2.1.11

Dois Domingos

A segunda manhã do ano
Não poderia ser muito diferente,
Pois é um domingo
E o ano, então, começou com dois.

Manhãs curtas, tardes longas,
Noites que começam tarde
E, quando se nota, logo acabam,
Ao se ouvir aquelas notas musicais típicas.

Adrielle estava feliz:
Seu amigo voltara de longa jornada,
Mas ele parecia algo enfraquecido
E isso a preocupava.

Ela mostrou muita coragem ao procura-lo,
Há pouco mais de um ano,
Lá naquela floresta onde havia o urso
Além de muitas coisas sombrias.

Uma paixão infantil: ele era seu ídolo.
- Cuidei da flor pra você. Mas ela não tinha jeito.
- Eu sei. De qualquer forma ainda procuro a lua.
- Você vai ficar aqui?

Quando Deborah partiu e levou o menino e o Guri,
Havia um bom motivo, já que o Guri precisava de aprendizado
E o ferimento do menino não cicatrizara totalmente,
O que inviabilizava sua presença no monte.

O Guri voltou, antes de conhecer Melinda,
Mas só agora o menino reapareceu.
- Só até a próxima lua. Até lá as gêmeas terão nascido e Deborah poderá seguir caminho.
- Priti e Sid estão felizes né?

Adrielle disfarçara sua frustração
E, engasgada no final da frase,
Saiu correndo até o jardim,
Onde encontrou o Mago.

Escondeu seu rosto no seu peito,
Enquanto o abraçava com força
E chorava e chorava e chorava,
Como se fosse uma grande tempestade.

- Do que vou cuidar agora? Ele vai embora outra vez. – soluçava.
- Cuide do presente que ele te deu.
- Como assim? – ela levantou a cabeça, lentamente, enxugando o rosto.
- Fez você conhecer o amor, a dedicação, a paciência de esperar e a determinação de conseguir o que deseja. O menino representa tudo isso e precisa que você sempre cuide dele.

Dois domingos...
Dois corações...
E como dizia a velha canção:
“Coração: se apronta pra recomeçar e esquece esse medo de amar de novo”!

Mago Merlin... aquele que sempre esteve aqui!

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