31.7.10

Arrumação

Digamos que durante toda a semana
A movimentação na casa foi atípica:
As crianças corriam sem parar, de um lado para o outro,
Arrumando uma coisa aqui, outra ali.

Em alguns momentos, cochichavam, riam
E ainda bagunçavam o tempo:
Num momento nuvens, noutro estrelas
E, quando menos se esperava, o sol e a lua se faziam presentes.

O Guardião baixinho preferiu ser incluído fora disso,
Assim como o Dragão, que ficou quietinho cuidando da rosa.
O Narrador a tudo observava, enquanto o Mago sorria:
Elas estavam felizes!

Na sexta-feira todas sumiram:


O Guri saiu com o Narrador, na busca de inspiração para outra história;
Ana fora atrás da tal princesa... aquela... já contamos isso;
E Adrielle fora encontrar a flor

Com quem, por sinal, já havia feito as pazes.

O Mago, por sua vez, recebeu hoje a Fada Rosa.
Ele precisava de uma opinião e também saber das novidades,
Pois já não se viam assim há muito tempo
E a visita foi muito legal.

Tudo em seu lugar, hora de sair,
Pois hoje é dia de festa.
Novos amigos, novos lugares,
Novamente um dia de bodas.

- Posso ir com você? – Adrielle surgira do nada.
- Claro, pequenina. Eu sei que você batalhou muito por essa festa.
- É, né! Deu trabalho. – ambos riram.


Mago Merlin... aquele que sempre esteve aqui.

25.7.10

Abra seu coração quando estiver na fronteira

Ontem, véspera de lua cheia,
Mesmo com todas as nuvens que surgiram,
Muitas histórias foram contadas
E muita coisa aconteceu.

As meninas chegaram a um acordo:
Muita neblina num dia e muito sol no outro.
Afinal, deixar a lua brilhar, para o deleite de todos,
Sempre é uma opção bem agradável.

- Mas bem que aquele apagão de ontem a gente dispensava!
- Guri, lá vem você de novo! Por que não continua aquela sua história?
- Ah! Mas aquela está parada, nem sei bem por que.


O Mago entrou na hora que eles conversavam.
Fora orientar o guardião e as peeiras,
Para o caso dos lobos se aproximarem,
Mas tudo parecia bem seguro à volta da casa.

Observara, então, um movimento... uma sombra...
Um barulhinho a seguir e mais nada...
Talvez um revoar de um pequeno pássaro
Ou talvez somente alguma coisa da sua imaginação.

- Narrador! Conte-nos outra história.
- Crianças, vocês me pegaram de surpresa! Mas enfim...


Era uma vez... um conto não tão de fadas, mas que também começa assim!

Um ser da lua que andava por ai,
Algo solitário e sempre pensativo,
Como é caracteristico dos seres de lá
Que brilham e iluminam, junto com as estrelas.

- Hum... conhecemos um... pena que ele foi embora. – disse Adrielle.

De tempos em tempos, o tal ser solitário
Lança um raiozinho de luz em algum outro ser
Que chama sua atenção e que, geralmente,
Possui uma luz própria, vinda da sua própria estrela ou planeta.

Desses astros celestes, um deles fica bem perto do sol.
Dividido em duas metades, numa existe um castelo
E na outra existe um enorme jardim muito florido,
Onde moram também seres bastante distintos.

Na rotação desse planetinha,
Cada vez um lado recebe a luz da lua
E, a seu modo, seus habitante brilham intensamente,
Procurando serem dignos de atenção.

Numa dessas ocasiões incomuns,
Um dos polos que guarda o limite,
Entre o castelo e o jardim,
Foi iluminado de uma só vez, numa noite de lua cheia.

E criou-se a confusão... mas isso a gente continua a contar num outro dia!

- Não acredito! – diria a Fada dos Olhos.
- Ahahahahhahahahahhahah – seria a expressão do (K)Clown.


"Se você me desse meia chance você veria o que está tão claro,
Mas você escolhe por olhar para o outro lado.
Termine o que você começou
Quando conquistou o meu amor.

Abra seu coração, eu te farei me amar...
Não é tão difícil, basta girar a chave que te dei.
Se você me quiser, deixe claro,
Pois é só deixar transparecer."

Mago Merlin... ode a Madonna... aquele que sempre esteve aqui!

22.7.10

Após uma pequena pausa

Algum tempo depois...

Ontem:

Ana chegara somente com o yeti,
Não sem antes providenciar uma tarde de céu azul,
Anunciando sua volta, dezessete dias depois,
Onde muita coisa aconteceu.

Caixas espalhadas e um aspecto de reforma,
Criavam um ambiente diferente do que estava acostumada
Das outras vezes que viera com suas irmãs,
Desde aquele tempo que apareceram para o Mago.

- O que houve aqui?
- Boa tarde, Beatriz!
- Hum... já sei que não deseja falar. – ela riu.
- Senti falta do seu sorriso...


Apesar da proteção do mês da lua,
A bruxa enviou ataques camuflados pelo frio polar,
Pela chuva incessante e pelos diversos apagões
Que, naturalmente, nada tiveram a ver com Adrielle.

