30.6.09

Tudo por uma razão

Ela foi até ele e conversaram;
Ela pensou que ele estava triste,
Mas era só “charme”
Ou somente estava distraído quando ela chegou...

Falaram do caminho percorrido
Quando deram boas vindas às suas vidas,
Dividiram sentimentos, ofereceram o seu melhor
E agora fazem parte da história de cada um...

Ela conta que irá embora brevemente,
Mas ambos prometeram que será eterno
O que foi construído em muito pouco tempo
Numa sólida base de carinho infinito...

- E foi isso que o serelepe ouviu? – perguntou Olhos Azuis para o Narrador.
- E o Mago também, pois ele estava lá... como sempre estará!

E o Guri recebeu a carta da Amiga, seguiu feliz e ajudou o seu novo amigo a encontrar o seu destino. Contou a ele, como ela mandou, “que a força é uma coisa que você escolhe ter...” 

Mago Merlin... aquele que sempre esteve aqui.

29.6.09

Biscuit

Ela cresceu menina, que ainda é,
Numa cidade pequena
E talvez ficasse à janela quando a chuva caía,
Sonhando com o que poderia ser...

De gestos delicados e finos,
Frágil como a porcelana fria
Que forja bonequinhas e outros tipos coloridos,
Diz que não sonha e acha que ninguém sente sua falta...

Ah! Ledo engano!
Surgiu um dia meio aborrecida,
Num outro pintara os cabelos
E aí, certamente, estava feliz!

Hoje em dia afaga a cabeça do Mago...
Deu-lhe o primeiro abraço lá naquele dia
E ele reclama quando ela não aparece,
Porque este carinho agora faz parte dos seus dias...

E ela aprenderá a voar e tocará o céu;
Sentirá a brisa quente perto do sol, o agitar dos oceanos,
Dormirá sob uma palmeira
E acordará, ao anoitecer, com a lua cheia no céu!

- O dragão voltou e trouxe o serelepe!
- Amanhã conversaremos a respeito...deixe-os descansar!

Mago Merlin, aquele que sempre esteve aqui.

28.6.09

Moon Walker

A chuva fina não atrapalhou:
O Velho Pai conheceu Alice,
Que ofereceu um bom café,
E se encantou com suas duas fadas (mas lá haviam três fadas...).

Um longo caminho a percorrer
E ele alçou vôo em direção ao norte,
Nas terras mais quentes e lindas perto do mar,
Onde a lagoa forma um grande coração...

O Mago volta pra casa...
Muito a arrumar na nova era:
Remontar as cartas e o dominó...
Içar as velas e seguir em frente...

Não sem antes receber a saudação
Tímida e carinhosa, vindo das Minas,
Daquela princesinha que já falara faz tempo
E que mora em seu coração...

E aqueles corações, que bateram tão forte,
Continuam pertinho... mesmo que algo longe,
Mesmo que, às vezes, pareçam “magoadinhos”,
Em algum lugar por aí...

- Alguém apareceu na fronteira, guardião?
- Um sujeito alto, magro, que andava pra trás e que tinha um ratinho nas mãos...
- Hum... deixou alguma mensagem?
- Deixou saudações... e disse que estava voltando para casa!

Mago Merlin... novamente de volta... mas não deixou de estar sempre aqui, como sempre!

27.6.09

Seguindo em frente

Muitas aventuras em curso,
Gente correndo pra todo lado,
Acaba que a casa ficou vazia
E até o Velho Pai vai embora...

O Dragão foi levar Errol, a coruja;
O Narrador ainda não voltou do lugar que não aconteceu
(Onde moram as três irmãs);
E do Serelepe não existem notícias...

Até aquela pequena e bela amiga
Hoje não afagará sua cabeça,
Pois ela também viajou
E deixou tudo muito sem graça...

A Amiga (aquela...do Guri) passou, 
Deixou o tradicional sorrisinho
E seguiu em frente, talvez esperando notícias
Que nem imagino se um dia chegarão...

Grande Loba apareceu, trouxe algumas novidades
E recordou os velhos tempos,
Reafirmando sua saga
No comando da resistência...

