30.8.09

A letra A

Antes da chegada daquela coruja,
Passou-se uma tarde muito calma.
O céu permaneceu azulzinho,
Mas o clima ficou muito seco para novos passeios.

Os dois ficaram sem fazer nada especial.
Ana brincou no jardim, puxou as barbas do Guardião,
Aprendeu coisas sobre a Rosa Azul do Dragão
E leu alguma coisa que o Guri escrevera.

- E aquela história, Guri? – ela perguntou.
- Terminou com a carta. As histórias terminam em algum momento.

O Mago, por sua vez, descansou.
Começou a imaginar uma canção,
Ouviu outra mais antiga
E chamou Ana no final da tarde.

- Você viu o que a coruja trouxe?
- Vi – duas lágrimas rolaram de seus olhos.
- Beatriz, você foi a mais amada de todas... por conta disso é que demonstrou todo seu amor ontem. Faça o que tem que fazer. É o meu desejo.

O Mago entregou-lhe, então, o frasco de diamante.

Com lágrimas nos olhos (de ambos)...

- O que brilhou mais do que tudo, ao frasco retorne de uma vez... que o frasco retorne à pedra e que da pedra volte o pinhão.

Em mil pedaços que se juntaram a seguir,
Transformaram-se os cacos em pinhão
Que foram recolhidos pelo sorridente serelepe
Que correu na direção de sua dona...

- Ana Beatriz! Agora vamos embora. – Deborah chegara.

Ela não largava o Mago.
Ambos choravam de soluçar, abraçados com força.

- A mágica foi desfeita e assim que tem que ser. Ela seguirá o seu caminho e encontrará o príncipe encantado. Fadas só se casam com curingas. Venha, Ana.

A menina largou o Mago, ele a afagou e ela obedeceu.

- Querido Mago. O menino voltará e te acompanhará na direção do norte para que ambos vejam a lua e seus queridos aprendizes...
Lembre-se do que você já falou um dia: "Paixões são coisas que a gente não termina... elas se apagam ou se transformam em amor eterno, pois amar sempre será difícil e desistir do amor sempre será impossível!"

- Xauuuuuuuu, Mago!

Mago Merlin... aquele que irá para o norte... mas que continuará por aqui!

Bicicleta

Com a cara inchada,
Ana acordou tarde e aborrecida...

- Minha pequena Beatriz... vamos sair de bicicleta?
- Posso ir também? – perguntou o Guri.
- Sim. Chame sua amiga.
- Já chamei. Ela agradeceu e não quis vir...

Ainda nem estava muito quente
E algum agasalho foi necessário.
Subiram ladeiras, pedalaram na terra,
Viram os passarinhos e sentiram a brisa.

- Ah! Isso pode ficar melhor! – disse o Mago.

Entreolharam-se as crianças
E, no melhor estilo “go home”,
As bicicletas começaram a voar,
Para a alegria dos meninos...

O Dragão, vendo a movimentação,
Chegou perto para acompanhá-los.
Voaram pela cidade, pelos campos
E viram tudo muito pequenininho...

Abriram os braços,
Para sentir melhor o vento,
O calor do sol,
E a paixão da manhã...

Ana sorriu;
O Guri também.
Pousaram as bicicletas em silêncio
E seguiram de mãos dadas, como deveria ter acontecido...

Mago Merlin... um belo domingo de sol... que a luz ilumine seus corações... aquele que sempre estará aqui!

Quando

Quando eu vi você passar
Eu quis falar com você...
E aí eu te chamei...
E aí você apareceu de verdade...

- Deborah! Ele estava bem. A gente andou de bicicleta e tudo!

Quando vi você entrar
Eu repeti tudo que eu tinha dito,
Pois não sabia se você tinha ouvido
E não queria que minhas palavras se perdessem...

- A gente foi lá perto da casa dela, deixei o dia sem uma nuvem!

Quando vi você sair,
Só achei que você tinha se escondido,
Pra brincar comigo de novo
Como a gente sempre fazia (que saudade das suas brincadeiras!)...

- Tudo correu muito bem, até mais do que se poderia esperar! Ele até mandou novidades pra ela!

Quando vi que você não voltava,
Pedi que você conversasse comigo um pouquinho,
Me contasse do seu dia, daquilo que você fez
E até perguntei se tinha me visto na bicicleta...

- Aí ele conversou com a dona da corujinha dos olhos puxadinhos e não parava de rir. Recebeu visita e emprestou o violão... estava tão feliz!

Quando vi que nada acontecia,
Fiz o que você pediu:
Aos prantos te liguei, implorei pelo teu beijo
E pedi socorro pra você me salvar da solidão... quem sabe assim você o fizesse.

- Por último ele foi ouvir a cantoria e ainda riu com alguns pirilampos!

Quando, então, minha súplica não funcionou,
Deixei a janela aberta, para poder ver o seu sorriso...
Deitei no sofá bem do ladinho do seu rosto
E preferi sonhar...

Mago Merlin... aquele que continua por aqui!

28.8.09

A Prova

Exausto, ele viu a luz se apagar,
Enquanto ouvia belas canções.
Deitou no colo de Beatriz
Que acariciou sua cabeça para que adormecesse...

A menina passou o dia espantando as nuvens,
Deixando o céu cada vez mais azul,
E nem de manhã ouviu-se falar
De qualquer possibilidade de bruma...

Além de cuidar do Mago,
Dar-lhe as forças para a superação de ontem,
Ainda cumpre uma determinação da mais velha
Que a colocou a prova...

Há alguns dias...

