24.3.09

O Passeio do Guri

Foram visitar um local distante
Vindo do passado quando este falava do futuro,
Porém muito além do futuro já conhecido
Em outros tempos....

Muito gelo até a chegada...
Os yetis os deixaram na entrada de uma gruta,
Onde sentaram para jogar cartas e proteger aquela fronteira
Assim como faz o guardião baixinho...

O Guri não entendia como chegara lá,
Mas Deborah, Ana e Adrielli o guiaram pelo caminho estreito.
No final, o sol surgiu meio tímido, de amanhecer,
E vislumbraram outra paisagem...

Repleta de rios, cachoeiras, lagos
Flores, passarinhos e borboletas,
Uma pequena cidade era vista ao longe, 
Mas Deborah providenciou que lá chegassem rápido.

Passearam, acompanhados por aquele jovem casal,
Até o anoitecer, quando retornaram pela mesma passagem,
Onde encontraram os yetis para o retorno
Ajudado pelo vento que não move os moinhos...

E a mágica se fez: depois que o Mago transformou, em conto de fadas, a história escrita pelo aprendiz, sua mente se abriu e agora ele fala dos ventos...

“ - Que ventoinha, tufão e brisa mantenham sua mente aberta e o guiem pelo paraíso do encantamento”!

Mago Merlin... contou cedo uma história que seria para outro dia... aquele que continua por aqui!

22.3.09

Mensageira

Já não encontrava Iara há muito tempo,
Desde quando conheceu o vilarejo,
Onde Poseidon também lhe deu conselhos,
E este reencontro sempre faz muito bem...

Deixara a casa aos cuidados do baixinho,
Encontrou Fada Mila, que seria sua guia,
E partiram rumo às trilhas de uma floresta,
Seguindo o barulho das águas e o vôo das borboletas...

Ao voltar algumas surpresas:

O coelho saltitava de um lado para o outro: 
- Pera que já volto – ela disse – mas não voltou... 
A Estrelinha (aquela que caiu aqui um dia)
Passou para buscar um brilho perdido em outro púcaro.

E uma elfo (que há muito ele não via) aguardava com um globo branco na mão.

Era Olhos Azuis que viera saber novidades,
Elogiar o passado e brilhar seus olhos
Quando o Mago, na bola de cristal, 
Os levou àquele castelo no meio das brumas,
Onde ela e outras aprendizes, com auxílio da Bruxa das Linhas, vestiram capas e outros adereços, enquanto o Mago e a Fada dos Olhos viravam cereais...

- E o Guri, Mago? – perguntou a Estrelinha.
- Foi passear com as meninas em lugares distantes...
- Mas se elas nunca aconteceram, como foi isso?
- Será uma história para outro dia...

Mago Merlin... o gnomo que cuida do jardim está a caminho... aquele que continua sempre aqui!

21.3.09

Colagens

O narrador conta mais uma história...

E naquele dia que ele lia aqueles versos
De última página de caderno espiral,
Onde ela colava figurinhas brilhantes de corações e flores,
Lembrava que isso fora o que os juntou...

Se lhe perguntassem o que mais chamava a atenção,
Diria que nem tanto os olhos,
Fruto adocicado das pequenas abelhas,
Ou os cabelos cor de ouro, que brilhavam ao vento no sol poente...

Talvez fossem as estrelas daquele sorriso,
Que vinham dos lábios cor de carmim,
Ou a delicadeza de seus gestos
No tranqüilo caminhar de fim de tarde...

E em seus pensamentos ele lembrou daquelas ruas e casas antigas,
Onde eles chegavam depois dos colégios dos outros tempos,
Para ver as estrelas no céu
Da constelação dos amigos que o acaso encontrou.

Será que eles pensavam em perguntar de onde eles eram?
Um lugar qualquer, mas em que planeta?
E eles faziam qualquer coisa em troca daquele amor, 
“Pois amigo é um cobertor... bordado de estrelas...”

- O narrador precisa ir embora, Guri. 
- As meninas chegam cedo?
- É possível... tome seu chá de jasmim que Lucy deixou pra você...

Mago Merlin... aquele que sempre esteve aqui!

