aqueles que importam
Sempre estão presentes, não nos esquecem,
E nos encontram quando isso é possível.

Enfim, essa jornada acabou;
Hora de novos tempos, com as energias recuperadas
E com a certeza de que ainda há muito a acontecer
Num futuro não muito distante.

Mago Merlin... já voltou... mas continuou por aqui como sempre.

27.12.10

A História de Melinda

- Viemos ver como você está.
- Sente-se Beatriz. Coma uma rabanada. Você também, Melinda. Contarei sua história.

Nascida em momento raro,
Ela sempre foi diferente de seus semelhantes:
Gostava do sol, das flores, das borboletinhas
E tinha muito mais jeito de princesinha do que o esperado.

Assim cresceu bem diferente e bonitinha
Até começar a entender realmente a situação:
O poder que com ela nascera
Assustava mais do que acalentava.

Tinha a força e a agilidade do vento,
Mas a candura da mais bela flor
E isso a impedia de ser má,
Passando, então, a ser perseguida por seus pares.

Mudou, virou rebelde sem causa;
Alternativa, trocou o colorido pelo preto
E vagou pelo mundo das guerras,
Sobrevivendo, fugindo, procurando...

Até que numa noite de lua cheia,
Seus inimigos naturais a encontraram
E ela quase sucumbiu sem forças,
Não fosse a presença da irmã mais poderosa.

- Bom... o restante o Narrador já contou.
- Sim... foi mais ou menos isso mesmo.
- O feitiço foi presente de Natal, mas teremos que esperar a próxima lua cheia.
- Mas do que se trata esse feitiço, Mago?
- Deborah te explica depois, Beatriz.

E assim virão transformações,
Aquelas que devemos fazer sempre,
Pois que nos arrependamos do que fizemos
E não daquilo que deixamos de fazer.

Se deseja, peça;
Se ama, declare;
Se dói, chore;
Mas não deixe de ser feliz somente porque tens medo...

Mago Merlin... aquele que sempre esteve aqui! !

26.12.10

Voltando um pouquinho no tempo

Uma festa estava prontinha para o Mago.
Melinda e o Guri o levaram novamente à véspera do Natal,
Mesmo antes do Papai Noel aparecer para o “confere”,
Só que isso tudo foi lá naquele lugar que nunca aconteceu.

As meninas reuniram pessoas queridas:
Garotinha, malas prontas para a Índia;
(K)Clown, reclamando das hipocrisias natalinas;
Moranguinho, a própria carinha de criança!

Sininho demorou um pouco pra ser encontrada,
Mas criou um certo frisson ao dizer que vai ao monte,
Não sem antes aparecer num determinado evento musical
De uma colombiana famosa, daqueles tempos de infância.

Fênix também deu uma passadinha:
Falou que novamente ressurgirá das cinzas,
Deixou beijos e abraços e promete notícias
Se isso o tempo o deixar.

Ana não saiu de perto dele em nenhum momento,
Já que as corujas que ele enviou voltaram sem resposta
E a Fada Madrinha já tinha avisado às meninas
O que poderia ser feito...

Lá pelas tantas...

- Ho Ho Ho! Peraeeee... o que ele está fazendo aqui?
- Ho Ho Ho! Eu sempre chego primeiro! – respondeu o (K)Clown

Papai Noel distribuiu os presentes:
Capa de chuva rosa e mágica para Adrielle,
O que gerou risos e uma piscadinha do Mago para ele,
Já que agora essa capa aumentaria muito os poderes da pequena.

Entre livros, caixinhas coloridas, estrelinhas mágicas,
Cada um ganhou um presente diferente
E ai teríamos que ficar horas aqui descrevendo
Principalmente se formos falar do feitiço para Melinda e o Guri.

Vamos dizer, então, que foi uma ótima surpresa,
Daquelas que nunca acontecem,
Mas que podemos imaginar a todo o momento
E que um dia podem se tornar realidade.

Mago Merlin... preparando para o Ano Novo... aquele que sempre esteve aqui!

25.12.10

Mais uma vez o Manuscrito

- Por que você não volta pra lá?

Em dado momento, o cansaço surgiu,
Os pensamentos mudaram,
A realidade se mostrou mais dura
E o sonho começou a se dissipar.

Tentou pegar de novo os pedaços
Daqueles momentos que ele pensou nela
Imaginando como seria
Se ela estivesse lá antes de tudo.

- Então eu me mudo pra lá e aí você vai...

Resolveu agir diferente dessa vez:
Sem jogos (não é um xadrez), sem segredos,
Seguiu seu instinto, seguiu alguns sinais,
Da trilha deixada pela estrela azul.