- Ana, dias muito difíceis estão pela frente. A única solução será o esquecimento. Só você tem o poder de fazê-lo esquecer, pois você foi única dentre nós.
- Ela poderá morrer se eu fizer isso e ele jamais me perdoará.
- Não, Ana. Ela viverá e seguirá em frente. Nada de mal acontecerá. Fadas não morrem assim, somente perdem seus poderes quando caem no esquecimento. A lenda real diz isso... mas foi mudando, através dos tempos, por mero engano. 
- E é isso que ele quer?
- Você também terá que descobrir e, a seu tempo, a decisão será sua.


Ela tinha nas mãos o frasco de diamante
Que fizera para ele a partir do pinhão...
“- O que da pedra do pinhão se fez em brilho,
Brilhe mais intensamente e ilumine seu caminho...”

- Beatriz? O que faz com este frasco na mão?

Ela não respondeu... somente sorriu.

- Só você me chama assim...

E lá, naquele algum lugar...
Deborah também sorriu...

Mago Merlin... aquele que continua por aqui!

27.8.09

Superação

- Diga Guri: como foi? – perguntou Ana.
- Como se você não soubesse...
- Minha tarefa lá era outra e não vi sua turma... só a primeira.
- Meninos, deixem que eu conte! – disse o Narrador.

Os dois pequenos sentaram a seu lado,
Enquanto o Mago se recuperava do dia de trabalho,
Das palavras que disse, das imagens que mostrou
E da forte emoção que sentiu...

"Foram entrando bem devagar
E ele os pressentiu...
Aos poucos sentaram a sua frente 
E ele se levantou e olhou...

Cumpriu o prometido, contou algumas histórias...
Teve muita ajuda... como lá, no tempo passado,
Com seus queridos aprendizes que vai rever
No primeiro dia do próximo luar...

Procurou, em todos os rostos,
Aquele que queria
E que teimava ficar escondido lá no fundo,
Mas encontrou alento na primeira fila..."


- Minha amiga estava lá! – disse o Guri.
- E foi muito simpática e ele gostou. – complementou Ana.
- Meninos, esperem... ainda não acabou...

"Sua experiência de muitos séculos
Superou todas as dores que poderia sentir.
Foi como já lhe disse uma antiga amiga bruxa:
- Você concentra... não tem tiques... e resolve com perfeição.

Ufa... foi chegando ao fim.
Missão quase cumprida,
A emoção tomou conta do Mago
Que, por pouco, não foi mais além.

Mas deixou seu recado...
Eles entenderam, ela também entendeu
E todos aplaudiram no final,
Para a alegria dele e da Fada Syl, que muito o ajudou."


- E foi isso, meninos! – concluiu o Narrador.
- E qual foi sua missão Ana? Só espantar as nuvens? – perguntou o Guri.
- Como se você não soubesse! – ela franziu as sobrancelhas e olhou para a mochila – mas isso eu vou contar outra hora... não é assim que a Fada dos Olhos gosta?
- E seu texto, Guri? – perguntou o Narrador.

- Beatriz, Guri e Narrador: - já é tarde e todos precisam descansar.

Mago Merlin... muito mexido... aquele que continuará por aqui como sempre!

Os Três Anões

O amanhecer sempre nublado,
Comum nessa época do ano,
Alegra a pequena Ana
Que agora treina todo dia a magia do céu azul...

Viram a tucano novamente
E eles sorriram juntinhos...
O Mago parecia bem animado...
Talvez somente parecesse assim....

O inverno aqui foi longo 
Frio e muito amargo,
Onde provou-se o gosto da desilusão
E ainda falta quase um mês para acabar...

Eis que de repente...

“Era uma vez três anões...”

Surge o (K)Clown, pulando a janela.

- Aqui todo mundo conta histórias. Vim pra contar uma também!

O Mago abriu um sorriso...
Ana também, porque viu alegria em seu rosto...

- Prossiga, bom amigo!

Então...

“Era uma vez três anões...
Triste, Muito Triste e Mais Triste 
Que viviam num condado, no sul de Depreção City,
Local tão deprimente que nem o nome da cidade era escrito de forma certa...

Triste, o mais velho, 
Deserdou de um grupo de outros sete anões, 
Quando seus coirmãos 
Não quiseram mais dividir a brancura de Neve...

Ana levantou-se e foi pegar sua mochila...
- Beatriz... a mochila nem pensar... ouça com atenção! – determinou o Mago.

Muito Triste é filho de Triste com Neve
E Mais Triste Ainda 
É um amigo imaginário de Muito Triste,
Tão triste que é, jamais teve amigos reais...

Um dia eles cresceram e desenvolveram muitas habilidades mentais.
Entre elas, a capacidade de transformar tristeza em força interior,
Enquanto o pai, um anão pouco desenvolvido, 
Via na tristeza a vontade de morrer.

Os filhos, sim, porque ele adotou o amigo imaginario de Muito Triste, 
Por sua vez faziam da tristeza motivação...
Um exemplo foi quando ambos se apaixonaram pela mesma guria
Nevinha... sobrinha de Neve."

- Acho que essa história eu conheço. – disse o Narrador.
- Posso pegar a mochila? – insistiu Ana.
- Prossiga, (K)Clown.

Quando finalmente Muito Triste 
Conseguiu marcar um encontro com Nevinha,
Mais Triste Ainda ficou o elevado ao quadrado de seu nome
Contudo, no fundo, pela primeira vez na vida, sentiu uma ponta de felicidade.

