10.3.11

Que nem maré 2

Ontem...

O Dragão acolheu os yetis em sua caverna,
Assim que eles fizeram aquela carinha de urso panda,
Já que Ana, segurando a mãozinha de Adrielle,
Entrou na sala e olhou à volta.

Hoje...

- O que diz o recado que essa coruja vai levar, Narrador? – perguntou o Guri.
“Jorge, eu to só lhe esperando! Jorge, cadê você?”

E num daqueles encontros imaginários que o Narrador tem às vezes...
“Meu camarada, chega aí! Meu camarada, fala aí”

A visita foi bem rápida,
Mas Dri recebeu um recadinho:

“É, a paciência foi pela vida inteira o meu escudo quando o mundo disse não”

Ela ruboresceu, ao sorrir, no que ele continuou:

“Tente imaginar como pode ser
Quando ao livre-arbítrio, nós fizermos jus
E o que quer de nós, esse tal poder?
Toda escolha traz uma renuncia à luz.”

Ana, ouvindo o movimento,
Aproximou-se bem silenciosa,
Mas ele percebeu e piscou pra ela:

“Ela une todas as coisas
Quantos elementos vão lá …
Sentimento fundo de água
Com toda leveza do ar”

Todos reunidos deram as mãos e ele terminou:

“Chega de fingir, eu não tenho nada a esconder
Agora é pra valer, haja o que houver
Não tô nem aí, eu não tô nem aqui pro que dizem
Eu quero é ser feliz...”

Ainda ontem...

No seu franzir da testa, Adrielle entendeu o recado da irmã
E, juntas, sempre de mãos dadas, começaram a estalar os dedos
Causando tamanho alvoroço,
Que até o bravo Guardião baixinho ficou assustado.

- Pronto! Isso aqui precisava de algumas mudanças! – disseram, em uníssono.

Voou cadeira, explodiram vidros, desfolharam livros,
Desfeitos acordos, feitos embrulhos, uma confusão danada,
E saíram Narrador, Guri e até Melinda, pela janela mesmo,
Antes que a coisa sobrasse em cima de suas cabeças.

E lá, na pequena ilha, que não era a ilha Blu, quem sabe, qualquer dia...

- E foi assim que aconteceu? – perguntou uma daquelas velhas bruxas ao Narrador.
- Sim! Achei que vocês gostariam de saber, por isso dei um pulinho aqui.
- O verão está acabando, não é mesmo? E virá mais uma lua cheia, então.
- Com certeza! – ele respondeu.

“Eu me entreguei demais
Eu imaginei demais
E o silêncio fala mais que a traição
Foi um devaneio meu
Um veraneio seu
E um outono inteiro
Em minhas mãos”

Narrador... o Mago foi arrumar a bagunça... mas logo ele volta, pois continuará sempre por aqui!

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