De alguma forma (que ele ainda não sabe)
Isso funcionou e a fez pensar.
Só que seus (dos dois) pensamentos estão confusos
E não existe nenhuma certeza do que fazer agora.

- Quer dizer que eu sou a diferença nessa sua decisão? Que fofo!

Voltou, então, ao “Manuscrito”
Num ode contínuo à poesia cantada,
De um jeito doce e seguro
Como ela assim o é quando deseja.

“Eu só sei que não
Quero viver
Uma vida dedilhada
Cansei de pensar demais
E os erros meus
Não são iguais aos erros
Que deixei pra trás
E aqueles velhos medos
Não assustam mais”

Melinda e o Guri surgiram às suas costas...
- Viemos te buscar...

Mago Merlin... essa história continua... aquele que sempre esteve aqui!

Presentes de Natal

Já passava muito da meia-noite:
Presentes distribuídos, uma ótima ceia,
Amigos, parentes e alguns agregados,
Tudo conforme a tradição manda.

- Ho Ho Ho!
- Ah! Sim! Velho amigo (K)Clown!
- Bota os óculos, velho Mago, este ano eu cheguei antes dele!
- Você continua ridículo Papai Noel!

Vestindo uma capa de chuva amarela
Por cima da roupa tradicional,
Com um crachá onde se lia “Estado de Greve”,
Papai Noel pulou a janela e começou o assunto.

- Ainda bem que você deixou a janela aberta. Aqui não tem chaminé!
- E o pozinho que a Fada Madrinha entregou pra você?
- Você tem mais um pouco aí? O meu está no fim!

O Mago pegou um potinho e deixou com Noel,
Não sem antes perguntar do que se tratava o crachá,
Já que nem ele e nem as renas era aeroviários,
Apesar de terem sugerido que as renas eram algo “aero” semelhantes.

- Bom, me pediram isso de Natal e aí estou dando uma força.

O Mago então fez o “confere”:
Dragão: regador novo; Guardião: cajado novo;
Guri e Melinda: um feitiço (depois a gente conta isso);
Priti e Sid: muitas roupinhas de bebê.

- Veja, Mago: aquele encanto do “princesa voltar a ser fada” é meio complicado.
- Mas você não foi lá falar com a Fada Madrinha?
- Ela deu um visto provisório que já está em uso. Só que o definitivo tem que passar por muita burocracia; mas ela deu uma dica: princesa transforma sapo em príncipe com um beijo, portanto acredito que beijo resolva isso também (roubado não vale).
- E o que as meninas, o menino e o Narrador pediram?
- Leia...

Papai Noel entrega a cartinha que recebera das meninas.

“Querido Papai Noel!”

Na cartinha elas somente pediam
Que o Mago tivesse seus desejos realizados.
Abriam mão de qualquer outra coisa
Da mesma forma que o Narrador e o menino.

Sem saber o que dizer e o que pensar,
Ele pediu para que Papai Noel escolhesse os presentes
E assim os entregasse o mais breve possível,
Para que não fosse perdida a magia do momento.

- Você bem sabe que isso não depende de mim né?
- Sim, Noel... isso está mais para a Fada Madrinha mesmo.

Pulando novamente a janela
Lá se foi o Papai Noel
Na direção do infinito
Para aquele lugar que nunca aconteceu...

Feliz Natal!

Mago Merlin... aquele que sempre esteve aqui!

23.12.10

Saudando o Passado

O yeti, mais uma vez, trouxe o Narrador.
Ana, muito preocupada, determinara que ele deveria vir,
Mesmo sendo agora Deborah que comandasse as ações;
Mas enfim, ela não se importou com isso.

- Boa noite, moças e moços! Podem pedir para que este simpático ser me coloque no chão?

As risadas ecoaram por todo aquele lugar que nunca aconteceu.
Como da outra vez, o yeti o trouxe de ponta cabeça,
Ambos totalmente encharcados pela chuva que cai na montanha,
Dessa vez devido ao choro de felicidade da lua cheia.

- Se Alice estivesse aqui ela perguntaria por que essa lua chora tanto. – comentou Adrielle.

Já devidamente seco (isso foi bem rápido)
Começou a contar as novidades desde a saída do monte,
Passando por aquele outro lugar onde ele lida
E onde ainda ficou até a chegada do verão e da lua que "eclipsou".

- Enfim... a partir daí, estalagem de sempre e avião mesmo. Coche alugado, caminho até a montanha.

Lá chegando, foi rever os velhos amigos,
Aqueles que sempre vão valer a pena,
Que cuidavam dele, ajudavam em tudo
E eram a companhia nos dias mais complicados.

Almoço com a amiga baiana,
Já de malas prontas para rever os seus também,
Mas aguardou sua chegada,
Para elogiar o passado, como sempre.

