30.10.10

Bodas 2

Há muitos e muitos anos
Uns garotos, lá em Liverpool,
Inventaram umas histórias
Que até hoje são cantadas...

- O que? Olhos Azuis não estará lá?
- Não, Guri, mas já demos um jeito nisso.


Uma igrejinha, num lugar perto do Bonfim,
Hoje virou palco dessas historinhas,
Cercadas de morangos e caleidoscópios,
Assim como do mar e do sol.

- De que forma, Ana?
- Wolverine estará por lá!


Bodas de outro amigo aprendiz,
Que enviou, há tempos, um convite,
Entregue pelo correio mesmo,
Que o Mago ficou muito feliz em aceitar.

- Mas precisava chover tanto, Adrielle?
- Ah! Outro dia eu errei, mas hoje foi em cheio!


Passou pela estalagem de sempre,
Desafiou o tempo e ganhou uma hora,
Nem ligou para a chuvarada que assim foi feita
E chegou a outro monte, na hora marcada.

- Adrielle, desista! Até Ana já desistiu.
- Me deixa, Guri! Foi só uma chuvinha que ela bem que merecia!


Uma dúvida ficou no ar:
Será que a noiva tem um All Star azul?
Porque o noivo, com certeza,
Tem aquele preto, de cano alto.

- Mas aí tive mó trabalho para arrumar o céu azul de novo, né?
- Você também, Ana! Me deixa!


Enfim, chegando o Dia das Bruxas...
Muita coisa para acontecer e contar.
Amanhã ele irá ter com o Mago da Mente,
Mas isso será história para contar num outro dia...

Mago Merlin... recebeu o convite e foi lá... mas continua por aqui, como sempre!

25.10.10

Saudar o que vale a pena

- Estou pasmo! – disse o Guri.

Apesar da lua cheia, os lobos não apareceram;
Possivelmente foram para outras trilhas
O que gerou um clima de tranquilidade
E alguns dias de descanso.

- E creio que agora chegou a exaustão... ela não tem jeito mesmo!

A elfo, que cuida da casa,
Mais uma vez convidou para o almoço,
Depois da lida com o gnomo
Para deixar o jardim mais bonito.

- Se até Ana fala isso, nem vai adiantar eu me aborrecer! – concluiu Adrielle.

Olhos Azuis, animada, não vê a hora de recebê-lo
Lá nas terras do Bonfim, onde se encontrarão,
Em franca lua minguante, para as bodas do amigo aprendiz,
Que gentilmente acreditou que o Mago lá iria, enfim.

- É... mas fazer chover pedras de gelo hoje quis dizer o que?

Mago da Mente também já foi avisado
Que o velho amigo com ele estará em breve.
Reencontros com aqueles que realmente valem a pena,
Para elogiar o passado, como dizia a querida aprendiz.

- Me deixa, Guri!

A Bailarina também ficou feliz:
No seu aniversário, ontem, ele materializou sua voz,
Respondendo a seu apelo de sons carinhosos,
Ao invés de corujinhas diversas com recados.

- Ela só consegue mostrar sentimentos vazios, ao invés de falar de seu amor.

Princesa Bionda... ops... dela eu nunca falei (ou falei?),
Apesar de que ela foi a origem de muitas coisas,
Mandou belas notícias, lá das terras de além-mar,
E disso, então, com outras explicações, falaremos noutro dia.

- E ficará sozinha eternamente, pois não encontrará jamais o príncipe encantado.

As imagens complexas foram todas revisadas,
Assim como tantas outras que chegam todos os dias.
Sozinho mesmo, como assim sempre o foi,
Pois ainda é a forma que existe para fazê-lo.

- Isso é praga, Adrielle?

Agora é só contar os dias que faltam:
Primeiro o Bonfim, depois mais uma história do bruxinho;
Mais adiante a montanha, depois reencontrar Papai Noel;
Várias contagens regressivas iniciadas.

- Não Guri, somente constatação do óbvio.
- Gente, nem prestamos atenção na resenha que o Narrador fez.
- Ana, hoje ele estava bem chatinho...
- Mas acho que o Mago notou que ficamos conversando o tempo todo, Adrielle.
- Crianças! Que tanto conversam?
- (Ele notou) Nada não! – responderam em uníssono.


Num último sorriso, ele abraçou a todos
E retirou-se para dormir.
Ele sempre soube que somente fadas se casam com curingas
E que princesas somente esperam por príncipes encantados...


Mas isso foi história contada num outro dia...

Mago Merlin... saudações ao que realmente vale a pena... aquele que sempre esteve aqui.

19.10.10

Revivendo Velhos Tempos

Cenas semelhantes, tempos diferentes:
Primeiro a hora adianta, coisa de alemão,
Lá naqueles “antigamentes”, de outras guerras,
Coisas que não são boas de lembrar...

A seguir a chuvarada:
Adrielle tentou, mas errou o alvo
E quase complicou a etapa seguinte
Que viria lá naquele outro lugar onde ele também lida.

