21.6.10

A festa, o Inverno e o Guri

Há poucas semanas, quando os pinguins foram embora
E algum calor chegou por essas terras,
Ninguém entendeu muito bem
O motivo da sua partida.

Finalmente ontem todos compreenderam:
Uma chuvarada, da qual Adrielle garante que nada teve a ver,
Abriu caminho para o inverno mais uma vez implacável
Que trouxe um frio poucas vezes sentido antes.

De qualquer forma eles mandaram notícias lá da montanha,
Onde deram uma paradinha pra falar com a amiga baiana
Convidando para que esta fosse com eles
Até as terras quentes lá do nordeste.

- E ela foi? - perguntou o Guri.
- Não. Ela anda às voltas com concursos.
- Então conte da festa, Narrador. As meninas não me deixaram nem chegar perto de lá.


A folia começou alguns dias antes,
Quando decidiram antecipar as comemorações
Daqueles que fizeram e ainda fariam aniversário
Nos dias próximos à festa lá daquele João.

Em sua mente, saudara o passado o vendo como a um filme:
Os aprendizes, a Fada dos Olhos, o Mago da Luz,
O menino e a lua, a Copa Med, 100 Dias, as músicas no Pratas,
E tantas outras comemorações até o feitiço final.

Hoje as músicas são outras, assim como as danças,
Mas ele admira, pois não possui habilidade para os acompanhar
Nos ritmos diferentes, nos passos tão bem executados,
Apesar de haver tentado um “qualquer coisa”.

Enquanto o Guri conversava com o Narrador,
O Mago procurou Adrielle e Ana,
Encontrando as duas sob a árvore do quintal
Separando as folhas que caíram e as transformando em fractais.

- Podem explicar? - ele perguntou.
- Dessa chuva? Não tenho nada com isso.
- Ah! Mas aquele apagão teve a sua cara, Adrielle. - sorrindo, Ana continuou a selecionar as folhas, enquanto explicava – Achamos que seria um encontro torto pra ele.
- Hum... seria esquisito, mas não um encontro torto.
- De qualquer forma, ele ficou aqui escrevendo...
- Melhor assim. - ele concluiu.


No apagão ele lembrou dos pezinhos bem aquecidos,
Dos olhos vivos, corajosos e sorridentes,
Do perto e do tão longe, dos pequenos bons momentos,
Enquanto a chuva molharia seus longos cabelos, se assim acontecessem.

Poderiam brincar lá fora sobre a grama,
Correndo de um lado para o outro,
Sorrindo sempre, sem qualquer outro motivo senão a felicidade
De estar perto do sonho daquele desejo.

E quem sabe ela até diria:
- Não importa o pensamento daqueles que olhariam e ririam,
"Hey! Love will find a way but...
You've got to hide your love away."

Mago Merlin... casaco, touca e só faltam pantufas... tá frio mas ele continua por aqui como sempre!

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