Enfim, ele também resolveu viajar:
Levará o Velho Pai para conhecer Alice,
Naquelas terras que lembraram um Natal,
Assim como suas duas fadas...

- Ela leu o bilhete do menino, Mago? – perguntaria Olhos Azuis, se hoje tivesse aparecido.
- Leu, gostou e sorriu, mas seguiu seu caminho. Parecia feliz por algum outro motivo qualquer...
- E se o serelepe o trouxer de volta?
- Coma um pedaço do seu bolo, Olhos Azuis... está muito gostoso!

Mago Merlin... aquele que irá lá mais uma vez... mas continuará sempre aqui!

26.6.09

Jardim dos Sonhos

“Você me fez ressurgir
Vindo de um nada esquecido no tempo,
No meio do sonho deixado na montanha
Que parecia somente uma bruma eterna...

Fez meu coração bater diferente,
Mesmo na minha insana ilusão
De que teria você em meus braços
Naquele momento único de um quase doce afago.

Fez meus olhos brilharem ao sol,
Mesmo no momento da dor da perda,
Quando vi que não tinha mais chance
Já que um momento passado falou mais alto.

Sei que agora você passa por aqui,
Talvez em busca de respostas ou até um mero carinho,
Mas me encontrar talvez também seja mais difícil
Porque as paixões jamais terminam, mas também podem se apagar, 
Quando não se transformam em amor eterno...”


Após fechar a caixa, abriu-se um compartimento secreto com outro bilhete, que dizia:
“- Entregue a ela, quando por aqui passar!”
Imediatamente o Mago buscou o serelepe (aquele... da Amiga do Guri)
E ordenou: “- Encontre o menino e traga-o de volta!”

A seguir invocou novo feitiço:
“- Que ela acredite no que vê e que salta aos olhos. Deverá ignorar aquilo que dizem, pois nem tudo é o que parece ser. Deve sempre lembrar do que plantou com carinho e floresceu em amor... e as flores vão colorir o jardim dos sonhos!”

Mago Merlin... aquele que sempre esteve aqui!

24.6.09

O Narrador e o (K)Clown

- Oi narrador! – disseram as meninas, algo surpresas e em uníssono!

De cabeça pra baixo, segurado pelas pernas (situação deveras ridícula),
Vinha o Narrador, quase congelado, trazido por um yeti (o que acompanha Adrielle)...
Após um chocolate quente e um aconchegante cobertor,
Ele melhorou e passou a tagarelas os acontecimentos...

Tamanho o movimento na casa,
Ele preferiu sair um pouco
E encontrou uma mágica no caminho
Que o levou até às meninas...

Além de contar as novidades do Mago
Que recebera a Fada Rosa com os seus (trouxeram bolo!)
E também os cumprimentos da Amiga (aquela... do Guri),
Recitou o versinho, deixado pelo amigo e sorridente (K)Clown...

“De repente ou sem surpresa,
Felicidade às vezes eu trago,
Mesmo sem bolo e vela à mesa,
Desejo muitos anos de vida ao "velho" Mago

Rodeado por pessoas amadas
Que veneram suas qualidades,
Até parece um conto de Fadas
Nada melhor que uma sincera amizade...

Se não apareceres eu não paro
A fazer rimas classe média...
Não são ricas, pobres, nem raras
Mas melhores que frases de Wikipédia

Tô fazendo barulho e você não atende
Deve estar em festa lá no Monte
Com festa junina cheia de gente
Eu só espero que depois me conte

Chega a idade cresce o salário
E começa a embaralhar a cabecinha...
O serelepe sai do armário
Vê se não assopra o bolo e come as velhinhas...”

- E o que havia na caixa? – elas perguntaram.
- Isso é história para outro dia...

Mago Merlin... aquele que está mais velho... mas continua sempre aqui!

Carinho

E, à meia-noite, recebeu o primeiro abraço
Da pequena e bela amiga,
Que vive afagando sua cabeça
E que vive sorrindo, para deixá-lo contente...