Um tempo foi reservado para os víveres
E outro tempo foi separado para esperar a chuva passar,
A luz retornar (este apagão não foi culpa de Adrielle)
E para um merecido descanso.

No outro dia, muita correria,
Pois saiu com a professora nova,
Para as compras anuais para os pequenos
E depois foi encontrar a Fada dos Olhos.

- E o que houve com a Professora?
- Agora só cuida de Maria Clara!

O Narrador ainda contou uma coisa ou outra
Antes de ser carregado de volta pelo yeti,
Pois ainda não acabou a viagem
E logo ele estará com o Velho Pai.

Antes de sair, Ana perguntou baixinho:
- E como ele está?
- Bom... feliz com certeza e imaginando coisas mais do que nunca.
- Explique melhor isso.
- Como se você não soubesse...

Mago Merlin... elogiando o passado... aquele que sempre esteve aqui!

Coisas que ficaram para outro dia

Num encontro imaginário,
O Narrador leva uma “dura” da Fada dos Olhos…

- Ele vai te encontrar na montanha...
- “To” sabendo, mas o que eu quero saber mesmo é o que você não contou!
- Ah! Mas eu sempre conto tudo...
- Conta nada! Sempre fica história para contar noutro dia!
- Hum... quer que comece, então, por onde?


Era uma vez... algumas coisas que ficaram para outro dia!

Dos diversos personagens que surgiram,
Alguns há muito não se tem notícia,
O que não quer dizer que eles não estejam por ai
E sim que não houve oportunidade de falar.

- Fala dos bichos Narrador: cadê o serelepe e as corujas?

De Errol eu já contei há tempos
E Edwiges tombou ao enfrentar Voldemort.
O serelepe sumiu assim como a amiga do Guri
Que, dizem, de tão bela, agora é modelo internacional.

- E a corujinha dos olhinhos puxadinhos?

Sumiu também... Quase morreu de desgosto
Ao ver todas as trapalhadas da sua dona
E o Mago achou melhor mandá-la para um lugar seguro,
Antes que mal maior acontecesse.

- E o coelho que era uma princesa?

Como era princesa, deverá encontrar um príncipe;
Se fosse fada, precisaria de um curinga,
Mas isso eu já expliquei outro dia,
Pois é uma história da Fadinha Sininho.

- Mas o Guri ficou de contar uma história de um roedor...

O roedor era outro coelho;
Por ser coelho, de repente também era outra princesa
E aí seguiu sua vida, procurando os príncipes encantados,
Mas creio que só tem encontrado sapos...

- Tá... você só me enrola! E essa história confusa da fada que virou princesa e que toda hora aparece e que eu não entendo nada?

Um dia essa fada encontrou o curinga de sua vida,
Mas ela se assustou e resolveu sumir.
A pedido do Mago, Ana quebrou o frasco e o encanto
E ela passou a ser princesa.

Só que essa história não terminou por aí
E acabo voltando nela toda hora,
Já que Ana resolver insistir no assunto
E o Mago assim permitiu que ela fizesse.

- Ah! Sim... graças às suas "sensacionais explicações" agora eu já estou totalmente perdida nas histórias!
- Bom... mas aquelas histórias da lua que chorava e coisa e tal você já entendeu né?

Nessa, aproveitando um descuido da Fada dos Olhos
Que já tinha aberto sua mochila mágica, igual à de Ana,
De onde tirara uma poção midriática para tentar ver através dos olhos dele,
O Narrador pulou pela janela, aproveitando os ensinamentos do amigo (K)Clown

E picou a mula...

Muito personagens, todos muito queridos,
Passam todos os dias pelo País dos Sonhos Verdes,
Onde a grande verdade é o amor e a consideração
Que existe por todos esses seres que são mágicos.

O Natal está chegando e essa é a grande mágica:
Dos sonhos, da luz, da imaginação
Que fica sempre presente
Em todos os nossos corações.

Mago Merlin... já está na montanha... mas continua por aqui, como sempre!

19.12.10

Malas (quase) Prontas

Antes de sair com Melinda, Adrielle, além da chuva,
Providenciou um minúsculo envelope
Para que o Guri utilizasse seu conteúdo
Caso outro tipo de lobo ameaçasse a tranquilidade da moça.

- Quem está ai? – perguntou o Mago.


Dois sapos molhados, enlameados e deprimidos
Batiam na porta dos fundos da casa,
Ao que parece procurando alguma princesa
E completamente arrependidos de alguma atitude anterior.

- Hum... acho que Rapunzel está disponível.


Com aquele olhar de urso panda,
Quando passa um carro barulhento,
Foram enviados à base da torre da princesa,
Onde terão que convencê-la a jogar suas tranças.