Muito Triste, por sua vez, sentiu muita tristeza pelo irmão imaginário,
Mas pela primeira vez sentiu a parte submersa do iceberg de felicidade,
Quando, então, resolveram se unir...

E o que os livros contam até hoje é o seguinte:"

- Posso pegar a mochila de Ana, Mago? – perguntou o Narrador.
- Conclua, (K)Clown! – determinou o preocupado Mago.

"Que quando o excesso de tristeza se une ao excesso de tristeza, tem-se excesso demais para não reagir... E por isso q eu te digo meu caro:
- Existem histórias com finais mais deprimentes do que a sua! E essa foi uma delas..."

E antes que alguém pudesse fazer alguma coisa, o Guri abre a porta para entrar e o (K)Clown vai embora, deixando ecoar sua risada...

Mago Merlin... aquele que sempre esteve aqui!

25.8.09

O Tucano

Num dia que começou com neblina,
Encontrar a menininha Jaqueline logo cedo
Foi uma dádiva divina, pois seu sorriso e sua alegria
São seus presentes, sempre que ela vem...

- O que procura nas árvores, Mago? – perguntou Ana.
- Beatriz... você já viu um tucano? Ele está lá, fazendo pose!
- Não é ele, bobo! – ela riu – é ela! 
- Como você sabe? 
- Ora, bolas! Se faz pose é “ela”... não viu o que Déia disse?
- Hum...
- “Pera”! Vou melhorar isso aqui...

Abriu sua mochila, pegou uma caixinha brilhante
E soprou seu conteúdo no vento...
As nuvens se afastaram
E o céu fez um belo fundo azul...

- Agora sim! Acho que finalmente aprendi...

O Mago sorriu! 
E transformou a magia da natureza
Nas conhecidas formas digitais
E, essa, nem Emi já conseguiu...

Para completar a manhã,
Gabriela enviou sua voz falando por Lucas...
Essa história qualquer dia eu conto,
Pois é uma grata lembrança de realizações passadas...

É... não tenho mais os seus afagos,
Mas fui na sua casa para não te deixar me esquecer...
Eu pedi que não me deixasse sozinho
E foi só isso que eu pedi...

- Beatriz... o que sua irmã orientou sobre tucanos?
- Só você me chama assim...

Mago Merlin... admirando a natureza com os amigos... aquele que sempre esteve aqui!

E ja era quase meia noite

- Iremos agora. Ana ficará – disse Deborah, logo de manhã.

A pequenina ficou de mãos dadas com ele,
Enquanto um arco-íris foi o rastro deixado
Pelos yetis das outras duas irmãs

- Xauuuuuuuuu.... Mago!!!! 

Entraram na casa.
A chuva fina trouxe muito silêncio
E Ana não sabia bem o que fazer
Para mudar tal situação...

Deborah a orientou a cuidar dos bichinhos
E que nenhum saísse, além da coruja de olhinhos puxadinhos,
Pois esta somente conhece a rota
Para além de tão tão distante...

Mal sabia ela que Adrielle levara a carta
E a deixara cair (sem querer, mais uma vez)
Na casa da fada (era o mínimo depois da travessura),
Quando passaram quase como uma ventania...

- Você gosta de bichinhos Beatriz. Faremos sombras chinesas para você brincar...
- Só você me chama assim... – ela riu

Apagou as luzes e acendeu uma vela
Para mostrar como se fazia.
A penumbra a fez dormir de repente
E ele a aqueceu com um cobertor.

Já pronto para apagar a última vela,
Certo de que nada mais aconteceria,
Quando um ruído chamou sua atenção.
Ele sorriu, finalmente...

Mas isso será história para outro dia...

E lá naquele algum lugar...

- O que faremos agora? Deveríamos ficar lá! – reclamou Adrielle.
- Você já deixou cair a carta, mana. Só que ela não leu...
- Ana saberá o que fazer. O Guri ajudará. E ele já está seguindo em frente...

Mago Merlin... aquele que sempre esteve aqui.

23.8.09

Manifesto

Deborah e Adrielle chegaram cedo,
Mas o Mago saíra logo pela manhã,
Pois algumas coisas a resolver
O fariam mais animado.

Ao chegar já encontrou tudo mudado:
Já havia sol, mesmo que tímido (trabalho de Deborah),
O guardião baixinho agora estava de barba roxa,
Com bigode cor de abóbora, e seu banquinho é que era verde...

Enquanto Adrielle se divertia,
Com tal combinação de cores,
Ana e o Guri alimentavam os bichinhos mágicos
Inclusive o serelepe...

- Onde está a coruja de olhinhos puxadinhos, Mago?
- Foi para sua casa...

Na noite anterior, ela já saíra...
O Mago conversara um pouco com a Amiga,
Mas preferiu esperar um pouco
Para clarear algumas idéias com sua dona.

Já no final do dia,
A exausta coruja finalmente chegou
Trazendo um longo pergaminho,
Onde se lia um manifesto:

“ De tudo que conversamos,
Que nos fez parar para pensar,
Vieram as coisas que já fiz
Em todos os momentos da minha vida...

Vi cada pessoa que passou por mim,
Cada marca que ela deixou;
As palavras ouvidas, as frases que disse
E aquelas lágrimas que derramei, assim como quem fiz chorar...

Vieram os momentos de alegria,
Com aquelas músicas que dispararam meu coração;
Os amigos conquistados e aqueles perdidos
Em cada erro e em cada acerto...

As vitórias, as paixões...
Ah! Essas... nem sempre conseguimos aquilo que desejamos,
Mas o importante é dar o amor, sem esperar algo em troca,
Pois sentimento é algo que vem do coração e da alma...