A revoada de corujas durou a noite toda...
Além daquelas que o velho pai recebe diariamente,
Vieram outras, de todas as partes,
Dos amigos e dos queridos e eternos aprendizes...

Acompanhando o movimento estava a Feiticeira;
Olhos Azuis já mandara um bolo e Lucy (é claro),
Incansável amiga e companheira de noites a fio,
Grande especialista no tear, não poderia ficar de fora...

Logo cedo, chegou uma coruja de olhos puxadinhos
Vinda do lugar além de tão tão distante e quase acordando o velho Mago, 
Avisando que abraços não teria,
Mas, por outro lado, seus sonhos serão realizados (será?).

Fada dos Olhos, eterna amiga,
Mago da Luz, grande companheiro e amigo de aventuras,
Materializaram vozes e votos,
Para aplacar as saudades que ele sente...

O velho pai acompanhou tudo muito atento,
Contente de ver o quanto as coisas andam bem...
Afinal, também veio aqui para isso
Senão o puxaria pelas orelhas e o levaria de volta...

O dia ainda não acabou
E outras coisas ainda vão surgir...
A criatura dos tempos foi embora
E, mais uma vez, a nova era se faz presente...

Mago Merlin... feliz... aquele que sempre esteve aqui!

23.6.09

Você pra sempre

A neblina do início do dia, ontem, 
Logo espantada pelos poderes do velho pai,
Deixou algum ar bucólico,
Mas também mostrou belos sorrisos...

O movimento das corujas, serelepes
E outros bichinhos barulhentos,
Num leva e trás de bilhetinhos,
Modificou um pouco a rotina da casa...

Sim, o velho pai é bastante querido por aí (e aqui também!)
E os que ele deixou distante,
Não cansam de pedir notícias
A toda hora, sem cansar...

O guardião alimentava Errol
Que viera daquele lugar que também nunca aconteceu,
Depois que as meninas cuidaram dela,
Quando se perdera procurando o Guri...

- Encontrei algo que ela deixou cair.
- Ela está melhor? Peça para o dragão devolvê-la a seus donos na Toca original...

A caixa de madeira com a figura da Rosa Azul,
Não deixou dúvidas de que era algo daquele que se foi
E que, por algum motivo, pedira para que fosse entregue
Para alguém que guardaria com carinho...

“- Abra na Nova Era” – dizia um pedaço de pergaminho grudado na caixa...

Ele tem que amar em silêncio,
Se corroendo de ciúmes enquanto outro te tem....
E, como dizia a canção, ele daria tudo pra tocar você,
Te amar uma vez e parar de viver eternamente de imaginação...

Mago Merlin... ufa... acabou... aquele que sobreviveu... e continua por aqui como sempre!

21.6.09

Tão perto...Tão longe...

Depois de muito tempo,
O velho pai visita o monte,
Conhece o castelo, seus lugares e seus habitantes
E conhece também o implacável frio...

Se bem que trouxe as estrelas
E o belo dia de sol,
Que coloriram de alegria sua chegada
E que estarão por aqui durante algum tempo...

Implacável também é aquela dor que ainda existe,
Que ainda não transformou sonho e desejo,
Que ainda aperta o coração partido
E que parece não ter fim...

As lágrimas da Fênix somente devolveram a vida,
Mas não obtiveram êxito na cura,
Pois não havia o que curar, 
Já que o amor não é uma doença...

Seguiu-se a vontade de ficar perto,
De tocar em sua mão, em seu rosto,
Dar e receber um beijo e um abraço
Ou simplesmente dizer “te amo”...

Seria fácil se fosse no xadrez;
Talvez mais fácil se já fosse passado,
Mas está tão perto...
Da mesma forma que segue tão longe...

Um toque na janela... “Errol?” – disse o Mago.

Mas isso será história para outro dia...

Mago Merlin... faltam poucos dias... aquele que saúda o velho pai que sempre esteve aqui e que agora está mesmo... bem pertinho!

17.6.09

Alegrete

Em sonhos, o narrador faz uma visita francamente imaginária...
- Com licença Sr. Quint...
- Pode me chamar de Mário!


