25.4.10

Domingos de chuva também foram feitos pra sonhar

A neblina misturada à fumaça das chaminés,
Dava um ar bucólico ao domingo frio de inverno (ué? e o outono?...).
Todos acordaram tarde e o café limitou-se a um café mesmo...
Nada de bolachinhas ou chocolate, porque já era quase hora do almoço.

Caras de sono, roupões pesados, pantufas,
Tudo de bom pra continuar na cama,
Depois de muita distração na véspera,
Com as agradáveis visitas.

Após o almoço, cada um partiu para um canto:
Ana foi procurar um feitiço que pudesse usar com o coelho douradinho,
Já que existe muita indecisão e alguns vacilos
Que estão atrapalhando muito o andar da coisa.

Adrielle foi olhar a neblina e pegou algumas nuvens
Para futuras referências, caso necessitasse,
Apesar de parecer ter desistido daquela velha implicância,
Agora que tudo terminou.

O Guri foi olhar a chuva...

- Ué? De onde veio este lago? Eu não lembrava que aqui caia uma cachoeira...

Todos correram para ver a novidade:
Um antigo lago, que aqui existia,
Com a chuva tomou vida, desaguando numa cachoeira ao lado da casa,
Por onde antes passavam os coches.

Peixinhos coloridos pulavam pra todo lado,
Vitórias-régias serviam de pouso para algumas rãs
E até um velho celacanto deu o ar da sua graça,
Surpreendendo inclusive o dragão!

Eis que as águas se elevam, como um chafariz,
E no centro daquilo que parecia ter vida,
Uma canção e um ser brilhante
Apareceram do nada, como é de seu hábito.

- Fênix! - gritaram em uníssono (nesse uníssono todos participaram)

- Da mesma forma que o lago renasceu, trouxe uma história para vocês que eu chamei de Renascimento...


"Transformo-me pelo vento,
Pela solidão que me consome.
Quando sinto que não posso mais voar, procuro a realidade.
Meu nascimento vem das cinzas das tristezas dos amores não amados.

Sou um livro aberto da história;
Conheço cada ponto do horizonte;
É mais do que qualquer um possa imaginar;
As pétalas dizem que esperança está em qualquer lugar.

O homem é um ser complexo:
Tão delicado, mas ao mesmo tempo tão explosivo.
Aprendemos, com os magos, a magia da vida;
Aprendi com o Senhor Fantástico (que é de uma terra longínqua) a tentar ser quem eu realmente sou...

Sou aquela que nunca deixará de existir
E que ao mesmo tempo sempre estará em busca de um reino
Onde a paz é completa...

Estou em todos os lugares onde você precisar de mim....

Sou a Fênix dos seus sonhos..."

- Acordem crianças! Já é quase hora do almoço!

Mago Merlin... os domingos de chuva também foram feitos pra sonhar... aquele que sempre esteve aqui!

Um comentário:

Élio Castro disse...

Me senti contemplado nesse renascimento, e pego carona com esta Fênix para dizer que também me transformo pelo vento. Se não fossem eles, talvez eu seria sempre um lago seco. Eles me trazem a chuva, e me devolvem os sonhos. Por isso, me senti contemplado nessa estória, ou nesse caso seria história?