9.3.11

Assim falou Coralina

A lua ainda é “casca de queijo”
E o céu estrelado, sem qualquer nuvem,
Recebe o cheiro adocicado da flor da noite
E é apreciado pelo Mago.

Há tempos houve uma ciranda
Que o Mago pedira à Ana
E “o amor que era tão grande,
Que nem vidro se quebrou.”

Vários encantos vieram daí;
Muitas histórias, muitos momentos
E o amor foi contado em prosa e verso,
Em cantos e cantorias, durante muitos meses.

Também foi falado da falsidade,
Da crueldade que eventualmente cerca o amor,
Quando, num simples falar sem tato,
Sem qualquer delicadeza, desfere-se um golpe mortal.

E para não falar do egocentrismo,
Já que isso não faz qualquer diferença,
Ficam os versos de Cora Coralina
Para brilhar nos corações como as estrelas no céu.

“Não sei ... se a vida é curta
ou longa demais pra nós,
Mas sei que nada do que vivemos tem sentido,
se não tocamos o coração das pessoas.

Muitas vezes basta ser:
Colo que acolhe,
Braço que envolve,
Palavra que conforta,
Silêncio que respeita.

Alegria que contagia,
Lágrima que corre,
Olhar que acaricia,
Desejo que sacia,
Amor que promove.

E isso não é coisa de outro mundo,
é o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela
não seja curta,
nem longa demais
Mas que seja intensa
Verdadeira, pura ...
Enquanto durar.”

E no silêncio que se seguiu,
Todos se reuniram à sua volta,
Observando as estrelas...
Só observando...

Narrador... o Mago está lá fora com as crianças... mas ele logo volta por aqui, como sempre!

Um comentário:

Erica disse...

Lindo! Adoro a Cora Coralina! De fato, amor e amar é fundamental. É o olhar interessado do outro que nos faz conscientes de nossa existência e importância. Precisamos de testemunhas amorosas de nossa vida para nos sentir vivos. Mas há inúmeras oportunidades de tocar a vida dos outros e de ser tocado. E como já dizia a oração de São Francisco: é dando que se recebe. Nos dias de hoje todos parecem muito ávidos apenas de receber.