Aí ele foi lá...
Os sujeitos falaram que o amor dói,
Que devemos continuar sonhando, apesar disso,
Coisas que eles já cantavam muito antes do Mago virar aprendiz.

E dos tempos de aprendiz veio nova saudação,
Daqueles seres celestiais que eventualmente surgem,
De quem também já falei aqui, há quase cinco anos,
Quando a pequena Ana Beatriz fez aniversário.

Vários anjos reunidos à volta do ser inerte:
O dele o cobriu com uma aura protetora;
Os demais iluminaram aqueles bravos guerreiros
Que o trouxeram até o Mago.

Todos juntos sopraram de volta o que se esvaia,
Enquanto a flecha da vida entrou em seu coração,
Levando a última esperança, numa poção pulsátil,
Gerando um sorriso no anjo do acalanto.

O sol volta a brilhar e a lua está quase cheia,
Mas ele somente viajará na minguante,
Para ver Olhos Azuis e o Mago da Mente,
Lá naquela terra do Bonfim.

E que os anjos iluminem sempre aqueles que querem o bem...

Mago Merlin... aquele que sempre esteve aqui.

17.10.10

Creme, morango e chocolate

- Eu devia ter arrumado outro apagão e uma grande chuvarada também!

Ontem...

Convencida, por Ana, a ficar quietinha,
Já que a oportunidade era ótima,
Nem neblina houve na noite
E o gato sorria bem alto no céu.

Era uma chance única:
Uma volta por aí, por que não passar por lá,
Fazer uma surpresa então,
Mas também não podia deixa-lo tão desprevenido assim.

Dessa forma, elas arrumaram a janta:
Presunto, queijo, massa e a pizza ficaria pronta;
Lavar os morangos, tirar as folhinhas,
Creme da melhor qualidade e também chocolate: sobremesa!

- O que vocês aprontam por ai? – ele perguntou.
- Jantinha! – elas responderam no uníssono tradicional.
- Com morangos? Muito bom!
- Então... arrume-se e hoje será como uma surpresa!


Ele sorriu e foi tomar um bom banho.
Elas avisaram o guardião, para não atrapalhar,
Deixaram os yetis com o Dragão
E continuaram na sua lida culinária.

Tudo prontinho, uma batidinha na porta,
Caras de decepção...

- Ei, tem festa? Como sabiam que eu gostava de morango?
- Nãaaaooo!
- Que caras! Nem parecem contentes em me ver!
- Guri seja bem-vindo! – concluiu o Mago.


Jantaram, os morangos estavam ótimos
E as meninas contornaram a situação,
Para que o amigo não ficasse triste,
Mas a ideia era outra...

- Ah! Agora entendi! Vocês esperavam que ela viesse de surpresa!
- Sim, mas você também foi uma ótima surpresa.
- Eu a vi passar, mas nem imaginei.
- O que? Ela passou e não entrou???


Adrielle bufou e levantou a varinha.
Ana e o Guri voaram em cima dela,
Para evitar maiores desastres,
Pois no final, nem tudo foi em vão.

- Fique quieta, Adrielle. Ele nunca vai saber
- Humpf...


Ledo engano:
Mais tarde, isso foi a primeira coisa que ela contou,
Logo depois da saudação de praxe,
Gerando profundo descontentamento.

Enfim... o Guri voltou... mas suas histórias serão contadas num outro dia.

Mago Merlin... adiantado uma hora... mas continuando sempre por aqui!

15.10.10

Comer, Rezar e Amar

Quando ontem, na hora do almoço,
Aquele brilho típico do trovão varou os céus,
Ele logo viu que ela voltaria
E ficou somente esperando o apagão.

- Nossa! Que bagunça que isso aqui ficou! – ela teria dito.

O apagão não veio, mas a chuvarada deixou tudo claro:
Adrielle já chegara à casa
E estaria conversando com a irmã,
Para saber das novidades.

- Não acredito! Ela teve coragem de tamanha indelicadeza?

Por vezes, deixar tudo e mudar atitudes
São atos não só de coragem
Como também de profundo amor próprio,
Mesmo que isso signifique comer muita pasta.

- Ele pensa nela, traz um presente, manda entregar e ela reclama?

Procurar entender a fé também pode fazer parte
Das mudanças necessárias ao autoconhecimento;
Se bem que ficar esperando o milagre cair do céu
É completamente diferente do que desejar que alguém seja feliz.

- Depois entregou um recado de terceiros?

O paraíso pode não estar numa ilha tropical:
Você o encontra em qualquer lugar,
Onde exista respeito, admiração e gentileza,
Além de sentimento verdadeiro e indispensável.

- Com um convite que ela poderia, mas nunca fez?

Choveu copiosamente durante longo tempo.
Num acordo entre as irmãs, para criar um belo efeito,
A neblina mais uma vez misturou-se à fumaça das chaminés
Deixando um halo a volta do gato de Alice.

