6.10.07

O Conto do Amigo Invisível

No tempo que usava tranças e fitas vermelhas no cabelo,
Onde brincar era a coisa mais séria da vida (brincar sempre é coisa séria),
Conversava com bonecas e só dormia com aquele travesseiro de ursinho (isso ela faz até hoje)
Nem vendo o tempo passar do lado de fora da janela.


Um dia surgiu mais alguém...
Num dia que o armário, se abrisse, revelaria um monstro (e não o Mago, que sai dele de vez em quando)...
Um amigo só dela, que ninguém via, mas todos sabiam que existia...
Com ele conversava, contava seus segredos e pedia carinho e conselhos.

As pessoas achavam estranho, mas não ligavam porque era coisa de criança.
Só que, para ela, ele era de verdade...
E de tanta verdade, aos poucos, ele foi criando vida dentro dela,
Enquanto ela crescia e não usava mais tranças e nem fitas.

Um dia ela pediu sua materialização...
Era um dia especial, que ela usaria um vestido de moça grande
E deixaria de ser aquela menininha que só sonhava,
Para transformar o sonho em realidade.

E assim ele faria... se não tivesse causado tanto medo nas pessoas...
Ah! As pessoas tem medo do amigo invisível...
Elas esqueceram que o tiveram também
Porque ele faz lembrar do tempo dos sonhos verdes...

A menina que usava tranças ficou triste porque ele não veio...
Ele ficou triste porque deixara de ser invisível e não pode ir...
E, ambos tristes,
Seguiram seu destino em direção ao futuro...

Mago Merlin... a Bruxa do Mal, irada, envia seus feitiços na sua direção... agora é hora de prestar atenção nos sinais e na luz que há de chegar... aquele que sempre esteve aqui!

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