- Essa foi meio pesada, não é mesmo, velho amigo?

O trovão nem terminara ainda de soar no espaço,
Quando Deborah e o menino se materializaram no meio da sala,
Onde a confusão das malas em arrumação
Deixara o dia muito divertido.

Abraços emocionados entre todos.
Ana chorava muito agarrada a Deborah e Adrielle;
O menino era saudado pelo Guri e o Narrador
E até o Dragão veio relembrar os bons tempos.

- Achei que vocês chegariam hoje – disse o Mago – os sinais foram bem nítidos.

Já mais velho (o tempo onde eles foram é algo diferente)
E também mais experiente, contou de suas aventuras,
Do quanto aprendeu na jornada,
Mas não confirmou se eles vieram pra ficar.

- Vim buscar as meninas e iremos ter com Priti. As gêmeas nascerão em breve e ela precisará de ajuda. Sem contar que Melinda não pode ficar por aqui na conjunção da lua cheia com o verão... não será seguro... da outra vez, quando nos conhecemos, foi uma ocasião semelhante. – disse Deborah

O Guri fez aquele olhar de “gato de botas”
E Deborah, sorridente, confirmou que ele iria também
Ao menos para passar o Natal, lá naquele lugar que nunca aconteceu
E que o Narrador conhece muito bem.

Mais tarde, com tudo mais ou menos pronto,
O Mago preferiu o sossego de sua poltrona
E Ana veio pra perto, com um olhar satisfeito,
Sentando no seu colo e acariciando seu cabelo.

- Obrigada.
- Pelo que, Beatriz. Eu que devo agradecer.
- Pelo seu amor, que nos fez existir ao menos por aqui.


Silêncio... hora de dormir.

Mago Merlin... malas (quase) prontas... aquele que sempre esteve aqui.

Perfeita

- Você foi perfeita! Ele nunca teve dúvida, mas confesso que eu já não acreditava mais nisso!

Assim começou um bilhetinho
Que Ana deixou em cima de uma caixinha,
Daquelas que ela guarda com carinho,
Algumas que até ele deu pra ela.

Muito mais que uma companhia,
Que poderia se distrair de outra forma,
Você olhou pra ele e ficou perto dele,
Naquele momento que ele tinha só você.

Mostrou o que é dedicação,
Quando a gente deixa nossas coisas
Pra deixar quem se gosta feliz,
Sem considerar isso um grande sacrifício.

Isso tudo de forma gentil e delicada,
Até no momento de dizer que estava na hora,
Quando Cinderela vira borralheira
E a carruagem volta a ser abóbora.

Medos não existiram e você foi segura
Como o é quando “brigam” e colocam tudo pra fora,
Pois assim nada sobrará para o futuro
Já que se fez o que se achava certo.

Fiquei feliz e ele também;
Não te cobrarei nada além,
Pois isso pertence ao destino
E que aconteça aquilo que tiver que acontecer.

- Nossa, Guri, que cara de ressaca!
- “Me deixa”, né Adrielle! Agora foi sua vez né?


“E a dor some no vazio
Que o seu beijo preencheu
Da flor somem os espinhos
É assim o mundo que você me deu

Em lugar de mil palavras
Deixa o instinto se exercer
Deixa o íntimo silêncio percorrer só...

Apesar de ser tão claro
Eu não consigo entender
E apesar de ser tão imenso
Cabe em mim o mundo que você me deu.”

Mago Merlin... seguindo o “Manuscrito” e arrumando as malas... aquele que irá para a montanha em breve, mas continuará por aqui como sempre!

Ela/Ele e a Formatura

”Ela e ele viam o mundo sob a mesma luz...
Isso é tudo e era tudo que havia entre os dois em comum.
Se conheceram no inverno de 2002(9);
No vento um prelúdio do que viria depois.”

Durante a cerimônia, Guri, Ana e Adrielle
Misturaram-se aos demais convidados,
Enquanto o Mago permaneceu próximo aos formandos
Como fora orientado pela diretora.

“Do frio,
Desculpa se fez, pra ele estender seu casaco nos ombros dela.
O inverno, então, se desfez
Quando ela em troca lhe deu, com o olhar, um abraço.”

Como na montanha, um a um eles foram chegando;
Bonitos e elegantes assim como seus mestres,
Onde o Mago também fora convidado
Para apadrinhar tamanha conquista.

“Ele era um aspirante a poeta, ela era a inspiração...
E pra ele qualquer coisa nela despertava uma canção.
Ela, que sempre buscava em tudo um por que,
Com ele bastava estar, sentir e viver.”

