1.8.10

Sempre será inesquecível

A chuva ainda durou a noite inteira
E, pela manhã, trovões dividiram o barulho com os quero-queros.
Ana levantou cedo e desfez a mesa de café
Que Adrielle preparara, com todo esmero, desde a véspera.

- Ei! Ainda não tomei café! – exclamou o Guri que chegara com o Narrador.
- Deixe quieto, Guri, e dá teu jeito. Preciso desmontar a cena!


O Guri, algo atônito, olhou para Narrador
Que também nada entendera,
Fez um sanduiche e foi trocar a roupa
Toda ensopada de chuva.

O dia passou, Ana explicou a situação para o Guri,
O Mago concentrou-se em consertar a bola de cristal antiga,
Adrielle não falou absolutamente nada
E o Narrador reuniu seus escritos, pra ver se continuava alguma história.

Horas mais tarde, aparece Adrielle
Que senta ao lado do Mago e deita sua cabeça em seu colo.
Ele afaga seu cabelo e assim fica durante um tempo,
Quando ela, então, quebra o silêncio.

- O que eu fiz de errado?
- Você só fez coisas bonitas e certas.
- Mas por que não funcionou?
- Claro que funcionou! A casa ficou toda arrumada, a dispensa está repleta de coisas que nunca tivemos e, com isso, o lanche de vários dias está garantido.
- Não foi disso que eu falei.
- Você teve muito carinho, delicadeza e cuidado ao fazer todas essas coisas e isso é o que importa, pequenina.


Um corre corre, almofadas voaram pra perto do fogo,
O Narrador, com seus papéis na mão, pediu a atenção.
Todos sentaram bem juntinho, para ficarem mais aquecidos
E Adrielle preferiu continuar no colo do Mago.

Era uma vez, o tal do conto de fadas que não terminei!

- Senta que lá vem história! – diria aquele amigo Aprendiz;
- Ufa! Hoje alguma coisa continua! Já era hora! – diria a Fada dos Olhos;
- Ahahahahhahahahahhaha! – exclamaria o (K)Clown!


Então...

No momento que os dois lados foram iluminados,
Duas irmãs bruxinhas seguiram com os raios de luz da lua,
Cada uma para cada ser distante...
Cada uma com uma missão!

Do lado do castelo, havia indecisão e medo.
Do lado do jardim, havia incerteza e medo também.
As duas irmãs bem que tentaram e tentaram,
Mas o planetinha se moveu, a luz se apagou e nada mais aconteceu.

- Bom... Foi... Pelo menos terminou a história! Se bem que... Fui! – diria a Fada dos Olhos.

E talvez o (K)Clown e até o Aprendiz, invocariam um daqueles “momentos inesquecíveis”:

“Contam nossa história
De tristezas e glórias
O poema mais bonito
Que eu já li...
É... você tá em todos os momentos que eu vivo
E que eu desejo.
É... você impregnou na minha carne, nos meus sonhos
E agora não tem volta
Eu preciso te viver.”

Adrielle esboçou chorar mais uma vez,
Mas o Mago transformou suas lágrimas em estrelinhas
Que brilharam a volta de seus olhos castanhos
E fizeram brotar, novamente, seu lindo sorriso.

- Vamos lanchar?

Mago Merlin... aquele que sempre esteve aqui!

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