Viva sem medo de arriscar,
Mesmo que você leve uns tombos (faz parte).
Levante e ame de verdade, distribua abraços com toda vontade;
Não tenha medo de dizer “eu te amo" – ame de verdade.

Faça sempre alguém feliz;
Não tenha medo da entrega,
Seja sempre você mesmo
E, assim, terá coragem para viver um grande amor...

Aprenda e ensine sempre;
Conserve no coração os bons momentos.
Vá em frente, chore se tiver vontade
E seja feliz...”


Várias corujas revoaram o monte:
Os aprendizes estão tristes, 
Pois seu querido professor Antônio José
Agora é eternizado na lembrança...

Ele volta pra casa, onde seu sorriso,
Sua alegria e sabedoria,
Brilharão eternamente
Junto às estrelas...

Mago Merlin... meninos... ele também sempre estará aí com vocês!

22.8.09

Desculpe

E naquele “algum lugar”...

- Adrielle, deixe que o destino resolva as coisas... – repreendeu Deborah – Avise os yetis que iremos ter com Ana e o Guri. 

E onde ele sempre esteve...

- Onde o Mago foi? – Ana perguntou.
- Me admira você não saber... mas ele falou que levaria uma poção para os olhos da fada.
- Hum... ele está agora com sua amiga...
- Hum... leia a carta, então...

"Desculpe se te constrangi
Com minhas palavras que tentaram ser doces...
Desculpe por começar só te admirando
E descobrir pouco a pouco teu jeito...

Desculpe por ficar te olhando pintar,
Naquela delicadeza que você segura o pincel...
Desculpe por querer te ver todo o dia
E quase inventar desculpas para conseguir isso (o destino às vezes colaborou).

Desculpe por ter sentido tanta saudade,
Mas isso ficou além do meu controle.
Desculpe por continuar sentindo sua falta,
Porque não controlo meu sentimento.

Desculpe por não controlar meu sentimento,
Mas será que eu arriscaria tentar mantê-lo controlado?
Desculpe, isso eu não consegui,
Pois resolvi seguir meu coração...

Desculpe por sonhar demais,
E tentar ter você sempre no meu sonho.
Desculpe por não ter cuidado do meu sonho,
E querer que ele virasse realidade... 

Desculpe por me apaixonar por você,
E deixar que você descobrisse isso.
Desculpe por não mentir,
Mas essa mentira eu não sei fazer...

Desculpe por ficar triste
E principalmente se te deixei triste...

Era o risco, enfim..."

Mago Merlin... na briga do inverno com a primavera, o inverno mostrará sua força nos próximos dias... mas o Mago continuará por aqui, como sempre!

21.8.09

Se é que você ainda não sabe

Dessa vez Ana lhe aguardava...
Trouxe-lhe um chocolate...
Ele sorriu, mas ficou em silêncio...
Ela notou e foi ter com o Guri...

- O que ele tem?
- Se você já não soubesse, por que teria vindo? 
- Escreveu mais?
- Leia você mesma...

“Apesar dos bons momentos
Ele oscilava euforia e tristeza,
Pois a cada passo, era acometido de dúvidas
Que eram difíceis de serem resolvidas...

Parecia que uma muralha os separava:
Quando perto, a vontade de lhe pegar a mão,
De lhe dar um abraço, um beijo,
Uma caricia simples que fosse, era tarefa impossível...

Quando longe, ela não saia dos seus pensamentos...

Será que ela ainda não notou o que ele pensa estar claro?
Tanta atenção, o jeito que ele se despede...
Por que ela nada diz quando ele arrisca um “eu te adoro”,
Ou quando ele diz que gosta de estar com ela?

Resolveu então escrever uma carta
Daquelas que nunca são enviadas...”


- E sua amiga?
- Ela agora estuda à noite... 

- Crianças! Hora de dormir! – sentenciou o Mago.
- Ahhhh! – até o Guri aprendeu o uníssono!

Insatisfeitos, mas obedientes,
Cada um se dirigiu a seu quarto.
Luzes apagadas e pronto...
Mas um dia se foi...

E em algum lugar...

- Adrielle! Onde está aquele sachet que eu te dei para sua proteção e do yeti? – perguntou Deborah.
- Aquele das estrelinhas que fazem arder os olhos? Acho que caiu (sem querer) quando passei perto da casa da fada...
- Hum...

Mago Merlin... aquele que sempre esteve aqui!

20.8.09

A força do vento

A chuva trouxe a escuridão precoce
E as ruas tornaram-se vazias muito rápido.
Novo blackout!
Era preciso chegar em casa logo...

Adrielle e o Guri o esperavam...
- Dessa vez não fui eu! – disse a pequena – só vim trazer o Guri.
Abraçaram-se. Sentiu falta dos pequenos....
- Sim, eu sei! Dessa vez foi o vento!

O silêncio o fez dormir,
Assim como os meninos...
Adrielle iria embora pela manhã
E o Guri voltaria às aulas...

Um piado ao longe, cada vez mais perto...
O albatroz, já recuperado, o acordou.
O Mago o afagou e notou um bilhete 
Amarrado aos seus pés...