Terminado o protocolo,
Homenagens, imagens, choros e despedidas.
Segue então um baile com conversas, danças
E mãos que timidamente se entrelaçam.

“O tempo voava pros dois
E nem todo tempo do mundo seria o bastante.
Os dias vividos a dois, provavam que a eternidade
É (pode ser) só um instante.”

E na eternidade do momento doce e sutil,
Onde o que importa é ser feliz,
Eles assim o foram: em meio a abraços sem medo,
Lábios se tocam num beijo roubado... ao som da chuva.

- Aeeeeeeee!!!
- Calma… sem uníssonos – disse o Guri – Melinda já está pronta? Adrielle já escondeu a lua com essa chuvarada e agora você já pode sair!

E o Guri foi com Melinda ao baile,
Mas essa parte a gente conta num outro dia...

Mago Merlin... tudo “Manuscrito” pela Sandy... aquele que continuará por aqui, como sempre!

17.12.10

Celebrações

O terceiro dia de celebração na montanha
Aconteceu um pouco mais tarde este ano,
Coincidindo com um evento semelhante
Que acontecerá amanhã no monte.

Ana estava apreensiva e andava de um lado para o outro
Repassando tudo que deveria acontecer no dia seguinte,
Para evitar falhas, imprevistos e os conhecidos “canos”,
Já que Adrielle tinha um temporal pronto pra lançar aos céus.

Melinda ficou sentada num canto
Observando o movimento.
Algo exausta, Ana chegou perto e sentou também,
Mas preferiu ficar em silêncio, até que a moça quebrasse o gelo.

- Deborah me falou que você é decidida, inteligente, mas um pouco ansiosa às vezes.
- Sinto falta dela. Tudo seria mais fácil com ela aqui.
- Ela sabe disso, mas você tem se saído muito bem pelo que vi até agora.
- Nem tanto... ainda não sei se eu deveria ter quebrado o encanto.

Por sua vez, o Mago descansava;
Estivera noutra celebração com novos amigos,
Lá naquele lugar onde ele também lida,
Onde presentes foram distribuídos e iguarias foram servidas.

No final da tarde, quando a lida da elfo terminou,
O sol, a lua a chuva e um arco-íris dividiram o espaço no céu.
Talvez um sinal de novos tempos
Ou somente um presente de final de primavera.

O que podemos ter certeza
É que esse não foi um dia igual aos outros,
Já que “dias iguais são como um rio correndo pra trás...
Não deságua em nenhum lugar...”

Mago Merlin... aquele que sempre esteve aqui. !

13.12.10

Ato Falho?

- Eu já li várias histórias suas, Guri. Você tem o dom de sentir o que escreve e isso é bem diferente do que ser narrador.
- Bom... – o menino enrubesceu ao ouvir o comentário de Melinda.

Um belo dia... alguns contos de fada começam assim também!

Ela pensou nele!
Saiu por ai, destino incerto, dia ainda claro,
Sem chupar uma bala ou tomar uma cerveja,
Provavelmente a pé... Ah! Não era o início de um “encontro torto”.

De repente...
“Psiu”... Um ursinho, da cor do chocolate,
Piscou pra ela e fez uma sugestão:
“Que tal me levar com você?”

Achando tudo meio esquisito,
Ela olhou para os demais objetos,
Cuidadosamente dispostos numa estante,
E acabou aceitando a sugestão.

O ursinho, de tão contente,
Sugeriu também uma pequena cadeira de balanço,
Onde dois corações comporiam assento e encosto
Permitindo pousar duas folhas de cristal.

Gostando dessa ideia, agradeceu ao ursinho
E resolveu utilizar as folhas
Para enfeitar com a mais bela imagem
Que simbolizasse o Natal.

Poderia ter entregado pessoalmente,
Mas tanta coisa bonita brilhara naquele dia
Que acabou esquecendo (isso acontece)
E acabou enviando como uma surpresa.

O doce presente, recebido com tanto carinho,
Foi exposto na bandeja mágica,
Onde ficam as coisas que importam
Já que é algo muito importante também.

Só que uma pergunta ficou no ar:
Teria sido um ato falho ou uma travessura de Ana,
A significativa inscrição quase escondida...
“Life would be BETTER with you by my side”?

- Caiu a ficha, né Guri? – disse Ana, piscando para o ursinho.

Mas isso é história para outro dia...

Mago Merlin... aquele que sempre esteve aqui.

12.12.10

Num outro domingo qualquer

Num desses domingos chuvosos, lá pelas terras de Alice...

Ao mesmo tempo em que a água entrou no quarto
Através da pintura, onde somente havia um barco,
Adrielle voou da tela na direção do Mago
Que assistia tudo de camarote!