O dia de sol, dizem os locais,
Promete geada e mais frio para amanhã.
De qualquer forma, céu azul e sem nuvens
Prometia também um dia feliz!


“ Nunca diga "te amo" se não te interessa.
Nunca fale sobre sentimentos se estes não existem.”


A Professora apareceu e convidou para aquela festa,
Onde não subia um balão, mas foi contada dessa forma...
Ah! Como essas festas eram boas,
Nos tempos lá da montanha...


“Nunca toque numa vida, se não pretende romper um coração.”

O Mago retorna à sua casa
Depois de mais uma contenda com a criatura,
Onde superou seu desgaste
E defendeu, com o sorriso do dragão, o seu próprio coração...


Ao chegar, ouve em uníssono:

“- Oi Mago!”

O sorriso das meninas foi uma dádiva divina.

- Como resolveram? - ele perguntou.
- A Fênix apiedou-se de seu sofrimento e derramou lágrimas em seu coração... ele quer falar com você. Ela soube? - perguntou Deborah.
- Sim... mas preferiu outro caminho.
- Você contou?
- Foi o serelepe...


“Nunca olhe nos olhos de alguém, se não quiser vê-lo se derramar em lágrimas por causa de ti.”

O menino, já recuperado, o esperava na sala.
- Foi um engano?
- Você retribuiu o que recebeu na mesma intensidade... e assim o fez porque o desejou. Isso nunca será um engano. Você fez certo em dar-lhe acolhida e um porto seguro.
- Já sabe que vou embora?
- Leve o talismã. Ele foi dado a você e somente você poderá porta-lo.


“A coisa mais cruel que alguém pode fazer é permitir que alguém se apaixone por você, quando você não pretende fazer o mesmo..."

- Acorde, Narrador. O menino foi embora.
- Então falarei de meu sonho!
- Melhor voltar a dormir...


Mago Merlin... uma pequena homenagem a um grande poeta e escritor, enquanto conta mais uma história... aquele que sempre estará aqui!

16.6.09

Xadrez

Era uma vez... naquele lugar, tão tão distante...
Um pastor e suas ovelhas...

Muitos passaram nesses dois dias...

Olhos Azuis deixou um belo bolo de chocolate...
O (K)Clown voltou, finalmente, e explicou uns feitiços digitais...
A Feiticeira reclamou do frio, mas estava contente...
E até a Amiga (aquela... do Guri) deu uma olhadinha...

A elfo que cuida da casa, 
Materializou pão caseiro na mesa da cozinha
E o gnomo, após diversas poções enebriantes,
Trouxe pinhão para assar na lenha...

No final de um dia difícil,
Daqueles onde os poderes são esgotados,
Ouvir a voz da Fada dos Olhos foi uma dádiva,
Assim como receber aquele pergaminho digital de amizade...

  Peão branco em e4
  Peão preto em e5


- Sua vez – disse o dragão.
- Hum... você me deixou sem movimento... empate: Rei coagido! – retrucou o Mago.
- No empate todos perdem... vou cuidar da Rosa Azul.
- Obrigado pela companhia.

A peça movida, não causou reação...
Pausa no tabuleiro...
E de quem é o movimento agora?
Aguarda-se em silêncio...

  Dama branca em h5
  Cavalo preto em c6


Silêncio e calma...
Paixão e verdade...
Que as sombras não roubem a batida dos corações,
Aquelas... que fazem tanto bem...

  Bispo branco em c4

O barulho do relógio...
Ainda somente dez badaladas...
Será que palavras foram escondidas?
Ou finalmente serão ditas um dia?

  Cavalo preto em f6
  Dama derruba o peão do bispo em f7


E o rei, definitivamente encurralado,
Pede clemência e saúda a rainha adversária
Quando, numa jogada que nunca aconteceu,
O pássaro de mil anos finalmente aplacou sua dor...

E talvez a dor que é sentida agora,
Transforme o sonho e o desejo
No calor que não se apaga
Dentro do coração que se partiu....

Mago Merlin... jogando xadrez... aquele que segue por aqui mesmo!