Era de Deborah e dizia:

Você já tentou com o serelepe e agora com o albatroz. Encontrei-o agônico, bela ave, e entreguei-o ao Dragão que conseguiu recuperá-lo. Adrielle providenciará seu retorno ao mar que é verdadeiramente o seu lugar.
Você terá que resolver tudo sozinho e não poderemos te ajudar além de estar sempre aqui, mesmo sendo o que nunca aconteceu...
Observe o vento... ele traz a paixão e soprará o coração mais uma vez.
Lembre-se do que já ouviu: “na força da manhã serás muito valente e vencerás o espaço e a achará; que o tempo - que a fada te jurou - adormeça e que ela acorde pela força do seu pensamento”.
Deborah


E o Velho Pai, mesmo distante,
Conjurou a luz...
O Mago, então, tomou um bom banho
E tentou ser novamente feliz...

Mago Merlin... novo blackout... aquele que continua sempre aqui!

18.8.09

Num último raio de sol

- O que está lendo, Mago? – perguntou o Narrador.
- Aquele texto que o Guri mandou pela coruja...

“E ele, então, procurou o por do sol...
Escreveu coisas que pensara,
Colocou-as dentro de uma garrafa
E jogou-a ao mar...

O Sol, por sua vez, 
Ofertou-lhe um último raio de luz
Que iluminou seus pensamentos
E aqueceu seu coração quase partido...

Resolveu, com algum tato,
Perguntar o que se passava...
Após receber a resposta,
Disse o que pensava e... azar... agora foi!

Recebeu um “obrigado” (surpreso),
Mas antes até pedira desculpas...
Não satisfeito, foi lá no dia seguinte
E tudo estava muito diferente (voltara ao normal)...

Ofereceu-lhe um presente (ela gostou),
Admirou seu trabalho com muita atenção,
Conversaram, ambos sorriram
E na despedida ficaram um pouco de mãos dadas..."


- Tem mais alguma coisa, Mago?
- Peça para o Guardião cuidar do cansado albatroz... 

Mago Merlin... aquele que sempre esteve aqui!

17.8.09

As Fadas jamais se casam com os Príncipes Encantados

Depois de dias perto do mar
O retorno foi sereno,
Se bem que demorei para encontrar a fada
De quem tanto senti falta...

Algumas corujas deixaram recados
Inclusive uma que veio do Guri, com uns escritos dele,
Mas preferi ler a mensagem de Sininho
E, hoje, vou colocar aqui a íntegra do seu texto...

“Era uma vez uma criaturinha muito delicada, de uma beleza tão grande, mas tão grande que quase fazia os homens chorarem de emoção quando a viam... seu corpo era poesia escrita por células e céu azul. O sorriso que se desenhava no rostinho dela era estrela brilhante, que aos homens cativava... os fios de cabelos negros, que o mar deu ondas delicadas, dançavam ao sabor dos ventos... E sobre tanta poesia pairavam dois olhos tão escuros e profundos que era possível se perder dentro daquele labirinto de mistério...”.
Filha da Lua, em noite de amor com o planeta Vênus, nasceu esta criatura de amor, luz e encanto a quem todos deram o nome de Fada.
A Lua queria por perto a sua mais nova filha, brilhando lá no infinito, junto de suas outras irmãs estrelas... e por isto, deu-lhe pequeninas asas que a levavam para toda a imensidão. E quando estava em companhia das estrelas, mal dava para distinguir quem tinha mais luz, pois sobre o seu corpo longilíneo repousavam vestes de um branco tão inocente, que perto das estrelas, virava puro brilho.
E para que ela jamais sentisse saudades das irmãs, levava consigo em uma pequena vareta de ouro, uma estrela... estrela que Vênus encheu de magia, e deu a ela o dever de cuidar das paixões humanas, concedendo o maior dom de todos aos homens: o amor.
Era a ela, então, que todos recorriam nos diversos momentos da vida, em busca de colo, de um pouco de amor, de um olhar encantado... e ela atendia à todos. 
Não havia um ser vivo que ela não ajudasse, que não encontrasse conforto em suas palavras amigas, ou poção mágica em seus encantamentos. Ela tinha dentro de si o poder do planeta do Amor, e o brilho da grande mãe Lua. E todos os céus, duendes e deuses encantavam-se com ela e estavam sempre por perto para ajudar.
Mesmo assim, a criaturinha encantada, a quem todos chamavam de fada, possuía um ar de tristeza no rosto e, vez ou outra, viam-na sentada à beira do lago da floresta, contemplando a sua face refletida no espelho d’água com lágrimas nascendo no canto dos olhos, mareados de dor, que desciam por todo o rosto, desaguavam na boca e caiam no infinito... Era uma dor tão profunda e ao mesmo tempo uma cena de uma doçura enorme - até mesmo a sua tristeza se transformava em poesia...”

“E um belo dia, sentada à beira do mesmo lago, ela confessou para a Vitória Régia porque chorava...
- Choro porque conheço os mais belos e nobres príncipes de todo o universo, e eu mesma já os fiz casar com as princesas mais bonitas, promovendo a felicidade eterna. Eu mesma já fiz brotar amor onde apenas a guerra e a tristeza governavam. Foram estas mãos serenas e esta estrela encantada que deram ao homem o dom de Vênus e o brilho da Lua...
- Então por que chora, Fada encantada? Perguntou a Vitória Régia - Se você já fez coisas tão grandiosas e tão belas, se é você quem tem o dom de promover o amor?
- Choro, minha bela Vitória Régia, porque mesmo dando tanto brilho ao mundo com o amor que promovo, eu mesma nunca provei desta poção mágica a quem todos chamam de amor... eu nunca poderei saber que gosto tem este encanto, qual cor é o seu brilho... Porque sou uma Fada, eu ajudo os outros a amar, eu promovo o amor, este é meu dom, mas não sei amar... As Fadas jamais se casam com os Príncipes Encantados... 
E desde aquele dia não se viu mais a Fada, que triste e chorosa, refugiou-se no coração da floresta, longe dos olhos de todos. Os seus encantos ficaram para sempre adormecidos, e o amor perdeu para sempre o seu guardião.
Contam que à noite ainda se pode ouvir seu choro, vindo lá do meio das árvores. E é uma dor tão grande que até sua mãe Lua e as suas irmãs estrelas choravam, compadecidas... Porém, ela não podia fazer nada para aliviar a dor da filha, que teria de encontrar o seu destino sozinha - somente a Fada será capaz de compreender a dimensão do amor para poder se curar da sua tristeza... e traçar o seu caminho...
Enquanto isto não acontece, para que a sua filha Fada não se sinta tão sozinha nos seus momentos de tristeza infinitos, a Lua conversou com as Nuvens que, à noite, mandam a Chuva para lhe fazer companhia em seu pranto; e a Fada continua a chorar a sua dor, na companhia das gotas d’água..."


