28.5.09

Bittersweet

Aquele castelinho de cartas e peças de dominó
É montado durante onze meses do ano,
Acumulando feitos, erros e acertos,
Tolerância e eternos pensamentos....

Ao lado, pilhas e pilhas de peças antigas...
Algumas ainda de pé, outras amassadas ou quebradas
Enfim... estão lá e piscam em frente aos olhos
Como os pirilampos, mas sem a mesma harmonia e leveza...

  Lentamente a criatura dos tempos se aproxima...
  O sorriso é velho conhecido e ela olha para meus olhos,
  Tira uma peça e o raciocínio fica mais lento;
  Empurra uma carta, derruba uma torre e cai na gargalhada....

  Chega perto dos montes antigos, seleciona um momento
  E remonta o que já destruiu no passado;
  Sorri novamente e volta para a obra atual
  Escolhendo, como se fosse um torturador, o local para derrubar....

  Nenhum feitiço o impede, por mais que se tente conjurar.
  Escutei a música daquele momento agridoce,
  Onde um longo corredor foi percorrido
  Depois de choros e soluços e antes de engasgos... senti sua falta.

  Os tempos bons aparecem nas pilhas antigas 
  E tento fixar a atenção neles,
  Pois a criatura faz questão de mostrar as peças ruins
  Que também nunca são destruídas, pois já aconteceram...
  
  Somente um mês e toda a carreira de peças virá ao chão
  E outra começará a se formar com o que sobrou da atual.
  É hora de ficar mais atento, pois faltarão pedaços importantes,
  Mas também é hora de total superação....

  E o Mago recebe um bilhete das meninas:
  “ – Errol se perdeu nas montanhas, mas encontramos a carta da Amiga para o Guri. Ela estava muito cansada para voar até o (K)Clown, mas encontraremos uma forma de fazer chegar até ele. Vimos que não está sozinho, pois Olhos Azuis reapareceu, a Estrelinha está por perto, um dos pirilampos se transformou na Coreógrafa, assim como a incansável Lucy também estará com você. Voltaremos em breve, pois nunca acontecemos, mas também sempre estivemos aqui!
Déborah, Dri e Bia”

Mago Merlin... mais um longo mês até outra nova era... aquele que cuidará dos pedaços e continuará sempre aqui!

24.5.09

Sempre haverá um lugar para nós

Enquanto o gnomo e seu ajudante
Continuavam a lida no jardim,
Multiplicando gramíneas e plantando flores do campo,
O Mago foi encontrar os senhorinhos (aqueles) e saudar os frutos da terra.

Lá estavam representantes de todo o castelo,
Comemorando as dádivas divinas
Preparadas com amor e dedicação,
Para uma boa e farta refeição...

O Guri foi embora e as meninas não vieram,
Pois yetis não costumam ser delicados com uma lida tão singela,
Como a do gnomo e seu ajudante,
E poderiam colocar todo o trabalho a perder...

Viu alguns pirilampos que o saudaram;
Acendeu o fogo, pois o frio do começo de noite é certo;
Saudou, à distância, o velho pai
Que virá celebrar o dia de João!

Resolveu ver por onde andava a amiga do Guri,
Já que ele partira tão triste,
Achando que tudo se acabara,
Num momento de pouco tato...

Deu algum trabalho, mas finalmente conseguiu.
Quando surgiu à janela, seus cabelos de ouro brilharam ao sol
E seus olhos de mel, agora mais sérios,
Fitaram o Mago à distância.

Fingindo não ver, ofereceu um pinhão a um serelepe;
Este veio a seu encontro e ela o acariciou,
Encostou seus pelos macios em seu rosto
E entregou-lhe um envelope, que mais tarde chegaria às mãos do Mago.

“ Leia e faça chegar ao Guri” – estava escrito!

“Vivi muito tempo sem entender algumas coisas:
Que os acontecimentos dependem do que arriscamos.
Nesse nosso conto de fadas, sonhado quando estávamos acordados,
Eu confundi tudo e descobri, tarde demais,
Que os desejos feitos as estrelas
Se transformam em realidade.

Siga feliz, ajude seu novo amigo a encontrar o seu destino.
Conte a ele o que você sempre me disse:
Que a força é uma coisa que você escolhe ter
E jamais esquecerei disso.

Beijos no coração. Eu também sempre estarei com você aonde você estiver.”

E uma coruja alçou vôo em direção ao céu repleto de estrelas....

Mago Merlin... aquele que continua por aqui... como sempre!

23.5.09

Em sonhos

Enquanto o gnomo cuidava do jardim (ele trouxe um ajudante),
O (K)Clown, com sua alegria habitual,
Pula a janela, quase derruba a elfo (que trouxe um pão que ela mesmo fizera)
E conta que vai viajar, não sem antes encontrar a amiga Garotinha...

Os olhos do Guri se encheram de lágrimas...

Procurar novos rumos e evoluir...
Aprender caminhos em terras distantes,
Carregando a dúvida dentro de si
Num coração repleto de perguntas....

Da mesma forma que ele entrou, saiu...

O Guri, que somente ouvia quieto,
Contou também o que aprendera da visita ao Aprendiz:

Em sua casa no alto do morro,
De onde o mar é visível, em contraste com o céu sempre azul,
Ele mostrou suas antigas aventuras
Dos tempos da montanha, onde o palco era sua alegria.

