27.8.09

Os Três Anões

O amanhecer sempre nublado,
Comum nessa época do ano,
Alegra a pequena Ana
Que agora treina todo dia a magia do céu azul...

Viram a tucano novamente
E eles sorriram juntinhos...
O Mago parecia bem animado...
Talvez somente parecesse assim....

O inverno aqui foi longo 
Frio e muito amargo,
Onde provou-se o gosto da desilusão
E ainda falta quase um mês para acabar...

Eis que de repente...

“Era uma vez três anões...”

Surge o (K)Clown, pulando a janela.

- Aqui todo mundo conta histórias. Vim pra contar uma também!

O Mago abriu um sorriso...
Ana também, porque viu alegria em seu rosto...

- Prossiga, bom amigo!

Então...

“Era uma vez três anões...
Triste, Muito Triste e Mais Triste 
Que viviam num condado, no sul de Depreção City,
Local tão deprimente que nem o nome da cidade era escrito de forma certa...

Triste, o mais velho, 
Deserdou de um grupo de outros sete anões, 
Quando seus coirmãos 
Não quiseram mais dividir a brancura de Neve...

Ana levantou-se e foi pegar sua mochila...
- Beatriz... a mochila nem pensar... ouça com atenção! – determinou o Mago.

Muito Triste é filho de Triste com Neve
E Mais Triste Ainda 
É um amigo imaginário de Muito Triste,
Tão triste que é, jamais teve amigos reais...

Um dia eles cresceram e desenvolveram muitas habilidades mentais.
Entre elas, a capacidade de transformar tristeza em força interior,
Enquanto o pai, um anão pouco desenvolvido, 
Via na tristeza a vontade de morrer.

Os filhos, sim, porque ele adotou o amigo imaginario de Muito Triste, 
Por sua vez faziam da tristeza motivação...
Um exemplo foi quando ambos se apaixonaram pela mesma guria
Nevinha... sobrinha de Neve."

- Acho que essa história eu conheço. – disse o Narrador.
- Posso pegar a mochila? – insistiu Ana.
- Prossiga, (K)Clown.

Quando finalmente Muito Triste 
Conseguiu marcar um encontro com Nevinha,
Mais Triste Ainda ficou o elevado ao quadrado de seu nome
Contudo, no fundo, pela primeira vez na vida, sentiu uma ponta de felicidade.

Muito Triste, por sua vez, sentiu muita tristeza pelo irmão imaginário,
Mas pela primeira vez sentiu a parte submersa do iceberg de felicidade,
Quando, então, resolveram se unir...

E o que os livros contam até hoje é o seguinte:"

- Posso pegar a mochila de Ana, Mago? – perguntou o Narrador.
- Conclua, (K)Clown! – determinou o preocupado Mago.

"Que quando o excesso de tristeza se une ao excesso de tristeza, tem-se excesso demais para não reagir... E por isso q eu te digo meu caro:
- Existem histórias com finais mais deprimentes do que a sua! E essa foi uma delas..."

E antes que alguém pudesse fazer alguma coisa, o Guri abre a porta para entrar e o (K)Clown vai embora, deixando ecoar sua risada...

Mago Merlin... aquele que sempre esteve aqui!

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