- Nossa! Quanta água!
- Pequenina, que surpresa! Onde está seu yeti?

Algo muito molhado, ele sentou logo na frente
E fez pose, com os óculos especiais,
Para também assistir a mais uma história
Daqueles que sempre foram bravos guerreiros!

- Ele está ridículo, né? – ela riu
- E o que você faz aqui?
- Ah! Lá “tava” muito chato. Ana não para de remexer na mochila pra ver se encontra alguma coisa que faça aquela ex-fada (que insiste em ser princesa) entender que ela precisa tomar jeito! Eu falei pra ela usar uma marreta, mas acho que ela não gostou da ideia.
- Hum...
- O Guri agora só quer saber da Melinda e nem brinca mais comigo!
- Mas eles têm quase a mesma idade, Adrielle.
- Será?

Enquanto isso, lá perto de onde mora a Princesa Fiona...

Ela contou que nascera na lua azul,
Num ano onde não houve lua cheia em fevereiro.
Até os seus dez anos ela crescera normalmente,
Mas a partir daí, só envelhecia um ano a cada 35 anos.

- Só faço 17 em 2018! – ela riu.
- Bom... ano que vem, então, ficarei mais velho que você!

Mas não foi só isso que aconteceu:
Ela descobriu, com o tempo,
Que, por algum motivo, era sempre vigiada
Por criaturas estranhas, vindas das trevas.

- Hum... e o que mais?
- Fale de você, Guri. Essa minha história é muito longa.
- Não possuo poderes... sou somente mais um “piá” por ai!
- Seu maior poder vem do seu coração...

E assim lá se foi um domingo comum...
Comum? Bom, isso é mais uma história para continuar num outro dia...

Mago Merlin... contagem regressiva... aquele que sempre esteve aqui! !

11.12.10

You are my sunshine my only sunshine

Quando ela chegou, Ana a esperava...
- Sim, eu vi! Você foi gentil, simpática, divertida e ele gostou.

Quando ele chegou, Melinda o esperava...
- Ainda de pé? Pensei que já estivesse dormindo.


Ele estava particularmente tranquilo;
Ela estava com muito sono e talvez pensativa.
Os dois viajaram para uma história distante,
Onde seus sentimentos apareceram na tela como se fosse um espelho.

Vontade de mudar, quebrar barreiras,
Seguir rumos diferentes dos atuais,
Encontrar mãos, braços, abraços e beijos,
Algo somente doce, suave e tranquilo... simples.

Parar para encontrar tempo,
Onde o mesmo já existe,
Onde só é preciso coragem pra tentar,
Da mesma forma que a história contou.

- Então? Assim já tá bom né?
- Claro que não! – Ana arregalou os olhos – Você foge do que sente!


Talvez pudessem só ser amigos...
Mas amigos não sentem tanta falta um do outro,
Naqueles “sumiços” que eventualmente acontecem,
E não ficam tão felizes quando estão assim  juntinhos.

- Você bem sabe que eu durmo muito pouco...
- Conte melhor sua história, Melinda. As meninas já o sabem, mas o Guri está curioso.

Amigos dão o braço e não um abraço,
Quando se abrigam da chuva nas sombrinhas;
Amigos não entrelaçam os dedos e não evitam olhar nos olhos
Para não sucumbir ao sentimento.

- Ele está bem, já te disse, e agora vou te deixar dormir. Sonhe...

Ana chegou e deu um risinho;
O Mago deu uma piscadinha e nada comentou;
Melinda, sem muito entender, somente silenciou
Quando, de repente... outro apagão!

- Adrielle!!! – hoje o uníssono veio de outras vozes.
- "Me" deixem! Até vocês!!!


“You are my sunshine my only sunshine
(Você é meu raio de sol somente meu raio de sol)
You make me happy, when skies are gray
(Você me faz feliz, quando os céus estão cinzas)
You never know, dear, how much I love you
(Você nunca sabe, querida, o quanto eu amo você)
So please don't take my sunshine away
(Então por favor não leve o meu raio de sol embora)”

Mago Merlin... aquele que sempre esteve aqui!

8.12.10

As Princesas Encantadas

- Não vim aqui ter meter a boca e nem jogar ovo!

Melinda admirou-se da montagem da árvore;

Apesar de usados os mesmos enfeites do ano anterior,
Sempre um toque diferente aparecia
Como foi a presença do boneco de neve este ano.

- Somente falar que vou tirar o feitiço da invisibilidade!

Ela contou que Deborah a encontrara muito fraca e doente
E, junto com o menino, deu-lhe abrigo, roupas e atenção.
Uma guerra se fazia à volta e era preciso que ela fugisse
Antes que os lobos voltassem e a destruíssem.

