1.1.11

Apenas bons amigos?

- Vim na frente… quer café? Eu que fiz...(rs)

A primeira manhã do ano, como de costume,
Estava bastante preguiçosa
E um frio, comum por aqui,
Dava vontade mesmo de tomar um bom café.

- Obrigado.

Pensava que tudo estava arrumado e terminado:
Papéis, ideias concluídas, tudo encaixotado.
Tomaram o café, mas ficaram em silêncio,
Já que os novos pensamentos ainda não foram arrumados.

Preferiu colocar uma música da mesma região,
Para competir com outra, bem alta,
Que insistiu em entrar pela porta da frente
Num volume, digamos, bem inconveniente.

“Pra ser sincero
Não espero de você
Mais do que educação
Beijo sem paixão
Crime sem castigo
Aperto de mãos
Apenas bons amigos...”

Ele estivera com a Fada Rosa e os seus,
Como assim o faz desde que chegou, há dois anos,
Para, nesse momento especial, distribuir abraços e bons fluidos
Entre aqueles que aprendeu a ter como seus também.

Na volta, várias corujas o esperavam com mensagens
Sendo uma muito especial, pois vinha de Lucy,
Num escrito daquele “poeta de sete faces”
Que tratou logo de multiplicar e distribuir por aí.

“Nós dois temos
Os mesmos defeitos
Sabemos tudo
A nosso respeito
Somos suspeitos
De um crime perfeito
Mas crimes perfeitos
Não deixam suspeitos...”

A visita totalmente inesperada,
Naquela hora onde a “ficha” ainda não tinha caído,
Foi pior que um “sacode” daquele “tequilero” das terras de Alice,
Afinal, “game over”, não é mesmo?

Uma lágrima rolou dos olhos de Ana...
Ele viu, recolheu a lágrima e sorriu.

- Levante o rosto, pequenina. O café estava ótimo.
- Fiquei triste porque não pude evitar o que aconteceu.

Continuaram a ouvir a música,
Enquanto ele acendeu um incenso.
Passarinhos de várias cores entraram pela porta
Trazendo folhinhas e gravetos de tamanho diversos.

Juntos foram criando formas
E um pequeno castelinho foi montado,
Onde os passarinhos se ajeitaram
Entre as aberturas e as janelinhas.

- E o que faremos com este castelo? – ela perguntou.
- Castelos de areia são feitos para a admiração, porém são frágeis como os de gravetos. Precisam ser protegidos, pois uma onda mais forte ou uma ventania podem destruí-los.

Com muito cuidado e auxiliados pelos passarinhos,
Pediram ao joão-de-barro que o levasse até a árvore mais alta
E o colocasse de forma que o vento não poderia destruí-lo,
Mas onde poderia ser admirado à distância.

“Um dia desses
Num desses
Encontros casuais
Talvez eu diga:
- Minha amiga
Pra ser sincero
Prazer em vê-la!
Até mais!...”

- Pronto! Assim ficou bom!
- Vamos terminar de ouvir a música. Os demais logo chegam. Novamente há muito a fazer, Beatriz.
- Só você me chama assim...

Mago Merlin... recomeçando... aquele que sempre esteve aqui!

Um comentário:

Anônimo disse...

INSPIRADOR!!! adriellefreitaspinto@gmail.com