E Carolina adormeceu, antes mesmo que eu terminasse de contar a história...

Mago Merlin... essa história agora não ficou para outro dia... aquele que sempre estará aqui!

16.8.09

B-Day

Há algum tempo atrás,
Talvez até muito tempo,
Contaram, para a menina Carolina,
Uma história que começava assim:

“Era uma vez uma criaturinha muito delicada, de uma beleza tão grande, mas tão grande que quase fazia os homens chorarem de emoção quando a viam... seu corpo era poesia escrita por células e céu azul. O sorriso que se desenhava no rostinho dela era estrela brilhante, que aos homens cativava... os fios de cabelos negros, que o mar deu ondas delicadas, dançavam ao sabor dos ventos... E sobre tanta poesia pairavam dois olhos tão escuros e profundos que era possível se perder dentro daquele labirinto de mistério...”.
Filha da Lua, em noite de amor com o planeta Vênus, nasceu esta criatura de amor, luz e encanto a quem todos deram o nome de Fada.”


Esta história é daquele tempo
Que Sininho usava um all star colorido,
Mas agora ela cresceu, foi autorizada a usar salto alto
E hoje já usa sapatilha prateada... 

Já se achou patinho feio
E, até, “nuvem passageira”,
Que se parte em pedacinhos,
Mas um desses eu peguei e guardo com muito carinho...

Pensei em deixar aqui o texto todo...
Sim, ela que escreveu a história que Carolina ouviu.
Mandei uma coruja, pedindo autorização,
Mas a resposta ainda não veio...

Então, hoje, que é seu aniversário,
Deixo somente um trechinho,
Para marcar esse lindo dia
E lembrar da magia daquele momento encantado, que já contei no Natal...

É... não pude ir...
Estou perto do mar e você lá na muralha,
Mas meu coração está por ai
Desejando o mais belo dia e os mais lindos sonhos...

Mago Merlin... parabéns Fê... assim como o Mago, você continua sempre aqui no meu coração!

14.8.09

Sentado na beira do mar

Sentado na beira do mar
Eu vi a neblina cobrindo a ponte e escondendo o sol,
O vento empurrando a palmeira
E o balançar solitário da embarcação...

Sentado na beira do mar
Eu pensei em você, 
Lembrei do seu rosto, do seu olhar furtivo
E das suas mãos, dadas às minhas sem entrelaçar...

Sentado na beira do mar
Eu senti frio, mas não me incomodou
Porque eu pensei no seu sorriso,
Quando você evita os meus olhos...

Sentado na beira do mar,
Senti o gosto do sal,
Mas procurei um caminho mais doce
Que me levasse direto ao seu coração.

Mas sentado na beira do mar
Eu conclui que te perdi,
No exato instante que contei o que comigo passara,
Naquele momento onde mais te quis (era o risco que te falei).


Ele sorriu e pensou em devolver ao mar
O bilhete que veio junto com a garrafa,
Mas chamou uma ave local que passava
E ordenou: - Faça chegar ao destino certo!

E em algum lugar, um albatroz solitário tenta encontrar seu destino...

Mago Merlin... aquele que está longe, mas logo volta, porque continua sempre aqui!

13.8.09

Perto do mar

- Irei ter com sábios num lugar perto do mar. Cuide da casa. A elfo e o gnomo estarão por ai. Volto em 4 dias.

Após instruir o guardião,
O Mago partiu em seu coche
Pra baixo da serra,
Onde será seu encontro.

Passou por várias cidades:
Aquela que a fada esteve,
Durante aquele tempo de saudade
E do feitiço da ampulheta...

Viu o caminho para as terras de Alice
E lembrou daquela época que veio ao sul
Procurar seu presente com Papai Noel,
Onde a Garotinha não apareceu...

Finalmente chegou...
Exausto, procurou abrigo na estalagem de sempre,
Mesmo que em outro lugar,
Só que agora vê o mar ao fundo...

Outras histórias vão surgir 
No decorrer dos dias.
Tem pensado em Sininho, que fará aniversário...
Será que a Fada Manoela mandará notícias?

Mas isso será mais uma história para outro dia...

Mago Merlin... perto do mar... mas continua por aqui, como sempre!

11.8.09

Mal Secreto

- Veja, Mago! O Guri continuou aquela história. 

O Narrador entrara na sala
Com aqueles pergaminhos,
Onde o Guri andara escrevendo
Nos poucos tempos vagos do final de semana...

- Leia, então, Narrador! – pediu o Mago.

E ele resolveu arriscar:
Muitos momentos sozinho,
Tanta falta ele sentiu naqueles dias,
Que resolveu contar do sentimento...