- Mas antes você precisa tomar uma atitude...

Era Natal também e eles comemoraram juntos.
Deborah sabia quem ela era, mas não tinha medo,
Pois a menina nascera numa lua azul
E, desta forma, era muito diferente de outros seus semelhantes.

Ana chegara, com seu yeti, logo ao final do relato
E foi ter com o Mago que a tudo ouvia com atenção.
Ainda não ficara clara a missão da jovem,
Mas era evidente que não trazia perigo.

- Onde esteve, Beatriz?
- Num sonho... mas isso você já sabia...
- Hum...
- E só você me chama assim!


Dessa vez a convocação veio do Guri:

Papai Noel reclamara do atraso das cartinhas
E ele distribuiu pergaminhos e penas para todos
Inclusive para Melinda que se divertiu com o movimento.

Ninguém comentou o que pediu
Para que a brincadeira ficasse mais curiosa.
Separaram as meias e escolheram as bolachinhas que fariam
Porque tudo deveria estar perfeito para quando ele chegasse.

Este ano aproveitaram a “carona” de algumas princesas
Que deram uma passadinha somente para dar um “oi”,
Já que visitavam a princesa Fiona
Que mora perto daqui.

Casa uma com sua característica:
Uma dorminhoca, outra de longas tranças,
Aquela que usa somente um sapatinho
E a última que prefere peras às maçãs.

- Mago! Isso tudo é muito estranho...
- O que é estranho, Guri?
- Como é que ela é tão nova e está aqui há tanto tempo?
- Você ainda não adivinhou?


Mago Merlin... aquele que sempre esteve aqui!

7.12.10

A Visitante Misteriosa

- Você deve ser Adrielle, não é?

Faltando duas semanas para o verão
E também para a última lua cheia do ano
Surge, na casa, um clima de ansiedade natural,
Pois isso tudo acontecerá a caminho da montanha.

- E você quem é?

Em dado momento da tarde primaveril,
Quando as nuvens negras criaram um visual noturno,
Enquanto uma chuva intensa cantarolava nos telhados,
A bela e estranha jovem driblara o guardião e entrara na casa.

Os yetis imediatamente tomaram posição de defesa,
Mas bastou um olhar para eles relaxarem um pouco,
Permitindo que ela pedisse um banho
E um lugar para descansar um pouco.

Adrielle era a única na casa,
Pois Ana e o Guri estavam com o Dragão
E não acompanharam o movimento,
Já que ela estaria segura com os yetis.

- Meu nome é Melinda. Deborah me mandou!

Muito intrigada com tudo, ainda mais por ouvir o nome da irmã,
A pequenina abriu os aposentos que foram do menino
E, com alguns gestos simples, o transformou em algo gótico,
Para combinar com o estilo da misteriosa visitante.

- Como você deixa uma estranha assim entrar?
- Por que não nos chamou?
- Ei, os dois! “Me” deixem. Ela conhece Deborah! Sem contar que ela parece inofensiva...
- Nem tanto assim crianças. – disse o Mago logo ao entrar.


Refeita do cansaço, ela entrou na sala sorridente,
Trajando uma roupa preta com detalhes metalizados;
Seus cabelos eram curtos, negros e uma mecha prateada sobressaía
Assim como seus olhos que brilhavam na cor da lua.

Não aparentava mais do que uns dezesseis anos,
Mas conseguiu enfrentar as milhares de perguntas feitas
E contou que já estava lá, muitos anos antes deles chegarem,
Somente aguardando o momento exato de aparecer.

- Crianças! Agora vocês precisam dormir!
- Mas ela nem contou tudo, nem falou de Deborah direito e...
- Melinda também precisa descansar...
- Ela pode ficar no quarto com a gente?


A moça agradeceu, mas preferiu ficar sozinha.
As meninas não entenderam e ameaçaram emburrar a cara.
Ela sorriu: “-Amanhã conversaremos o dia todo.”
E assim todos se recolheram...

- É seguro, Mago? – perguntou o Narrador.
- Provavelmente. De qualquer forma os yetis ficarão ao lado das meninas e você e o Guri deverão ficar com o Dragão.


Mago Merlin... aquele que continua por aqui... como sempre!

4.12.10

Carta para o Papai Noel

O Mago chegara tarde, ontem,
Pois esteve com os pirilampos
Que degustaram vários pedaços de boa pasta,
Enquanto trocavam presentes, já preparando o Natal.

Dessa forma, o Narrador não contou a tal história,
Mas todos acharam isso muito bom
Porque já sabiam que hoje choveria muito,
Já que Ana estava irritada e isso não costuma ser muito bom...