15.6.09

O Serelepe

Dia de Festa daquele João
Que tanto fez alegria na montanha
E que por aqui passa também,
Porque é comemorado em toda a parte...

Acordou cedo e algo preguiçoso,
Atiçando as brasas ainda restantes
E esquentou água para o café
Antes de, mais tarde, aproveitar um pouco da erva local.

Ouviu o suave cantar da música élfica,
Leu um pouco, viu quem passava na fronteira,
Mas não convidou para entrar
Até porque ninguém pediu...

Encontrou Lucy, agora recuperada dos momentos ausentes
E ouviu um barulho, bem pouco discreto,
Seguido de um assovio, velho conhecido,
Que o fez seguir até a porta...

A menininha de casaco e gorro,
Luvinhas coloridas de dedinhos,
Aprendera, nas Minas, a assoviar
E ria disso... em suas mãos um serelepe e um bilhetinho também:

"- Leve Dri à festa. Antes, o serelepe a ajudará com as vestes. Deixe que ela o leve também.
Deborah."

Acolheu-a com um sorriso,
Preparou uma massa para o almoço
E pouco conversaram, 
Pois ela preferiu brincar no jardim...

No momento certo, o serelepe girou à sua volta
E no final do redemoinho criado, Dri já estava toda prontinha,
Com um vestido vermelho de bolinhas e as trancinhas tradicionais...
(nem a Fada Madrinha faria melhor...)

Na festa muita alegria e muitas danças,
Cada uma mais emocionante que a outra.
Os pirilampos estava todos lá
E saudaram o Mago à sua passagem...

Adrielle a tudo assistia empolgada
Com o serelepe nas mãos...
Em dado momento, o bichinho pulou no ombro do Mago
E puxou sua orelha para o lado, antes de pular em outro ombro...

Entendera, o Mago, o que se passava
E antes que tudo se transformasse em mais um encontro torto,
Interrompeu a carícia que ele fazia
E os convidou a entrar no armário... era hora de ir embora...

No final do quarto dia, o menino sonhava...
Encontrara Deborah, em seus sonhos, e pediu ser pequenininho
E ter somente um momento de carinho...

E ela então o transformou conforme pedira... 

E o restante, não foi história para outro dia...

Mago Merlin... hoje está particularmente mexido... aquele que continua por aqui!

13.6.09

Vamos tomar um chá?

O narrador, tentando descontrair os momentos de tensão passados recentemente, começa mais uma história....

E era uma vez... há algum tempo atrás...

E você bem sabe que os Contos de Fada começam assim...

Uma garota que, por obra do destino,
Bateu de frente (não... não foi com um alguém... é diferente...)
Com uma árvores daquelas bem fortes
E, depois disso, passou a viver somente em um dia...

Um belo dia...

- Narrador – interrompeu o Mago – essa história todos conhecem!
- Tem dias que as histórias são semelhantes...
- Continue, então...

Um sujeito se apaixonou por ela
E passou a viver somente para esse dia,
Onde a conquista era sua meta
Das mais diferentes formas...

- Boa noite, narrador! Tenho que servir um chá...

E o narrador foi embora, já que não foi muito criativo e o Mago não parecia de muito bom humor (o que não era verdade).

Na longa realidade do mundo mágico,
Dois seres de lugares diferentes
Encontraram uma mesma estrada para trilhar
E, em direções opostas, também bateram de frente (no bom sentido, claro).

Obra do destino que deixou várias leituras,
Daquelas difíceis de entender.
E qual o objetivo de explicar?
Também não imagino qual seja...

O chá foi servido, uma luz foi deixada acesa para servir de guia
Para mais um “alguém que deseje encontrar
Sua própria estrada para trilhar,
Mesmo que não seja tão fácil assim...” 

Mago Merlin... os momentos “inesquecíveis”, eventualmente, ressurgem como Fênix e merecem releituras... para o que der e vier, aquele que ficará por aqui... como sempre!

12.6.09

Brindar

A noite caiu e o dia foi embora...
Os últimos estertores da lareira
Anunciam o próximo a vir,
Assim que terminar o vinho enebriante...