Não exatamente do “todo”,
Mas “o suficiente” – pensara.
Bobo... por que não falou tudo de uma vez?
O efeito seria o mesmo, caso fosse em vão.

E será que foi em vão?
Ah! Não... foi muito pior!
Ela ficou muito diferente
E ele não soube mais o que fazer...

Seria somente uma impressão?
Embaralhou-se o “sim”, o “não” e o “talvez”
E ele ficou somente na ilusão,
Do mal secreto que não tem perdão.


Esperei, esperei e você não veio... por que me deixas assim tão só?

- Oi!

Essa história continuará outro dia...

Mago Merlin... semana será mais curta... mas ele continuará aqui como sempre.

9.8.09

O Baralho

E assim passou mais um dia...
Brincadeiras, um bom almoço na casa da elfo,
Bodas de seu também velho pai,
Terminando na casa da fada que parecia tensa...

Das profundezas do mar, surgiu o antigo aprendiz...
Aquele – digamos: “Pêxe” - cuja consorte 
Descobriu os segredos da casa da montanha,
Falando do encontro, nas terras quentes, que está próximo.

- Já vamos! Os yetis já estão lá fora. O Guri irá conosco, já que aqui há aquele medo daquelas coisas pequeninas que provavelmente nem chegarão por aqui.

Dessa vez abraçou os quatro,
Mas não estava triste, só um pouco pensativo...

- Fiz a caixa. Dri e Ana me ajudaram com as cartas. – disse o Guri entregando o presente.

Em seu interior, um baralho comum, decorado no verso, com estrelinhas coloridas que se movimentavam ao mais leve toque. 

Havia somente um curinga
Com um post-it grudado nele,
Onde se lia:
“As fadas jamais se casam com os príncipes encantados”

Mas isso tudo será história para outro dia...

Mago Merlin... aquele que sempre estará aqui!

Vamos todos cirandar

Borboletinhas foram as portadoras
Dos cartõezinhos coloridos,
Cada um com uma característica diversa,
Vindos das meninas e do guri...

Claro que ainda não chegou a Primavera,
Onde as borboletas voam sem parar,
Mas por aqui as coisas nunca aconteceram
E não seria de se admirar algo assim...

Segundo aquele aprendiz,
A Primavera já começa a dar o ar da graça,
Meio preguiçosa, sem dúvida,
Mas a gente vai ajudando...

E quando aquele sorriso nos ligou,
Nos dedos ainda não entrelaçados da cirandinha,
Aquele amor ficou tão grande
Que eu não queria que o vidro se quebrasse...


- Fazendo mais fractais, Beatriz?
- Do pinhão se faça a pedra... da pedra se faça um brilho... 

Ela chamou o dragão para ajudar,
Enquanto o Guri, curioso, observava de longe.
As três se deram as mãos.
- Venha, Guri, você também Mago! – em uníssono.

Rodopiaram cada vez mais rápido...
No meio ficou o montinho de cascas de pinhão,
Enquanto o dragão voava por cima deles.
- Mais rápido, é volta e volta e meia!

Já quase totalmente tontos,
Caíram nos chão às gargalhadas.
Quando se deram conta,
Do pinhão se fez a pedra e da pedra um grande brilho...

O serelepe aparecera (teria encontrado a fada?):
Segurou a pedrinha nas patinhas
E o dragão despejou um sopro de fogo.
- E do brilho, um frasco em diamante! – Beatriz concluiu. 

- Vixe! – exclamou o Guri.

Deborah pegou o frasco nas mãos
E o entregou ao Mago.
- Pronto, este não quebra e é o nosso presente pra você.
- O serelepe não completou a missão.
- Você é que tem o poder de completá-la, Mago!

Mago Merlin... e o Velho Pai já recebeu um beijo e um abraço... aquele que continua sempre aqui!

Blackout

A neblina clara da manhã do sábado,
Prenúncio de dia de sol,
Rapidamente foi afastada 
Com a chegada das meninas...

- Oiiiii, Mago! - no seu clássico uníssono.

Deborah espantou as últimas nuvens
E o brilho do sol, através da janela,
Acordou o guri que logo pulou da cama,
Trocou de roupa e saiu ao quintal para brincar também...

Passaram o dia arrumando coisas:
O Mago limpou as bolas de cristal,
Deborah cuidou do céu
E Ana, Dri e o Guri cuidaram dos bichinhos...

Os yetis jogaram cartas com o assustado guardião,
O dragão ajudou o gnomo no jardim,
Enquanto a elfo que cuida da casa
Preparava o almoço de domingo...

- Ops... - com o rosto vermelhinho, Adrielle se desculpava... blackout total!
- Lumus! Vamos procurar velas! - Ana remexia nas gavetas.
- Tiens etoiles et la lune!- Deborah providenciou a iluminação de outras fontes.

De um jeito bem aconchegante
Reuniram-se em volta do fogo,
O Narrador cantou para eles,
Enquanto, mais uma vez, comeram uma “pasta”...

Como nos tempos de criança,
Relembrou os passeios nos caminhos
Só iluminados pelas varinhas,
Pelas estrelas e pela lua...

Bons tempos aqueles,
Onde alguns que já se foram
Nos davam as mãos para que não caíssemos
E nos ensinavam a ser feliz!

E um serelepe saiu pelos campos... a procura de uma fada.

Mago Merlin... aquele que sempre esteve aqui!

8.8.09

Bem querer

- E você não vai responder? – perguntou o Guri.
- As meninas chegam amanhã. – respondeu o Narrador.