Hoje:

- Que bagunça!
- Boa tarde, Adrielle! – saudou o Mago.
- Pelo menos hoje não houve apagão.
- Ah! Guri! Vê se me esquece! – ela riu.


A chuva fina reuniu todos dentro da casa.
Uma pasta recheada com presunto e queijo foi servida
E barrinhas de chocolate serviram de sobremesa,
Enquanto o Narrador preparava mais uma história.

Era uma vez... vamos contar outro conto de fadas?

Um beijo roubado, num rodar de um rosto corado,
Sob as estrelas que brilhavam no crescente,
Numa noite sem nuvens para atrapalhar,
Embaixo da árvore que guardava a casa do joão-de-barro.

O silêncio que se seguiu foi esquisito
E eles somente ficaram sentados olhando o infinito.
Deram suas mãos, encostaram seus ombros
E assim permaneceram por um bom tempo.

Em dado momento, ele esboçou dizer alguma coisa,
Mas ela levou um dedo aos seus lábios pedindo silêncio,
Preferindo sorrir, olhando fixamente seus olhos,
E assim permaneceram também um bom tempo.

A seguir fizeram um pacto:
Eles estariam sempre lá, de mãos dadas sob as estrelas,
Construindo sonhos, como a casinha do forneiro que parece frágil,
Mas que resiste às implacáveis tempestades do dia a dia...

Mago Merlin... pausa para reconstrução... aquele que continua por aqui como sempre!

10.7.10

It Might Be You

Um “obrigada” muito sorridente chamou sua atenção:
Agradecendo a um mimo, em forma de uma bala vermelhinha,
A pequenina sorriu e o piazinho sentou no colo do pai, 
Feliz por sua proeza...

Belos olhos verdes e brilhantes,
Rodeado por sombras e rímel,
Deixaram mais vivo seu sorriso
Emoldurado por lindos cabelos loiros.

O piazinho, por sua vez, mandou muito bem.
Foi gentil, também sorriu algumas vezes,
Pareceu algo tímido, mas foi firme na sua atitude,
Enquanto ela não tirava mais os olhos dele...

Isso tudo durante uma festa
Muito parecida com aquelas dos aprendizes,
No dia do feitiço final,
E isso também trouxe boas lembranças.

- Ei, Narrador! Gostei dessa história.
- E a sua Guri? Parou de escrever?


Nos seus dedinhos, em preto e branco,
Brilhavam estrelinhas próximas à lua,
Enquanto ele observava todos os detalhes
Da oportunidade rara da proximidade infinita.

Sorrisos e alguma conversa,
Algo bem além de uma ótima companhia,
Também iluminaram o amor infantil,
E fizeram pensar que talvez somente falte tempo.

E o velho Senhor da Razão,
Talvez viesse e um dia contasse outra história,
Mas essa seria mais uma daquelas
Que será contada (quem sabe) num outro dia...

Mago Merlin... ouvindo o Guri e o Narrador... aquele que sempre esteve aqui.

4.7.10

Entre vampiros, brinquedos e lobos

Há 3 dias...

- Elas já estão prontas?

Após os cumprimentos com sorrisos e abraços,
Priti, que chegara num raio de luz,
Procurou pelas irmãs que arrumavam os últimos detalhes,
Já que voltariam para o lugar que nunca aconteceu.

- Sim – confirmou o Guri – elas já vem!

O monte se tornara um local seguro,
Agora que o domínio é da lua,
E elas deveriam retornar a seus estudos,
Já que também tem muito que aprender.

- Xauuuuuuu, Mago!

No mesmo raio que trouxe Priti,
Partiram meninas, yetis, bagagens e sorrisos,
Para voltar a qualquer hora
E alegrar o dia a dia, por vezes complicado, da vida do Mago.

- Cuidem de tudo. Volto em três dias.

Partiu o Mago para a terra de Alice,
Onde necessitava comprar víveres,
Saber do pacto entre lobos e vampiros
E descobrir o que contavam aqueles antigos brinquedos.

Desde pequenos nos cobram decisões difíceis:
O que ser quando crescer é perguntado umas três vezes;
Depois que crescemos, ainda perguntam mais algumas vezes;
Só que nunca nos disseram para errar e aprender com os erros.

Dúvidas sempre nos cercam:
Qual será o melhor caminho,
Qual a roupa que devemos vestir para trilha-lo
E quem seguir: o coração ou a razão?

Independente da escolha, ela sempre será um erro,
Pois a cada erro descobrimos o que era o acerto
E quando mudamos de caminho erramos de novo,
Para aprender cada vez mais.

Assim é com a bella jovem
E até com o menino dos brinquedos:
Decisões sempre difíceis,
Mas que precisam ser tomadas...

De tudo o que importará é a certeza
Da presença eterna do amor,
Acalentado pelo sol
E iluminado pela lua... sempre...

Mago Merlin... foi lá rapidinho e já voltou... mas continuou por aqui, como sempre!