27.2.11

Scusa ma ti chiamo amore

- ‘Tó Mago. Adrielle pediu para entregar.

“Há algum tempo atrás, o menino se encantou com essa história e pediu que um dia entregasse pra você. Foi assim que o livro mágico começou e creio que agora ela significa muito e muito mais do que antes. Beijo no coração. Dri.”

Junto ao bilhetinho, amarrado com uma fita rosa,
Um DVD (sim... magos também assistem filmes na televisão).
Um velho equipamento foi desempoeirado, plugs foram ajeitados
E o trabalho de uma semana de Adrielle, pode ser visto.

“Não sei dizer nada mais
Digo só que é você que
Redesenha o meu destino
E colore o desejo dentro dos meus olhos”

Dessa feita, a Ilha Blu foi admirada e não imaginada,
Assim como La Luna, “le ONDE” e tudo o mais.
Várias canções, vários momentos,
Tudo junto num sonho que parece realidade.

“Uma vida pra reescrever
No seu coração que tem mil páginas
Folhearei poesias que falam de nós
Um amor que não tem idade
E falarei de um amor que ultrapassa as distâncias”

De um a dez foram contados dias (Alex contou 28),
Divididos em horas, minutos, segundos,
Que passam como séculos,
Lenta e dolorosamente...

“Scusa ma ti chiamo amore
Non so dire nulla più
Scusa se ti ho dato un nome
Ora puoi chiamarmi anche tu”

E no ar uma estranha brisa precede o que irá acontecer...

Mago Merlin... aquele que continua por aqui como sempre!

26.2.11

Acontecerá

Ana chegou logo cedo, acompanhada do Guri e Melinda.
Realmente, como avisaram as bruxas,
Adrielle foi muito importante durante a semana,
Pois, às vezes, ser “nervosinho(a)” é necessário.

Claro que muita chuva veio junto,
Já que é uma coisa que ela adora ver,
E bastou saber da sua presença,
Que o acordo passou a ser seguido com mais precisão.

- Oi Mago! A luz já voltou! – um uníssono para acordar.

Após se despedir, ontem, de Adrielle,
Logo um “ops” ao longe foi ouvido,
Seguido de um tradicional apagão,
Quando o yeti tropeçou numa árvore e aí...

Com toda essa confusão, algo sem sentido,
O dia ficou muito longo e havia de ser preenchido.
Coisas diferentes foram feitas, velhas mágicas surgiram,
Para tudo terminar naquela ideia do farol.

Um silêncio se formou...
Melinda rondou a casa, procurando algum desafio;
O Guri observava de longe;
Ana aproximou-se do Mago que folheava uns escritos de Goethe.

- Algo está prestes a acontecer...
- Por isso viemos...
- Quer um chocolate, Beatriz?
- Só você me chama assim!

Mago Merlin... aquele que sempre esteve aqui.

20.2.11

The Only Exception 2

- Não, Ana! Você já tinha feito quase tudo. Esqueceu que outros dois livros existiram antes?

Mesmo sendo lua cheia, Melinda resolveu arriscar,
Já que a Fada Madrinha garantiu que nunca mais seria vista,
E acompanhou, como fiel protetora, ao lado do yeti,
Ana, até a enseada onde moram aquelas bruxas.

- Porém prepare-se. Mande sua irmã “nervosinha” pra lá o quanto antes.

Enquanto nada acontecia e tudo era visto e sentido,
Mesmo que isso não fosse o acordo,
Outro livro era folheado, pistas eram encontradas
E pensamentos desconexos surgiam por toda parte.

- Ele a sente e a vê, pois a procura sempre por toda parte.

A textura da capa lembra outras mãos,
Como se as mesmas pudessem ser tocadas suavemente.
Algumas páginas foram marcadas, talvez de propósito,
Mas isso será descoberto depois.

- Agora vá menina! E venha nos visitar sempre que quiser!

Um ingresso, uma orelha e até uma pequena mancha
No topo daquela outra página...
Sinais que, talvez, jamais sejam decifrados
E que devem fazer parte do mesmo encanto.

Ele resolveu deixar o coração à mostra...
Tantas vezes ele já foi partido, tantas cicatrizes,
Ele deve ser totalmente indestrutível
E mais um ferimento nem fará diferença.

- Ana! Ele está totalmente enganado! Pode deixar que eu vou mesmo.

O nascer da lua não pode ser visto,
Pois as nuvens a esconderam em diversas ocasiões.
Um clarão, um trovão, algumas estrelas se assustaram,
Uma chuva fina e rápida caiu.

- Oiiiiiiii, Mago!

Ele sorriu. Já sabia que ela viria (pois tudo ele sabe)
E preparara um chocolate quente
Que tomaram juntos, sem mais nada falar,
Até que ela adormecesse ao som da melodia que tocava...

“Maybe I know, somewhere
Deep in my soul
That love never lasts
And we've got to find other ways
To make it alone
Or keep a straight face
But darling,
You are the only exception”

Mago Merlin… aquele que sempre esteve aqui.