- Ana, pára... daqui a pouco já vem o Guri reclamar comigo!
- Adrielle! “Me” deixa! Isso não pode continuar assim impune!
- Mas ela nem está por aqui!
- Por isso que essa chuva vai bem longe! Vai pegar onde quer que ela esteja!

A coisa ficou tão feia que o Guri e o Narrador
Foram providenciar baldes, para conter as goteiras,
Antes que a cozinha ficasse toda tomada
Pela água que vertia pelas frestas do forro de madeira.

O Dragão acendeu o fogo,
Enquanto o Mago providenciava iluminação,
Já que o dia virara noite, trovões eram ouvidos ao longe
E aí seria uma boa hora para outra história...

Um pouco mais calma, mas sem largar a mochila,
Ana aproximou-se do Mago com uma carinha tão emburradinha
Que ele quase não conteve um risinho
De tão bonitinha que ela ficara.

Afagou sua cabeça, reuniu os demais
E chamou o Narrador para, enfim,
Contar mais uma historinha
Dessas que podem vir a ser interessantes...

Um belo dia... alguns contos de fada começam assim...

Papai Noel ficara muito preocupado,
Pois o número de cartinhas, que recebera naquele ano,
Estava muito aquém do esperado e incumbiu alguns magos
De ensinar, às crianças, como a coisa funcionava.

Primeiro a saudação: “Querido Papai Noel”,
Já que ele gostava do “querido”;
Depois escrever o próprio nome, idade e lugar da moradia;
Aí viriam os motivos que as tornariam “elegíveis” para o regalo.

Por último, o tal presente, tão esperado,
Desde que fosse possível passar com ele pela chaminé
E aí ficaram excluídas piscinas de seis mil litros,
Como pedira uma menininha num outro dia.

Só que isso era só o começo
E uma preparação seria necessária, na noite de Natal:
Uma meia (sem chulé) ao lado da chaminé (rimou)
E lembrar, claro, de apagar o fogo (caso contrário, já viu).

Ah! Outra coisa: leite e bolachinhas devem ficar a postos
Porque Papai Noel é muito guloso...
Afinal, muito trabalho numa noite só
E ele também não é gordo assim à toa!

- E se na casa não houver chaminé? – perguntou Adrielle
- Então vou contar como ele faz! – respondeu o Narrador.

O Papai Noel possui um pozinho mágico,
Que ganhou da Fada Madrinha,
Para criar uma abertura nas janelas ou paredes
Por onde ele consegue passar e entrar nas casas.

A chuva cedeu... até poderia aparecer um arco-íris
Porque histórias de Natal sempre animam o ambiente,
Mesmo nos momentos que os aborrecimentos aparecem
Para complicar um pouco o dia a dia...

Mago Merlin... agora só falta separar a meia... enquanto isso ele continua por aqui como sempre!

2.12.10

Vamos pensar no Natal

Por aqui somente os dias de frio são estáveis.
Durante um pequeno tempo, houve calor;
A seguir, chuva e frio (não tanto frio);
Fora a névoa que outro dia impediu o luar (mas não a dança).

Velhas guerras, antigas conhecidas,
O remeteram ao passado, na antiga cidade,
Aquela onde mora o Velho Pai (que andou pelo Bonfim),
Onde também já lutara algumas vezes.

Hoje a luta é outra: contra um preconceito diferente,
Contra a mentira e os subterfúgios frequentes,
Que o remetem também a outras antigas guerras,
No tempo em que um grande engano se instalou.

Ana chegou perto, olhou e o viu aborrecido;
Nem as flores, providenciadas pelo gnomo
E regadas à chuva forte por Adrielle
Coloriram o franzir de sua testa.

- Não sei o que te dizer...
- Vamos pensar no Natal, Beatriz... é o melhor a fazer. – ele disse.


Um convite inesperado, uma curiosidade atípica...
Ele estava satisfeito e animado,
Mesmo quando, na lida, erros continuados se instalaram,
Mas isso ele já está muito acostumado.

De qualquer forma, usa as últimas reservas mágicas
Que serão restauradas em breve,
Assim que ele retornar à montanha,
Onde encontrará a Fada dos Olhos, a amiga baiana e a professora.

Infelizmente, aquele antigo castelo não estará mais lá.
Sumira do nada, sem deixar vestígio,
Ao menos foi isso que recebeu de informação
Ao tentar avisar que lá se hospedaria mais uma vez.

- Ei crianças, tenho uma história pra contar! –disse o Narrador.
- Eba! – todos em uníssono.
- Mas só contarei amanhã...
- Onde está minha mochila?
- Pode deixar, Ana, já tenho uma chuvinha aqui separadinha...


Mago Merlin... em silêncio por alguns dias... mas continuará por aqui, como sempre.