Pensamentos surgem nas sombras
Esperando o novo sonhar a viver,
Enquanto somente o silêncio interessa
Para anunciar aquelas lembranças que o tempo nunca apagará...

Decidir é jamais desistir...
Os sonhos se transformam em realidade,
Aquecem e nos trazem a vida
Que pensamos perdida por ai...

- Ele vai esperar por ela? – perguntou o dragão.
- Enquanto isso as meninas cuidarão dele...

Que as estrelas continuem a brilhar cada vez mais...
Que as flores brotem nos jardins...
Seu brilho é maior do que você imagina
E só perde para o amor que mora em seu coração... 

Mago Merlin... um brinde àqueles que seguem em frente... aquele que estará sempre aqui!

11.6.09

Pétalas e Luzes

Um acordar lento, um resto de neblina
E mais uma vez, as três irmãs brincavam no jardim...
Como sempre, a mais velha, Deborah (a abelha), cuidava das menores
Ana (a Bia) e Adrielle (a Dri)...

As formas na areia, feitas com pazinhas de brinquedo, 
Criavam novamente os desenhos que foram cobertos com pétalas de rosa...
Dessa vez, os triângulos entre triângulos tinham outro brilho
Como se fossem cristais...

Bia estava especialmente animada,
Pois descobrira o poder de criar novas cores
E, assim, os fractais dançavam no ar
Como um caleidoscópio ao vento...

Os yetis brincavam com os pingüins
E Adrielle ria daquela cena certamente esdrúxula,
Quando os pequenos seres polares
Driblavam por entre as pernas de seus protetores...

- Por que não disse a ela? – perguntou Deborah.
- Ainda não é hora do saber... ela estava triste e precisava do Mago.
- Pretende contar?
- No seu devido tempo... se isso não for muito tarde.
- Ele terá que ir conosco... de outra forma, não sobreviverá.
- Imaginei que vieram por conta disso. Indicarei para ela o caminho, quando for o momento certo. 
- De qualquer forma, diga para ela quem somos, ilumine os seus sonhos para que eles sejam vistos e a lembre das flores que devem colorir os caminhos ainda não percorridos... 

Assim elas se foram, mais uma vez, como num sonho, levando o menino,
Naquele mesmo redemoinho de pétalas e luzes,
Não sem antes se ouvir a doce despedida num risinho...
“ - “Xau” Mago!”

Mago Merlin... um dia para descansar... aquele que esteve sempre aqui e assim continuará!

A dor infinita da razão

O inverno avança no meio do outono
E, às vezes, o frio pode ser muito amargo
Nos congelando até os ossos,
Mesmo com a lenha tirintando no fogão...

O sol conseguiu afastar as nuvens de chuva,
Para dar uma chance à lua, em minguante,
De aparecer um pouco e enviar também sua luz
Para brilhar um pouco durante a longa noite de espera...

- Como ele está, Mago? – perguntou a Estrelinha, que lhe deixou um raio de luz.
- Abriu os olhos pela manhã, deu um sorriso e voltou a dormir... saberemos melhor em quatro dias.

Em seus sonhos, iluminados pela Estrelinha,
Ele enfrenta a própria dor de sua razão
Pois, no golpe, seu coração foi duramente atingido
O que aumentou a preocupação do Mago...

Ele está só porque você se foi (voltará um dia?)...
Deixou-o na ilusão, criada por ele mesmo,
De que teria seu abraço e seu beijo
Num eterno momento de carinho...

Mago Merlin... aquele que sempre estará aqui!

10.6.09

Tempo de coisas estranhas

Os dias de sol abriram passagem para o vento e a chuva...
Choraria a lua, se assim fosse na montanha,
Mas aqui o sinal era outro:
A euforia passara...


Compreendera que a criatura dos tempos
Investiria impiedosamente contra ele,
Pois ainda restam vários dias de sua saga,
Até que vá embora por mais 11 meses.


Suas defesas estão fracas há dias
E, em alguns momentos, esgota todas as suas energias,
Tamanho o esforço para conjurar feitiços indispensáveis,
Na busca interminável de soluções...