Ah! Falando nela, mandou a coruja de volta com uma resposta.
O Guri, algo sumido também, chegará em breve.

E a pequena Luisa encantou-se com o presente,
Mas isso será história para outro dia...

Mago Merlin... Julia virou Elizabeth... e ele foi lá conferir, mas continuou por aqui, como sempre!

12.10.10

Is Anybody There?

"Does anyone know my name?
Is there anybody there?
You're as near me as you can ever be,
Watching me."

A semana seguiu rápido, pois assim ele o quis;
Algo aborrecido, sem causa aparente,
Procurou e encontrou distração com novos amigos,
Lá no outro lugar onde ele também lida.

"Does anyone love me?
Does anyone need me?
Nobody knows my name,
Takes my blame,
Feels my pain."

O frio persiste mais ameno
E explosões de céu azul alegram o entardecer,
Parecendo informar que Ana retornaria naquela hora,
Já que "elle n'est pas malade", como diria Priti.

"Does anyone care for me?
I just need a life to share.
All my life i've searched
For someone just like you.
Is there anybody there?"

Resolveu partir para as terras de Alice,
Já que o gato sorri no céu
E há muito tempo não a vê
Desde o dia de seu aniversário.

"I don't know why you make me wanna stay,
'Cos there's no-one left to love.
I'm losing my life for a reason,
I'm losing my life 'cos of you.
Is anybody really there?"

Enviou uma coruja e somente recebeu silêncio...
De qualquer forma, aproveitou o movimento
Para rever o outro lado, como se saisse de um vulcão
Após longa jornada no centro da terra.

"No-one waits for no-one,
No-one cares at all.
Nowhere left to hang around,
No-one left to call."

Trouxe alguns víveres e também presentes,
Com histórias escritas por outros,
Para encher alguns corações de alegria,
Luz, conhecimento, além de cores e entendimento.

"Patience is my virtue,
By virtue of my shame.
Broken pieces everywhere,
Everything's a game."

A nova semana seguirá rápido também,
Pois o fim do ano se aproxima,
Papai Noel já trabalha sem parar
E novos rumos serão traçados.

"Does anybody really know me?
Does anybody really care?
Is there anybody there?"

- Eu conheço você, Mago... E eu me importo sempre!
- Beatriz?!?
- Só você me chama assim...

Mago Merlin... ode ao outro Mago, aquele dos teclados... não está no centro da terra: somente continua por aqui, como sempre!

4.10.10

Frio de Primavera

O silêncio na casa continuou, enquanto, em sua lida,
As fadas da primavera seguiam as instruções deixadas por Adrielle,
Já que alguns dias secos atrapalharam o surgir das flores
Por elas plantadas, por todos os cantos, no final do inverno.

A coisa até parecia correr bem:
Num dia as nuvens ficaram bem baixas
E a névoa recobriu todo o monte durante horas,
Deixando um ar bucólico, mas confortável durante todo o tempo.

O gnomo resolveu aproveitar o tempo seco,
Para alguns reparos na amurada do jardim,
Deixando o corte da lenha para outro dia,
Já que o frio parecia ter ido embora.

A seguir, uma chuva bem fina surgiu
Recobrindo folhagens e regando a terra,
Enquanto as fadas dançavam de felicidade
Porque tudo caminhava conforme o desejado.

A elfo, observando o silêncio,
Providenciou, por sua vez, um simpático almoço,
Pensando que talvez ele estivesse triste,
Pela falta de cuidado e tato que sofrera.

Tão animadas ficaram, resolveram dar um último toque:
Arrumaram uma nuvem “maiorzinha”,
E dançaram à sua volta, para derretê-la com o calor da festa
E conseguir um efeito mais rápido.

Gentileza, respeito, atenção,
Coisas simples e fáceis de fazer,
Foi o que ele ofereceu e o deixou feliz,
Mas isso não foi reconhecido como algo tão precioso assim.

Ledo engano das fadas:
A chuva trouxe de volta o frio do inverno,
Situação que deve durar toda uma semana
Até ser possível rever a luz do sol e o céu azul.

Na montanha era bem diferente:
Pequenos gestos de carinho
Eram recebidos com sorrisos
E cuidados como pérolas de ostras raras.

Para amenizar o ocorrido, já que nada havia mais a fazer,
As fadinhas materializaram a Grande Loba
Que trocou ideias e algumas mágicas com cartas,
Divertindo o fim de noite de domingo.

Não satisfeitas, um novo presente:
Em prata e porcelana, linda como sempre,
Trouxeram a Lua, como antigamente,
Na mesma sintonia dos antigos tempos da montanha.

Segue o frio...
Ah! A Menina das Cores cresceu!
Já não tem mais cabelo rosa,
Mas continua encantando a todos que a admiram.

Parabéns, Emi! Que seu aniversário seja muito especial!

Mago Merlin... aquele que sempre esteve aqui!