29.4.10

Às vezes elas também vão embora... mas voltam!

E naquele lugar que nunca aconteceu...

- Por que tão pensativa, Bia? - perguntou Priti.
- Ele não deveria ficar lá sozinho... pode ser perigoso.
- Ele sabe se defender.
- Alguém quis conhecer sua solidão...
- E isso o deixou feliz...


Há quatro dias, ainda no monte...

Logo cedo, ainda antes da lua cheia,
Priti viera buscar as meninas,
Pois prometera cuidar delas, na ausência de Deborah,
Sem contar que tinham provas da escola para fazer e coisa e tal.

Chegara num raio de luz, abrindo as nuvens,
Deixando um pouco de sol e céu azul
Que iluminaram mais o brilho dos seus olhos verdes, 
No arco-íris eterno de seu cristal mágico.

- Vite, vite, vite!

Conforme pedira, a correria pela casa fora certa:
Cadernos, canetinhas, roupas e tudo o mais
Pularam pra dentro das mochilas,
Assim como Narrador, yetis e Guardião voaram pra fora da casa.

O Guri e o Mago assistiam tudo sorridentes
E quando estavam prontas, os abraços de despedida foram longos...

- Obrigado, Beatriz! - disse o Mago.
- Eu também sempre estarei aqui, porque só você me chama assim...


Um raio de luz veio do céu azulado na direção do cristal
E, de mãos dadas, elas se foram, acompanhadas pelos yetis.

- Xauuuuuu.... Mago! - no uníssono tradicional.

A lua cheia finalmente chegou;
O Mago atrasara sua saída, pois ainda havia o que fazer;
Ela notou e chorou mais uma vez,
Mas ele irá amanhã... a caminho de onde mora Alice...

- Cuidem de tudo. Volto em dois dias!

E ela disse que vai embora... mas isso será história para outro dia...

Mago Merlin... aquele que sempre esteve aqui!

25.4.10

Domingos de chuva também foram feitos pra sonhar

A neblina misturada à fumaça das chaminés,
Dava um ar bucólico ao domingo frio de inverno (ué? e o outono?...).
Todos acordaram tarde e o café limitou-se a um café mesmo...
Nada de bolachinhas ou chocolate, porque já era quase hora do almoço.

Caras de sono, roupões pesados, pantufas,
Tudo de bom pra continuar na cama,
Depois de muita distração na véspera,
Com as agradáveis visitas.

Após o almoço, cada um partiu para um canto:
Ana foi procurar um feitiço que pudesse usar com o coelho douradinho,
Já que existe muita indecisão e alguns vacilos
Que estão atrapalhando muito o andar da coisa.

Adrielle foi olhar a neblina e pegou algumas nuvens
Para futuras referências, caso necessitasse,
Apesar de parecer ter desistido daquela velha implicância,
Agora que tudo terminou.

O Guri foi olhar a chuva...

- Ué? De onde veio este lago? Eu não lembrava que aqui caia uma cachoeira...

Todos correram para ver a novidade:
Um antigo lago, que aqui existia,
Com a chuva tomou vida, desaguando numa cachoeira ao lado da casa,
Por onde antes passavam os coches.

Peixinhos coloridos pulavam pra todo lado,
Vitórias-régias serviam de pouso para algumas rãs
E até um velho celacanto deu o ar da sua graça,
Surpreendendo inclusive o dragão!

Eis que as águas se elevam, como um chafariz,
E no centro daquilo que parecia ter vida,
Uma canção e um ser brilhante
Apareceram do nada, como é de seu hábito.

- Fênix! - gritaram em uníssono (nesse uníssono todos participaram)

- Da mesma forma que o lago renasceu, trouxe uma história para vocês que eu chamei de Renascimento...


"Transformo-me pelo vento,
Pela solidão que me consome.
Quando sinto que não posso mais voar, procuro a realidade.
Meu nascimento vem das cinzas das tristezas dos amores não amados.

Sou um livro aberto da história;
Conheço cada ponto do horizonte;
É mais do que qualquer um possa imaginar;
As pétalas dizem que esperança está em qualquer lugar.

O homem é um ser complexo:
Tão delicado, mas ao mesmo tempo tão explosivo.
Aprendemos, com os magos, a magia da vida;
Aprendi com o Senhor Fantástico (que é de uma terra longínqua) a tentar ser quem eu realmente sou...

