A lua quase cheia brilha no céu mais uma vez.
Domingo...
- Ele não veio com você? – perguntou o Narrador.
- Ficará distante um tempo. Aproxime-se pequenina.
Adrielle, envergonhada, chegou perto do Mago com um abraço.
- Desculpe. Não sei o que me deu na cabeça.
O Mago afagou seu rosto e deu um sorriso.
- Já passou. O mais difícil você já fez. Sente e escute.
Era uma vez... os contos de fada começam assim.
Um escritor!
Sua vida era a pena e o pergaminho.
Numa casinha perdida no meio da floresta,
Feita de madeira, com lareira e chaminé,
Branca de telhadinho vermelho e tudo o mais.
Seu jardim era repleto de flores das mais variadas,
Onde borboletas e passarinhos brincavam durante o dia.
No quintal havia um pomar, uma horta
E ele vivia lá, sozinho mesmo, recebendo visitas às vezes.
Um belo dia, recebeu a visita de um guerreiro
Que fora traído em seu amor
E que pediu que escrevesse um livro a respeito,
Contando toda sua história triste.
O escritor pensou e respondeu:
- Volte na próxima lua cheia. Terei seu trabalho pronto.
E assim os dias passaram...
Na lua cheia seguinte, o guerreiro voltou.
- Pronto! Eis seu trabalho concluído.- disse o escritor.
Ricamente encadernado,
Um enorme livro de folhas brancas.
Ao abrir, o guerreiro abismou-se:
- Mas não há qualquer linha escrita!
No que o solitário escritor retrucou:
- Assim é a traição. Nada escreve e tudo apaga.
Mago Merlin... aquele que sempre esteve aqui!
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