19.2.11

O que você acha que as cores fazem por você?

Outro dia a Drika perguntou
O que eu achava que as cores faziam por mim.
Tentei de todo jeito colocar isso num texto
E várias ideias vieram à cabeça.

Uma delas, a escolhida, foi falar de dias.
Pensei em montar um mosaico
Colorido, coloridinho, como pastilhinhas de parede,
Colocado numa caixinha como se fosse um pequeno arquivo.

Meio inspirado pela Emi,
Já que lá eu achei o tal do “Diário Infinito de Frases”, 

Cada pecinha do mosaico seria uma data
Com uma cor específica que a representasse.

De cara fui procurar o tal dia, há quase dois anos,
Onde nem se sabia que uma história começaria,
E escolheria as cores mais bonitas,
Já que uma fada lá estaria presente.

Algumas peças do mosaico seriam sem cor,
Pois são aqueles dias que desejamos deletar das nossas vidas.
E, então, veio a resposta que tanto a Drika queria:
Cor é vida... o que não tem cor é representado pelas trevas.

- Ei, Narrador! Essa história foi boa.
- Também gostei, Guri!

Fica, então, um desafio,
Nos moldes daquele da Tati:
“- O que você acha que as cores fazem por você?”
E isso vai dar mais histórias para outro dia...

Mago Merlin... aquele que sempre esteve aqui!

17.2.11

The Only Exception

Naquele momento em que o sono nos deixa tontos
E nem sabemos bem se estamos dormindo ou sei lá o que,
Vários pensamentos voam na velocidade da luz
Piscando em frente aos olhos como faróis coloridos na estrada.

- Ei... achei que gostaria de me ver!

Ana, mais uma vez, aparecera para velar seus pensamentos.
De uma forma doce, como criança que é,
Sentou ao seu lado, enquanto ela se acomodava ao travesseiro,
E afagou os seus cabelos, da mesma forma que faz com o Mago.

Às vezes fazemos umas promessas tolas a nós mesmos,
Criamos algumas crenças do tipo "o amor nunca dura",
E que o melhor a fazer é seguir em frente sozinhos
Numa distância aparentemente confortável.

Claro! Tudo que parece difícil e impossível nos abafa,
Mas não impede de transmitir a realidade,
Que não conseguimos enxergar,
E a solidão parece ser tão boa, já que nada além vale o risco.

Um belo dia, alguma coisa diferente acontece
E pensamos ser tudo um sonho.
‘Tá certo que você possui um forte controle sobre a realidade,
Mas não é possível deixar o que está à sua frente.

Essa é a única exceção
E estou aqui pra provar isso pra você.
Então acredite, porque para isso falta muito pouco...

Ela dormiu, Ana foi embora
E a lua, quase cheia, dessa vez sorriu...

Mago Merlin... ode ao Paramore... aquele que sempre esteve aqui!

13.2.11

As Três Bruxas

- Ei, Mago! Nós também estamos aqui! – gritaram as bruxas.

A proximidade do inverno e o verão chuvoso,
Aliados à ausência das crianças, que iniciaram as aulas,
Fez o Mago partir para encontrar o mar,
Lá perto de onde mora Alice.

Enquanto isso, lá naquele lugar que nunca aconteceu...

- Adrielle, pode pedir para seu yeti me colocar no chão?

Mais uma vez, molhado e de ponta cabeça,
O Narrador foi levado até o tal lugar,
Para contar as novidades, aproveitar um lanche
E satisfazer a ávida curiosidade de todos.

Um pequena ilha, bem diferente da Ilha Blu,
Onde você pode escolher como quer o mar:
Uma calma enseada, um porto numa baía,
Ou a definição preferida, cheia de ondas batendo na areia clara.

Além do mar, muitas coisas do tempo antigo,
Incluindo um museu, repleto de barcos e jangadas,
Onde histórias marítimas foram contadas
E cantadas também, pelo Dori e pelo Jobim.

- E foi aí que ele encontrou as tais bruxas?
- Exatamente, Ana! E elas gritaram e o saudaram!

Se dizendo regeneradas, depois de tantas maldades
Que aprontaram para aquelas princesas,
Ainda possuem alguns poderes,
Mas preferem ficar quietas num barco do museu mesmo.

Ele foi simpático, riu muito com elas
E registrou o encontro festivo,
Naquela conhecida imagem digital,
Para poder compartilhar com outros amigos.

- E foi só isso, Narrador? – perguntou o Guri
- Bom... ele sentou de frente para o mar, como daquela outra vez...
- E as bruxas viram isso?
- Sim, Melinda! Como ele foi muito simpático, elas também mandaram um feitiço...

“Que agora o tal silêncio termine,
Pois o livro de histórias foi compartilhado...
Fruto adocicado de uma peça do destino,
Que ela saboreie, tão doce é o sentimento que ali se conta,
E a magia dos amores invada todo o seu ser!”