Sou aquela que nunca deixará de existir
E que ao mesmo tempo sempre estará em busca de um reino
Onde a paz é completa...

Estou em todos os lugares onde você precisar de mim....

Sou a Fênix dos seus sonhos..."

- Acordem crianças! Já é quase hora do almoço!

Mago Merlin... os domingos de chuva também foram feitos pra sonhar... aquele que sempre esteve aqui!

24.4.10

Uma chama para a Estrelinha

Já era alta madrugada,
Quando Ana, exausta, auxiliada pelo Dragão,
O trouxera de outros tempos
E de antigas batalhas de guerras nunca terminadas.

Ela se movia de um lado para o outro sem parar.
Viu coisas que não conhecia,
O defendeu o quanto pode,
Até conseguir traze-lo de volta.

Há alguns dias ele andou por tal dimensão: 
Misto de realidade e fantasia,
Daquelas que somente aparecem em sonhos,
Mas que guardam muito mistério também.

- Deixe-o dormir. Precisa descansar muito.
- E você também, pequena. - disse o Narrador.
- Venha, Ana, precisa de um banho. Eu te ajudo. - concluiu Adrielle.


Mais tarde tudo mudou: apesar do tempo frio
E de uma chuva fina que insistia em cair, reuniram-se a volta do fogo
E receberam a visita daquele antigo Aprendiz e da Estrelinha,
Aquela que um dia caiu lá na montanha e que estava sumida.

Foi divertido!
O Aprendiz contou das estripulias do desastrado yeti
Lá naquela missão junto ao batalhão,
Onde, coincidentemente, estiveram juntos.

- Bem que achei que conhecia aquele sujeito! - confidenciou.

A Estrelinha veio, matou as saudades,
Contou histórias, novidades e falou de uma antiga receita,
De uma poção mágica e poderosa,
Que, junto com o Mago, fizeram no passado.

Depois de comerem muita bolachinha
E beberem muito chocolate quente,
O Aprendiz desapareceu do nada
E a Estrelinha recebeu um presente do Mago...

- Tome. Leve com você. Está chama mágica te servirá bem. Lembre-se do sonho que ainda não foi sonhado e deixe o seu mundo ficar todo azul!

Ainda conversaram mais um pouco e também riram a valer...

- O que está lendo, Guri? - perguntou o Narrador
- Quando ele terminará a historia do Cachorro da Cabeça Azul? Demorou um ano para aparecer a terceira parte!
- Não sei. Encontre uma brisa por ai e pergunte a ela!


Mago Merlin... segue o jogo... aquele que continuará sempre por aqui!

20.4.10

Doce como o limão

Há alguns dias...

- Menina, seu caso não é aqui!
- Só quero saber...
- Mas terá que fazer o teste...
- Que teste? Que lugar é este? Sem essa de teste!


A menina de pele clara e longos cabelos pretos
Discutia com o guardião que tentava, em vão, impedir sua entrada.
Ele, por sua vez, que já não anda lá essas coisas, cedeu aos seus encantos
E ela, delicadamente, adentrou no País dos Sonhos Verdes.

Apesar do inverno, flores surgiram e sorriram à sua passagem.
Ao saudá-las, também mostrou suas variadas cores
Além de alguns desenhos, quando um tom cor de rosa cobriu sua pele;
Não que aparentasse timidez (pareceu bem decidida) e sim alegria.

Conversaram... ela tirou algumas dúvidas.
Contou que mora lá pros lados daquela muralha
E que gosta de ler, principalmente coisas que a definem
Como os escritos da Princesa de Rua e daqueles do Divã.

Particularmente estes aqui:

“Não gosto de meio termo. Gosto dos extremos. Gosto do frio. Gosto do quente. Gosto dos dedinhos dos pés congelados ou do calor que me faz suar o cabelo. Não gosto do morno. Não gosto de temperatura-ambiente. Sempre desprezei, coisas mornas, as coisas que não provocam ódio nem paixão, frio nem calor. Viver tem que ser perturbador. É preciso que nossos anjos e demônios sejam despertados, e com eles sua raiva, seu orgulho, sua adoração ou seu desprezo. O que não faz você mover um músculo, o que não faz você estremecer, suar, desatinar, não merece fazer parte da sua biografia. Na verdade eu quero tudo. Ou quero nada. Quero que se alguém estiver comigo, que esteja. Mesmo que seja só naquele momento. Mesmo que mude de ideia no dia seguinte.”

