22.7.09

Beatriz, a Ciranda e o Eclipse

Chove e faz frio...
A magia de outro dia está longe,
Substituída pelas gotas de chuva
Observadas, à distância, por Ana...

A elfo que cuida da casa adoecera
E o gnomo há muito não aparece;
Quanto ao narrador, este fica em silêncio
Quando é tudo que lhe resta a fazer...

A menina andou pela casa
Até encontrar um livro com antigas cantigas
Que a entreteve por um tempo,
Quando, então, resolveu perguntar:

- Por que o mar levou o anel?
- Trocou-o pela concha e a deu de presente. Do anel, ninguém mais soube... procure a sereia, ou até a baleia, mas acredito que foi mesmo o pescador que o encontrou e o deu para seu amor...


Insatisfeita com a resposta,
Buscou um pequeno sachet, na sua mochila, 
Que exalava um perfume suave
Como pétalas de rosas...

- Se é preciso um anel, farei um e o choro acabará! 

Antes que o Mago pudesse responder,
Ela abriu a pequena almofada perfumada
E uma pequena esfera prateada
Flutuou ao seu comando antes de rumar às estrelas...

Alguns minutos depois (seis ao todo)
A esfera retorna às suas mãos,
Dessa vez com um brilho dourado
E a menina a coloca de volta à origem...

- O que a esfera trouxe, Beatriz?
- Só você me chama assim! 

E com seu risinho meigo
Fez desaparecer o sachet em flocos de neve...


- Pronto. Agora ele não vai mais chorar. O anel irá para seu verdadeiro dono.


O Mago, perplexo, sorriu...
Olhou a ampulheta... parece que se foi metade
Da areia de cristais finos e brilhantes,
De dor de saudade que não se aplaca...

E em algum lugar, numa praia distante, uma longa procura terminou...

Mago Merlin... aquele que continua por aqui!

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