Em dia de calmaria e de pouco frio,
Procurou pela fada, levando um chocolate
E apetrechos para transfigurações
Que ela faz para os pequeninos que cuida.

Na volta, encontrou o recado 
De alguém que não se apresenta
E que procura por respostas inexistentes,
Já que o jeito certo é um tudo que somente existe e nada mais...

- Narrador, conte uma história. – ele pediu.
- Ia guardar para quando as meninas chegarem, Mago!
- Comece... depois você termina, como sempre!

Num lugar tão tão distante... alguns Contos de Fada começam assim...

Alguém procurava por seu bem querer
Que nem ao certo sabia onde estava,
Muito menos que estava procurando,
Pois talvez tivesse desistido de algumas coisas...

Tinha medo da decepção,
Do sofrimento, da desilusão,
Dos momentos de dor
E de, no final, experimentar de novo a solidão...

Um belo dia, seu bem querer veio ao seu encontro...
Muito diferente do que poderia imaginar:
Não era um cavaleiro errante
E muito menos montava um cavalo baio...

Era somente alguém que a amava, 
Que adorava suas histórias,
Que sentia sua falta quando ela partia
E que morreria de dor quando a visse em outros braços...

Mas seu bem querer também tinhas seus medos:
Da perda, do desencanto,
Também dos momentos de dor
E de, no final, experimentar de novo a solidão...

- Onde está o serelepe? – perguntou o Mago.

Mago Merlin... aquele que sempre estará aqui.

4.8.09

Perfeitamente equilibrado

Um dia, lá no passado,
Aquele que viu uma luz lá longe
Segurou na minha mão
E aquela menina nem imaginou o que eternizou...

Sim, numa simples imagem digital,
E ela ainda deu um sorrisinho,
E ele assim fez questão
Num momento inesquecível...

Ele também viu nove luas no céu,
Mas contou para Ivete
Que poderia falar do medo
Do desejo e do amor...

Hoje a lua está no céu,
Onde também apareceram estrelas.
Agora você foi dormir,
Então que assim durma bem...

De qualquer forma não te daria a lua,
Pois é pouco perto do meu desejo
Já que o que brilhas ilumina muito mais
Que a união dos astros no céu...

E como ele mesmo já disse:

“Muito pra mim é nada
Tudo pra mim não basta
Eu quero cada gesto
Cada palavra
Cada segundo da sua atenção

Faça isso por mim
Leve a dor pra longe daqui
Estou cansado de ouvir que eu só sei amar errado
Estou cansado de me dividir
No que é certo no amor” 


- Guri! Hora de dormir!
- Já viu a Lua hoje?

Mago Merlin... ode ao Herbert... aquele que sempre esteve aqui!

2.8.09

Pois é

Ele pensa e ela fala,
Ela escreve e ele ri,
Ele canta e ela recita,
Ele fala e ela pensa...

E podem ser bons amigos,
Talvez muito mais que isso,
Passando pela fase do “eu te amo”
Para amar de outra forma, muito e muito mais além...

Ah! Mas por que ela assim pensa,
Se pensasse o que ele pensa,
Ficaria dito a perfeição
Pois pensamento viraria sentimento...

Do sentimento à emoção
Do que não consegue dizer,
Já que mente a cada passo
Quando evita falar deste seu bem querer...

Falasse da delicadeza e do carinho,
Da dedicação que tem ao amor que sente,
Talvez este último não o fosse tão injusto
E o deixasse bem longe da solidão...

E se ela não pensasse e somente tivesse certeza
De que o que pensa que não daria certo
Seria o caminho mais claro e seguro
Para o enfim final feliz daquilo que ainda não terminou...(?)

- Com quem conversava, Narrador? – perguntou o Guri.
- Um tal de Chico que passou por aqui... ele procurava Vinícius e um tal de Tom...

Mago Merlin... pois é... aquele que continua por aqui!

E ele só tinha a Lua...

Eu andei por ai, perguntando o que fazer da vida
Só que respostas eu não encontrava,
Enquanto as palavras que ela dizia 
Ecoavam na minha mente...

Eu vi a escuridão,
Dei de sonhar,
Mas não havia mais aonde ir,
Quando recebi sua mensagem...


Encontrar o Guri, devorando uma caixa de bombons,
Enquanto ele esperava outra visita, que não chegou, 
Apesar da corujinha de olhinhos puxadinhos ter confirmado,
Foi uma surpresa das mais agradáveis...

Ainda gordinho, mais alto um pouco,
Bochechas rosadas pela dramática mudança de clima,
Pois estava lá depois do mar, onde ficam as origens,
E onde havia um sol quase esquecido por aqui...

Perguntou de todos:
Da Garotinha ele soube que ela mandou joaninhas
Para reclamar do encontro lá nas terras frias,
Onde mora o (K)Clown, que agora apresentou uma nova amiga...

Ouviu as histórias da luta do menino,
Enquanto durara o inferno astral,
E o importante papel das meninas
No cuidar dos corações partidos...

Soube do carinho que recebe da fada, 
Dos enigmas que surgiram no castelo,
Dos novos projetos
E das novas viagens que virão...

Ele confirmou que recebera o bilhete da Amiga,
Entregue por uma gralha azul
Que sumiu a seguir,
Deixando um pinhão em seu lugar...

- E ela está bem? Sua mensagem me assustou?
- A mim também... foi só susto... sua voz já voltou...

E como a Lua não levou a saudade embora,
Volta o Guri, para essas terras distantes,
Onde o passado se faz futuro
Às vezes incerto, porém sempre presente....

Mago Merlin... aquele que sempre estará aqui!