- E não sofrerá jamais por ninguém
Porque o sofrimento não faz parte de seus sonhos.
Que seja feliz e siga confiante,
Pois o caminho será doce... doce como o limão!

- N'est-ce pas?

Mago Merlin... citando Fernanda e Martha, para saudar a nova amiga... aquele que continua por aqui... como sempre!

18.4.10

Tudo ao mesmo tempo

- Por que está pensativo, Guri? - perguntou o Narrador.
- É que tanta coisa aconteceu, mas não consigo contar nada.
- Tente assim: “Era uma vez... os contos de fada acontecem assim...”

Um monte de coisas ao mesmo tempo...

Ana e Adrielle chegaram a um acordo:
Nem tanto frio, nem tanto calor,
Os dias amanhecem nublados,
Mas o céu azul chega de repente e vai até o final do dia.

O céu da lua nova, cheio de pontinhos brilhantes, 
O fez lembrar do aniversário da Estrelinha.
Só que, no dia, ele esquecera,
Talvez fruto da visita inesperada que recebera.

Aliás, a visitante dera trabalho para as meninas:
Adrielle, vendo que houve tal constrangimento, já que aparecera sem avisar,
Optara por invocar um vento muito frio, congelante mesmo,
Enquanto Ana cobrira o Mago com uma bolha invisível de aquecimento.

- Ana! Você ralhou com Adrielle, mas fez igualzinho! - disse o Dragão.
- Nem! Aquele incidente foi culpa dela mesma, quando quis deixar de ser fada para virar princesa.


O Mago ria da bagunça e continuava sossegado,
Mesmo que feitiços voassem por toda a casa,
Já que resolvera retomar a ciranda,
Mas não aquela que Ana fizera no passado.

- É por causa da Karen. Fiquem sossegados, meninos! - tranquilizou o Narrador.

Apesar de ninguém acreditar muito nisso,
Já que ele andara recebendo aqueles antigos afagos,
Todos sabem que o feitiço de Ana não foi desfeito,
Até porque não apareceu nenhum pinhão por aqui.

- É... mas no lugar do esquilo já surgiu o coelho douradinho! - riram as meninas.

Um bom passeio de bicicleta, logo cedo,
Completou a animação do domingo ensolarado.
Exaustos, todos dormiram cedo,
Pois amanhã será um novo dia e o jogo continuará.

- Viu como é fácil, Guri? É só começar!
- Mas você não falou da flor!
- Ah! Mas isso é história pra outro dia, quando falarmos mais de Adrielle.

Mago Merlin... aquele que sempre esteve aqui!

10.4.10

A volta do yeti

- Onde está seu yeti, Ana?
- Ops...


A chegada do yeti, resgatado pelo Dragão,
Foi uma cena das mais impressionantes
Ocorridas sob a proteção da fronteira transparente
Que até o Guardião baixinho caiu na gargalhada.

- É que eu vi tanta coisa bonita lá e aí...

Com cabelo escovinha e barba feita, 
A figura de três metros de altura
Só não estava mais horrível
Por conta da lama que o recobria.

Junto com os demais do batalhão,
Fora em socorro às vítimas da tempestade
Que assolou a velha terra, 
Lá naquele lugar perto do mar onde mora o Velho Pai.

- Meninas Façam o yeti voltar à velha forma. Ele merece depois de tanto trabalho. Beatriz, depois venha me ver.

Muita água, sabão e alguma brincadeira depois,
O gigantesco ser ainda foi secado pelo Dragão
E pediu uma chance para repousar,
Pois a viagem fora muito longa e cansativa.

O Mago estava estranhamente sossegado.
Depois de alguns dias de muito trabalho,
Parecia que algo diferente andara acontecendo,
Mas isso ninguém ainda descobrira.

- Se for para trazer o sol até aqui, você sabe que nem Deborah poderia faze-lo.
- Ainda é cedo para pensar nisso, Beatriz.
- Só você me chama assim...


Mago Merlin... aquele que sempre esteve aqui.

7.4.10

Tempestade de Outono

Há dois dias...