17.3.09

A long long time ago

Há muito tempo atrás... os Contos de Fada também começam assim...

Era uma tarde de sol e chuva quando pisou naquelas terras,
Atraído pela cor do vento e pelo cheiro da brisa,
Já que esta influência, assim também como de outros perfumes,
Às vezes funciona como um mapa ou até mesmo um guia...

Alguém que se apresentou como guardião (o tal baixinho de aparência ridícula), perguntou seu nome e apresentou um teste.
Silenciou... 
O nome ele até saberia dizer, mas o teste pedia uma definição.

Ele era alguém que buscava perguntas para suas respostas,
Alguém que tinha na poesia uma amiga e confidente...
Que colecionava emoções de formas variáveis
E via na magia uma grande possibilidade...

Tinha poucas certezas e muitos sonhos
Talvez a melhor definição fosse de um “Aprendiz”
- O que busca nessas terras? – perguntou o baixinho, iluminado pelo brilho de uma estrelinha.
- Não sei se busco ou se fui atraído a experimentar...

Convencido, o guardião da Fronteira Transparente autorizou sua entrada.

A chuva acabara, pois Indra providenciou dois belos arcos e uma nova poesia se fez...
A cada verso novo se sentia renovado e confortado,
Pois naquela terra nova, com cheiro de terra molhada e luzes em arco-íris,
Sentiu uma profunda sensação de fim de novembro... e, então, ficou feliz...

Esperança de encontrar a paz
E de devorar muitas novas sensações
Naquela terra de magia, encantos e beleza... 
Finalmente chegara na montanha!

A cada passo uma novidade, um encontro e um novo sonho...
Uma fada de grandes olhos brilhantes o observava:
O que passaria em seus pensamentos? (ambos se perguntaram)
Novos perfumes chegaram com o vento que, agora, parecia hortelã...

E a longa jornada rumo ao futuro começara...
Ainda faltava muita coisa até conhecer toda a magia.
Ainda teria que deixar a mente aberta e totalmente desimpedida
Para que aprendesse, um dia, a elogiar o passado...

Um dia, como contei ontem, ele encontraria o Mago,
Mas o que aconteceu até tal momento, será história para outra vez e ele mesmo contará para o guri (quem sabe até responderá a pergunta que nem o (K)Clown conseguiu responder).

Mago Merlin... aquele que sempre estará aqui!

16.3.09

Sensações, Cores, Cheiros e Sabores

Aquela bela menina de olhar decidido,
Algo parecida com a amiga do guri
Até porque é mais uma que sonha acordada,
Enviou uns seres diferentes dos que costumam passar por aqui...

Uns pontinhos de luz passaram pelo guardião
E entraram direto pela janela, curiosos que eram...
Encontraram outro visitante curioso, só que em magias:
Um colecionador de sensações, cores, cheiros e sabores...

Este perguntou a cor do vento e o gosto da vida, 
Pois quer contar histórias também, mas diz que lhe faltam algumas aventuras...
Se bem que já trilhou por várias delas
Naqueles segredos de coronéis e em viagens até o longínquo oriente...

- Mas como encontrar a magia? – ele perguntou.
- “Acredite que você pode fazer qualquer coisa... assuma o controle e faça o futuro da forma como você quiser...”


- E dos pontinhos de luz você não vai falar, Mago? – perguntou o guri.

- Os pirilampos? Isso ficará para outro dia...

E no apagar da última chama da lamparina mágica,
Ela não quis escutar o que ele dizia
Porque sempre achou que sabia de tudo
E que podia tomar conta de si mesma sozinha...

Mago Merlin... contará histórias dos novos visitantes... aquele que sempre estará aqui!

14.3.09

Ode assimétrico

A noite fria de luar, com muitas estrelas e poucas nuvens,
Anunciou o inverno que está próximo.
Peeiras etnegengetz vigiavam o perímetro
Para evitar maiores problemas...

O guri preferiu ficar com sua amiga
E as meninas nem viriam mesmo, 
Já que os yetis não manteriam sua aparência calma
Caso algum ser de Octblair resolvesse aparecer...

O Mago, então, preferiu descansar,
Pois Lucy (aquela... do Peanuts) foi para outras paragens,
A Fada Rosa saiu por uns dias
E a Grande Loba voltou para sua matilha (espero que logo ela reapareça).