Invocara o dragão e buscara os céus!
Grave erro... deixara o menino indefeso,
Vítima dos raios da criatura
Que o emudeceu e tirou seu discernimento, além de ferir quem à sua volta estava...


- Eu segui em frente! - repetia febrilmente, enquanto o Mago o pegava no colo e colocava no dorso do dragão.
- Voe rápido, dragão! Ainda há o que fazer!


Levou-o à casa e acendeu o fogo,
Para preparar uma beberagem adequada.
Com dificuldade, o menino a tomou
E caiu em sono profundo...


E o Mago, por sua vez, conjurou um feitiço: “- Que o encanto de bravura que o fez enfrentar o dragão e entregar a Rosa Azul, faça renascer seu entendimento e, junto com ele, o amor que o deixou tão feliz; caso contrário, que ele durma até que o pássaro de mil anos o acorde...”

Mago Merlin... tempo de coisas estranhas... mas ele continua por aqui mesmo!

9.6.09

Inesperado

Ver a festa daquele outro rei
Trouxe as lembranças dos velhos tempos da montanha,
Onde havia só um sorriso, enquanto cantava o velho barão,
Ou aquele brilhinho escondidinho nos infantis olhos marejados...

A lua brilhou no céu em algum lugar (ele não a viu)...
Ela nunca mais chorou (deve estar feliz),
Virou lembrança (e elogio ao passado)
De um tempo que ficou pra trás...

Ele hoje não tem tanto medo (cresceu),
Afinal já enfrentou o dragão uma vez.
Agora são bons amigos
E ele ouve seus sábios conselhos...

- Siga em frente! – disse o dragão.
- E se eu estiver vendo o que existe em outra direção? Se for somente mais uma ilusão?
- Acredite nos olhos do seu coração e lembre que aquilo que o destino aproximou será eternamente infinito... e que o inesperado se transforme em flor!

Mago Merlin... aquele que continua por aqui!

7.6.09

Encontros Tortos 4

Desta vez ele chegou e não saiu.
Pensou em tomar chá, mas preferiu um café.
Usava o mesmo cristal da outra vez
E comeu algumas bolachas ... chocolate...

Abriu uma caixa, viu figuras e escritos...
Leu e releu várias vezes
Tentando entender seu significado (parecia isso),
Enquanto aguardava pensativo (ansioso?).

Horas passaram, nenhum olhar para cruzar,
Ver o brilho ou qualquer coisa assim.
Ia à janela várias vezes, em vão,
E voltava, novamente, à sua caixa.

Resolveu ouvir músicas, mas somente as tristes,
Daquelas que despedaçam os corações
E que chamam a solidão...
E ele podia senti-la chegando e o chamando...

Somente o guardião o viu assim... em silêncio...
Sem entender sua louca paixão,
Que ninguém sabe como é, 
Pois ninguém é igual e ama como ele...

- Fez boa viagem, Mago?
- Quem está na casa?
- O menino... ele está estranho.
- É lua cheia... deixe-o dormir. Nos próximos dias o dragão cuidará dele!

Mago Merlin... foi e já voltou.... mas continuou sempre aqui!

6.6.09

Tsuru

Um quadrado dividido em mais quatro
Se transforma em oito triângulos,
Antes de virar novamente um quadrado
Que originará uma semente como se fora um losango...


Em semana de estranha euforia,
Onde o Mago usou diversas vezes o feitiço da transformação,
A Lua passou a brilhar no céu
Para iluminar o seu caminho rumo ao desconhecido.


Antes de partir, encontrou um pergaminho
Falando de pessoas raras,
Enviado por uma pirilampo que crescera
E que hoje ilumina com a própria alma...


E da semente surgiram ramos,
Dos quais vieram asas
Que se transformaram em talismã,
Guardado, delicadamente, próximo ao coração...


- Mago, avisarei à elfo para cuidar da casa. - disse o guardião.
- Volto em dois dias...


Mago Merlin... outro rei avisou que fará uma festa... irá lá, mas continuará sempre aqui!