- Você exagerou! Aquilo não era para inundar tudo! - dessa vez quem ralhou foi Adrielle.
- Mas não fui eu! Tome aqui o frasco. Está cheio, do mesmo jeito que estava quando você me deu.


A volta para casa foi tranquila.
No avião, Ana preferiu ver tudo da cabine do piloto
E andou afastando algumas nuvens, 
Para que o colorido do céu azul animasse a tripulação.

Quando chegaram, o coelho douradinho, o Guri e Adrielle
Haviam providenciado um “ Boas Vindas”:
Sabão, água, alças plásticas e canequinhas,
Bolinhas de sabão coloridas viraram ovinhos de chocolate por toda parte!

- Mas por que choveu daquele jeito?
- Isso eu não sei, mas não fomos nós.


Os dias passaram,
Os feitiços da bruxa perderam força,
A mão do Mago voltou ao normal (quase)
E o jogo ganhou novas peças.

O inverno chegou (ué, não era outono?)
E roupas de frio foram conjuradas
Para aquecer as noites mais longas,
Enquanto o fogo não será aceso.

- Meninas, existem forças que vocês não dominam, mas o melhor domínio é o amor que vocês tem no coração!

Mago Merlin... apesar do frio, ele continua por aqui...como sempre!

3.4.10

Só acaba quando termina

Com o yeti devidamente camuflado,
Ana passou a cuidar da mão do Mago
Com algumas poções mais fortes,
Além de providenciar dias de sol.

O programado seguiu:
O Mago e o Velho Pai foram ao encontro da Fada Madrinha,
Da Amiga mais antiga e os seus, da mesma forma que outrora
Há quase dois anos, lá ainda na montanha.

Ana desviou todas as investidas da bruxa
Que, ainda furiosa, criava situações inesperadas,
Tentando atrapalhar os dias de tranquilidade
Que o Mago deveria passar junto aos seus.

Observou, curiosa, aqueles que ainda não conhecia,
Mas, naturalmente, ficou escondida,
Pois como ela disse - “Eu nunca aconteci mesmo!”
E seria muito esquisito ela aparecer de repente.

- O que mexe aí na mochila, Beatriz?
- Uma coisinha que Adrielle deixou comigo para quando partirmos.
- Hum... devo ficar preocupado com isso?
- Não. Já avisei do que se trata a quem deveria avisar.


Com o Velho Pai, ainda visitaram um antigo jardim,
Conservado, com muita atenção e carinho,
Desde a época do antigo príncipe
Que andara por aqui, há muitos e muitos anos.

Enfim, só termina quando acaba,
Mas as lembranças e os sonhos são eternos,
Brilham em nossa mente, nos bons pensamentos
E na alegria do reencontro.

- Durma, Beatriz. Amanhã teremos um longo dia.

Mago Merlin... voltando para o monte... mas continuando por aqui, como sempre!

2.4.10

Sonhos na Cidade

- Vim logo que pude, mas a tempestade estava muito forte. Como está a mão?

No Reino das Maricotinhas, onde morava Fada Manoela,
O coelho dourado, que pulara em sua mão momentos antes,
Fora alertado que deveria levar uma mensagem até o monte,
Pois algo estranho acontecia na cidade.

- A de Albus estava bem pior, Beatriz.
- Só você me chama assim...


Da montanha partiu na direção do mar,
Àquela cidade cantada em verso,
Onde mora o velho pai
E onde elogiará o passado durante alguns dias.

- A bruxa notou minha presença e conjurou alguns feitiços. Até a lua cheia ficou coberta de nuvens... bom que você veio.
- Comigo aqui ela nada fará! Por isso vim... e também porque queria ver o velho pai.


Encontrou o querido irmão
E partilharam de um agradável jantar,
Onde contaram as novidades
Saboreando as delícias que só são encontradas na cidade.

- Peça para o yeti pousar junto aos guardas daquele batalhão no final da rua. Eles nem notarão sua presença.

Comprara víveres e alguns presentes.
A ciranda voltara a tocar na sua cabeça,
Mas ainda há muito o que elogiar
Aproveitando os dias de sol que tornaram a surgir.

- O que faremos com Adrielle?
- Deixe... ela sabe o que faz!


Mago Merlin... aquele que voltou pra casa, mas continua sempre aqui!