Terminou com um poema, naquele lugar dos Ventos Tortos, cujo final transcrevo aqui:

“Tatuei você no meu sonho
Para não esquecê-la de vez
Agora sofro de insônia
E não vejo seu rosto há um mês.
E o tempo apaga o olhar
Que na mente um dia ficou
Pois nada resiste ao fadar
De um luto ao que nunca se achou”

Decidido, o Guri fez a mochila... vai embora acompanhando o (K)Clown (nos seus sonhos...).

O Mago o abraçou, com um desejo sob a forma de outra mágica:

“ – Que a mais mística de todas as magias, como aquela que te une à sua amiga, ilumine teu caminho... ela não esquecerá que você sempre estará por perto... seu sorriso será eterno assim como o dela em seus pensamentos... leve esta chave que abre a caixinha mágica onde guardei suas memórias que jamais serão apagadas.”

Mago Merlin... aquele que sempre esteve aqui... será que o (K)Clown encontrará a Garotinha?

19.5.09

O Menino e a Feiticeira

O frio intenso invadiu o monte
E o Mago precisou de ajuda...
A elfo, que cuida da casa, juntou lenha
Para acender o fogo e aquecer o ambiente.

Depois de dias de festa,
Onde conheceu momentos diferentes,
Nada como um pouco de calor dentro de casa
Depois, claro, que o guardião espantou algumas aves polares...

- O menino esteve aqui e deixou um bilhete, Mago! – disse o guardião, entregando um pergaminho.

“ Na busca infinita, pelos encantos da Lua,
Estive em todos os lugares e conheci seres poderosos.
Quando já desistia de minha busca, num lugar tão tão distante,
Um som em ondas me guiou até a Feiticeira...

Diziam que tinha seus mistérios;
Alguns contaram que ela era uma deusa
E outros afirmaram que era somente mais uma ensandecida
Que despertava sonhos profundos.

Perguntou o que eu desejava
E antes que eu pudesse responder,
Seus olhos de jade brilharam
E sua voz suave ecoou em meu coração:

- Quando a Lua estiver por sobre as águas, as estrelas brilharem no céu e um tom azulado surgir no infinito, procure as borboletas, pois uma delas será seu amigo Mago (pois o transformarei nessa forma) e ele, que sempre estará lá, o guiará no caminho certo!”

- O que dizia o bilhete, Mago? – perguntou o Guri que chegara de sua jornada à casa do Aprendiz.
- Viu sua amiga hoje, Guri?

Mago Merlin... será mesmo que grandes garotas nao choram? Aquele que sempre esteve aqui!

15.5.09

Pasta, Chocolate e Chá

- “Estarei aí em meia hora!”

A voz decidida, da Fada Rosa,
Não deixou qualquer alternativa:
O baixinho guardião logo liberou a entrada,
Enquanto o Guri foi procurar o Aprendiz (esta história vai demorar pra ser contada...)

Conversaram... ela trouxe aquela cesta da outra vez,
Com conservas e uma saborosa pasta a ser preparada.
O Mago reservou a canção da mocidade,
Daqueles tempos dos amigos certos, regada por um bom vinho tinto.

Mostrou-lhe o púcaro e a bandeja mágica;
Contaram histórias e o Mago revelou alguns segredos
Que poucos souberam no passado, 
Mas que agora são somente boas lembranças...

Horas passaram, terminando com chocolate e chá...
Idéias trocadas, bons momentos rememorados...
A mágica renasce na noite fria,
Véspera de festa no castelo do monte...

Enquanto isso, o humor da Feiticeira estava sóbrio e decidido,
Afinal, dizem, grandes garotas não choram...
Mas isso também é história para outro dia,
Enquanto a Fada dos Olhos não fala da magia da lua de maio...

Mago Merlin... aquele que continua por aqui!

10.5.09

Quebra-cabeças

De tempos em tempos
O Mago sai de sua casa em direção a uma metrópole,
Em busca de lugares novos, conhecimento, novas histórias
E traz, na bagagem, suprimentos para mais um período indeterminado...

Dessa vez foi aonde mora a Garotinha...

- Esteve com ela, Mago? – perguntou o Guri.
- Quando foi a última vez que você falou com sua amiga?

Conheceu o jardim onde existe um belo palácio
Que lembra o que existia na montanha;
Esteve onde a cultura é mágica, no lirismo de sua estrutura,
Acompanhado da moça dos fios de arame....

Aproveitou e juntou pedaços antigos:
A tela mágica contou histórias,
Esclarecendo o que nunca foi sabido,
Num retorno ao passado infantil...

Lembrou da história que contou aos aprendizes
Quando os convidou ao tempo do giz de cera e canetinha,
Para mostrar aquela aquarela da partitura dos passarinhos,
Belo presente que Alice lhe deu...

Peças pequeninas, uma ao lado da outra,
Formam quadros, paisagens, bichinhos coloridos, flores,
E contam as histórias interrompidas
Assim como foi com a Garotinha há muito tempo atrás...

Agora está de volta... logo irá de novo!

- Mago, alguém esteve aqui, mas não se identificou! – disse o guardião
- Às vezes ela aparece... por enquanto se esconde nas sombras... um dia passará no seu teste!

Mago Merlin... aquele que mais uma vez foi... mas continuará sempre aqui!