23.6.10

Tanto

Com seus dedinhos delicados,
Protegidas da chuva por uma aura dourada,
Elas trabalharam durante várias horas
Até que, folhinha por folhinha, vieram os fractais.

Dos cristais surgiram várias estrelas;
Elevadas, no meio da neblina, até o céu,
Espantaram um pouco as nuvens
E vieram tardes de céu azul.

A ideia era criar neve, como da outra vez,
Mas o poder de Ana ainda não é tamanho
Como fora o de Deborah, há quase dois anos,
Quando elas apareceram pela primeira vez.

De qualquer forma, todos precisam de estrelas,
Como bem lembrou a Estrelinha, antes de partir,
Na citação de alguém do oriente (Maiakóvski),
Saudando o aniversário, logo a seguir do início do inverno:

“Se as estrelas se acendem é porque alguém precisa delas.
É porque, em verdade, é indispensável
que sobre todos os tetos, cada noite,
uma única estrela, pelo menos, se alumie."

A princesa que fora fada, precisa conhecer uma estrela
Que ilumine seus pensamentos, que espante a cegueira,
Que a faça “se ligar” e parar de maltratar o bem,
Para que, enfim, recupere seus poderes por toda uma vez.

No céu vemos a lua quase cheia.
A do menino voltou, depois de um tempo;
De outros astros, ela também seria uma estrela
A iluminar os caminhos dos amantes.

A menina chegou perto, sentou, sorriu
E preferiu ficar em silêncio...
- Bom que você está aqui, Beatriz.
- Só você me chama assim...

Mago Merlin... aquele que sempre esteve aqui.

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