- Nossa! Preciso aprender alguma coisa com elas!
- Mas você também manda muito bem, Ana! – concluiu o Narrador.

Mago Merlin... foi lá, viu o mar, as bruxas, já voltou... mas continuou por aqui como sempre!

9.2.11

Listen

Vários dias se passaram,
Muitas coisas ficaram diferentes,
Novas fórmulas mágicas foram necessárias
E, aos poucos, algumas dores foram controladas.

Como se fosse um farol, numa ilha deserta,
Que guia os barcos através dos estreitos,
Quase todas as luzes foram acesas
E as portas abertas deixaram entrar a brisa mais fresca.

Chove bastante, sem tempestade;
É lua nova, mas nem estrelas são vistas,
Apenas muitas nuvens, sem raios ou trovões,
E sons antigos foram invocados do céu.

Ao silencio, entrecortado pelas baladas,
Foi adicionada uma leitura,
Do livro que foi saboreado, como uma doce maçã,
Durante várias semanas, desde o dia que ele surgiu num encanto.

Somente uma coisa ficou igual:
Ele sempre presente
E ela sempre ausente,
Perdida nos seus pensamentos...

Mago Merlin... aquele que sempre estará aqui!

6.2.11

To Sir With Love

- Oi! Tudo bom?

O final de semana foi de descanso...
Logo cedo, ainda sem a presença do sol,
Eles partirão, prometendo logo voltar,
Para muita confusão e aventuras.

- Vi que você andou sem palavras e com cara triste!

Adrielle pediu que os guerreiros de Terabithia retornassem,
Para ajudar o Guardião na defesa da casa.
Algumas coisas foram guardadas
E a cadeirinha de balanço de corações não está mais lá.

- E agora fala de caminhos difíceis...

Chora o ursinho, de saudades daquele tempo,
Onde tudo era muito mágico,
Onde tudo era fielmente feito,
Onde, agora, nada mais existe...

- Valeu essa experiência? Foi bom você desistir de si mesma?

Terminaram o trabalho e foram jantar:
Claro que foi servida uma pasta tradicional,
Tomaram suco de uva e, de sobremesa,
Sorvete de chocolate.

- Pare de pensar e deixe seu coração agir.

Resolveram se reunir para um último momento,
Onde, enfim, cantaram algo que teria muito significado
E que jamais será esquecido,
Como tudo o que passaram nesses últimos tempos.

- Vou nessa... fique bem... qualquer hora eu volto.

“The time has come
[…] And long last looks must end
And as I leave
I know that I am leaving my best friend
A friend who taught me right from wrong
And weak from strong
That's a lot to learn
What can I give you in return?
If you wanted the moon I'd try to make a start
But I would rather you let me give my heart.”

- Ana, você quase não chegou na hora do jantar.
- Precisei falar com ela mais uma vez, Adrielle!
- Adiantou alguma coisa?
- Sei lá...

Mago Merlin... logo eles voltam... aquele que sempre esteve aqui.

1.2.11

Pedido?

Existe um momento eventual,
Onde o céu se veste de dourado,
Quando nuvens negras de chuva aparecem de um lado
E o por do sol, com o próprio, aparece do outro.

Ana resolveu seguir rumo nordeste,
No meio da chuvarada mesmo,
Para fazer uma visitinha de paz,
Mesmo que a vontade fosse de meter dedo na cara.

Há alguns anos eu comentei que a Garotinha,
Que por sinal andou pelo oriente,
Tinha um amigo (ainda tem), o (K)Clown,
Que nunca lembro como escrevi o nome no primeiro dia que falei dele.

Por sua vez, este, que também virou grande amigo,
Tinha uma amiga (ainda tem), a Tati,
Que chamou muito a atenção do Mago;
Não por ser a filha do Papai Noel e sim por seus escritos.

Às vezes sozinha, às vezes com mais 29 pessoas,
Conta suas histórias e pensamentos
Dizendo sempre: “Tenho memórias que são quase,
Tenho memórias inteiras, tenho memórias que me escapam mente afora.”

Dessa vez, ela definiu o amor,
Dizendo que “O amor é feito de duas pessoas em constante evolução”.
Também mostrou outra de outro, em imagem digital,
E “desafiou” seus leitores, a dar uma definição também.

Quando Ana chegou ao seu destino,
Cumprimentou como de praxe (Oi, tudo bom?)
Disse que o que ela pedira seria impossível
E deixou um recadinho final:

“- Observe como você ficou,
Lembre-se dos momentos lindos que tiveram
E veja o vazio que existe hoje em dia...
O amor é descobrir que se ama alguém.”

Deixou a imagem digital que a Tati mostrara,
Deu um “xau” e um sorrisinho,
E “vazou” pela janela,
Antes que qualquer outra ideia acontecesse.

- Nem vou perguntar onde você esteve, Beatriz.
- Só você me chama assim...

“Liberdade na vida é ter um amor pra se prender”

Mago Merlin... aquele que sempre esteve aqui!