Ao som da música da terra daquela pequena e bela aprendiz,
Lembrando aquele dia de frio implacável na montanha,
O Mago invoca as palavras do (K)Clown
Para um ode (sem simetria) ao romantismo do silêncio...

“Ah, a Lua! Quando cheia e alva, na noite de céu límpido, é um reconforto para os românticos. Quando enrubescida, entre as carregadas nuvens que passam ao sabor dos ventos, às vezes chora, por sentir seu brilho encoberto. Sem dúvida, o mais fascinante dos corpos celestes, a lua é o espelho entre os belos e, assim, se demonstra completa em toda a exuberância – seja nova, crescente, cheia ou minguante!”

Mago Merlin... aquele que sempre esteve aqui!

13.3.09

Perdas

Na Lua Cheia, de uma sexta-feira 13, a Grande Loba conta uma história para o guri...

”De todas as coisas certas na existência mortal, perda sempre foi uma coisa difícil para a Loba aceitar. Talvez por sua natureza provedora/protetora, geneticamente desenhada para proteger a Matilha, deixar algo fugir ao seu controle ou ao alcance das patas gerasse uma urgência, um alerta que demorava a sumir, durando algumas madrugadas insones e alguns dias inquietos, nos quais a Caça era mera obrigação. Por isso, quando a notícia da viagem do Mago veio pela Fada dos Olhos ela pegou a informação e a guardou em algum lugar seguro, de onde não fugisse para provocar dor.
O envelhecer começa a cobrar seu preço e as perdas, cada vez mais numerosas: tempo, companheiros, dentes, ficam cada vez mais difíceis de aceitar. 
Os olhos, outrora agudos, agora precisam mais e mais dos feitiços da Fada dos Olhos e, talvez por isso, o choro fique mais fácil; ou então está ficando mole mesmo, apenas uma carcaça velha e mole.
O Mago sempre fora um Guia, um tradutor de sinais, uma mão amiga coçando a parte de trás das orelhas nos tempos de descanso; uma mão rápida no pescoço quando um passo mal pisado pudesse arruinar a Caça; um vigia silencioso e onipresente garantindo um sono em paz...
  E agora ele iria para longe da Montanha, de onde continuaria a sua missão, mas longe das patas, tão longe que seu cheiro seria apenas memória do focinho.
Todas estas voltas apenas para contar sobre a Despedida e suas conseqüências. 
Rever o Mago em pessoa, em seu próprio campo, fez a Loba pular de alegria, abanando o rabo e latindo, muito canis e pouco lupus. 
Aparecer assim, sem avisar, no meio da Caçada, foi uma boa estratégia, pois o calor da batalha não a deixou sentir a ferida funda feita com precisão para doer, marcar, mas não matar. 
Depois que os aprendizes se calaram, o silêncio fez a ausência aparecer e crescer. Foi assim, rápido, mal começou já tinha terminado e, mais rápido que dizer “Até logo”, ele se foi. 
Seguindo sua natureza, a Loba deu ao Mago um pouco de seu perfume. O Mago deixou então o perfume das maçãs para que, cada vez que aspirassem, um elo se formasse e eles não esquecessem. 
De resto, é só esperar um novo Ciclo que, como o mar, talvez traga o Mago qualquer dia desses.”

Grande Loba... cuidando da matilha... aquela que continuará sempre aqui, no coração do Mago!

10.3.09

Can you hear me?

As noites de lua cheia começam mais cedo
No planalto onde fica o castelo do monte, 
Pois não existem sombras para esconder
O que brilha em prata e porcelana.

Quando ele cantou naquele dia,
Voou bem alto para que você ouvisse,
Pois a música não teria sentido de outra forma
E seria como um pássaro sem asas...

Quando você chorar, mais uma vez,
Os trovões da tempestade abafarão aquele canto
Dos pássaros solitários que voam pelos céus
E você ouvirá o seu chamado...

- Ainda acordado guri?
- Pensei na minha amiga e fui ver a lua...
- Um menino que andava por aqui também fazia isso...
- E onde ele está?
- Pergunte ao dragão...

Mago Merlin... aquele que sempre esteve aqui!

8.3.09

Notícias do mundo de lá

Ontem foi um dia muito quente...
O Mago saíra de bicicleta (magos fazem isso também!),
Enquanto não chegavam os visitantes
Que sempre aparecem em dias assim...

Ao voltar, nuvens carregadas prometiam vento e frio,
Mas ao invés disso, pedras de gelo foram arremessadas por sobre sua cabeça...
- Vai contar uma história, Mago? – perguntou o guri.
- Hoje não... coma um pouco deste doce de maçã...

O ano começa em todos os lugares
E, aos poucos, todos aparecem...
- Mas o ano já começou, Mago! – perguntou a Estrelinha 
- Só que você só surgiu agora...

Junto com este “ressurgir” vem as notícias
Que chegam dos lugares mágicos para onde eles foram,
Onde são grandes magos
E onde continuam com aquela eterna saudade no coração...

Querem comemorar a liberdade,
O fim do inverno e quase início da primavera,
Num reencontro há tanto esperado
Para elogiar o passado mais uma vez...

A lua está quase cheia
E teus olhos de jade, que um dia invadiram meu ser,
Estão brilhando em algum lugar...

E as notícias do mundo de lá os farão mudar de cor, como assim sempre foi...

Mago Merlin... vendo as notícias que chegam de todos os lugares... aquele que continua sempre aqui!

3.3.09

Elite

Há pouco mais de um mês...

Passou tão rápido pela porta que nem o guardião,
Nem os yetis e muito menos o dragão
Conseguiram ver quem era!
E impedir sua entrada nem tentaram...

Agitada (não para quieta), fez um simpático convite,
Que o Mago logo aceitou,
E passaram a trocar idéias (até o indefectível “Boa Noite”),
Enquanto ela conhecia o País dos Sonhos Verdes...

Algum rebuliço foi criado,
Pois seu sorriso
Chamou muita atenção,
Dos amigos e amigas que já por aqui estavam!

Sonhos tem muitos,
Mas somente aqueles acordados (sonhar dormindo ela não gosta!);
Conhece a história de Sofia
E um dia falou que não sabia quem ela (própria) era.

Mas a melhor descrição vem de seus próprios amigos:

“Alegre quando deve;
Triste quando não dá para disfarçar...
Bem nervosinha, às vezes,
Mas é amiga e é fiel com quem merece...
Pessoas falsas com ela não têm vez...
E que não apareçam intrometidos... pois ficará bastante irritada,
Mesmo sendo bem carinhosa e brincalhona com aqueles que ama...”

- Por que você falou dela hoje, Mago? – perguntou o guri
- É seu aniversário...

Mago Merlin... hoje é dia de comemoração... aquele que sempre estará aqui!

1.3.09

Reunir

Há alguns anos, o Mago recebeu um recado
De que deveria encontrar Papai Noel em algum lugar perto do sul...
E pra lá ele foi, viu a terra dos piratas, dos índios e do passado
E o Papai Noel não apareceu...

Por outro lado, encontrou Alice,
Que trouxe suas duas fadas,
E, para elas, finalmente Papai Noel surgiu
Para distribuir sua alegria habitual!

- Mas isso parece conto de Natal, Mago! – perguntaria a Estrelinha (aquela que um dia caiu aqui e que anda sumida...)
- Quando você aparecer você reclama... coma um acarajé que a menina das cores deixou antes de viajar!

Enfim...
Três anos depois, o Mago retorna àquele lugar
E encontra, além de Alice e suas fadas,
Um antigo e querido aprendiz, que já é mago poderoso, e sua (como ele mesmo disse) “digníssima”!

Pareciam velhos amigos,
Pois essa reunião trouxe vários pontos comuns:
- Lugares, canções, sentimentos e emoções diversas,
Surgiram de todos os lados, enquanto elogiavam o passado...

Fim de tarde... o Mago relembra os dois dias fora do castelo...
A lua em crescente pisca pra ele pela janela...
Já voltou e, na bagagem, trouxe víveres, livros e bons momentos
Que ficarão eternamente marcados em seu coração...

Mago Merlin... um bom passeio... aquele que continua por aqui!